Tá parecendo amor

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Quando Jungkook acordou, estava com um gosto horrível de morte na boca e sua cabeça parecia ter sido pisoteada por trinta hipopótamos. Mas o pior não era isso, o pior era não ter acordado em seu quarto e sentir que não estava sozinho na cama; não conseguia lembrar de quase nada do que tinha acontecido no dia anterior, só que Yoongi e Hoseok brigaram algumas vezes e que Taehyung lhe ofereceu vodka, o resto estava confuso demais e ele não estava em condições de forçar a mente. Jungkook virou a cabeça para o lado lentamente - tanto para não doer, quanto por estar com medo do que encontraria ao seu lado - e deu de cara com o rosto adormecido de Jimin. O rapaz arregalou os olhos, já temendo pelo estado do seu corpinho e até mesmo do seu orifício anal, quando ouviu alguém resmungar em algum canto do quarto. Tentou não se mexer muito na cama para não acordar Jimin, mas quando se inclinou e viu Taehyung só de cueca deitado num colchonete ao lado da cama, ignorou o fato de que provavelmente não estavam sozinhos e levantou correndo gritando.

ㅡ Que caralho aconteceu aqui? ㅡ Jimin e Taehyung levantaram assustados, Jimin pegou o abajur que estava ao lado da cama e, ainda de olhos fechados, começou a apontar para o nada; Taehyung sentou no colchonete cobrindo a cabeça com as mãos.

ㅡ Eu confesso que nunca assisti filme iraquia-Quê? Jungkook? ㅡ Taehyung ainda estava sonolento, encarava o mais novo confuso e ficou ainda mais confuso ao ver o namorado de pé na cama com o abajur na mão.

ㅡ Jungkook... ㅡ Jimin colocou o abajur no lugar e desceu da cama tentando ficar calmo, mas a vontade que tinha era de estrangulá-lo. O rapaz estava grudado à parede ao lado da porta, olhava para os outros dois como se eles fossem assassinos ou algo pior. ㅡ Qual é a porra do caralho do motivo de você estar gritando uma hora dessas?

ㅡ O que vocês fizeram? Sério, o que aconteceu ontem e por que eu não consigo me lembrar? ㅡ Taehyung bufou, voltando a deitar e Jimin se jogou na cama rindo de nervoso. A prova de que o amor é uma coisa muito poderosa é que somente ele o impedia de matar Jungkook e jogar o corpo no rio Pavuna.

ㅡ Você quer saber o que aconteceu? Docinho, você ficou muito bêbado, ficou praticamente pedindo pra gente te comer e ainda vomitou no tapete da minha mãe, que aliás você vai limpar. ㅡ Jungkook não tinha acreditado de primeira, mas talvez explicasse o gosto horrível que estava na boca.

ㅡ Por que vocês não me deixaram em casa então? Eu não vou acreditar nisso...

ㅡ Porque você ficou enchendo o saco querendo ficar com a gente. ㅡ Quase não deu para entender a voz de Taehyung, já que ela estava sendo abafada pelo travesseiro. ㅡ Não que eu esteja reclamando...

ㅡ Jungkook... ai isso é ridículo. ㅡ Jimin esfregou o rosto, ainda rindo de nervoso. ㅡ Você por acaso 'tá sentindo dor aí atrás? ㅡ O mais novo cruzou os braços, negando com a cabeça.

ㅡ Isso não significa nada, eu poderia ter comido um de vocês. ㅡ Taehyung e Jimin começaram a rir, mas Jungkook não entendia o motivo da graça.

ㅡ Criança sonha né? Bebê, me empresta seu celular pra ele ver as fotos. ㅡ Taehyung tirou o celular do chão, onde estava carregando, e entregou para Jimin. Jungkook caminhou devagar até a cama, estava com vergonha e ao mesmo tempo tão confuso, queria o nome da vodka que Taehyung comprou pra mandar processar os fabricantes.

Taehyung levantou do colchonete e sentou do outro lado de Jungkook, apoiando a cabeça em seu ombro. Jimin passou o celular para o mais novo com um sorrisinho de vitória plantado nos lábios, quase não conseguiu dormir de tanta ansiedade pra ver a máscara de Jungkook cair, mais ansioso do que a Nina querendo desmascarar a Carminha.

E a expressão de Jungkook se vendo posando ao lado dos outros dois completamente mamado era impagável, Taehyung colocou no vídeo que ele mandava cantadas com nível de pedreiro para Jimin e o mais novo levou a mão à boca. Ele tentava se lembrar disso, mas não conseguia, parece que tinham feito um arrastão dentro de sua cabeça e levaram todas as memórias das últimas vinte e quatro horas, estava tão perigoso no Rio de Janeiro que nem a mente estava mais em segurança. Quando o vídeo acabou, entregou o celular para Jimin e ficou com aquela expressão de mais puro nada, pela primeira vez em dezenove anos, o maior caozeiro de baixada não conseguia inventar uma desculpa.

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