Tendências chavosas

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Sábados eram dias extremamente estressantes para Jimin.

Eles serviam como prova de que, sim, até mesmo uma pessoa iluminada e esclarecida, de bem com a vida e com os seres humanos, às vezes tem vontade de jogar um secador de cabelo ou a prancha bem quente na cara do coleguinha.

Toda vez que o telefone tocava e era alguma cliente perguntando se dava para dar uma encaixadinha nos horários, Jimin respirava fundo e rezava mentalmente pra nossa senhora dos cabeleireiros endividados; não dava pra reclamar, afinal era graças à vontade que elas tinham de causar nos bailes e pagodes da vida que ele pagava suas perucas e produções, mas era estressante não ter tempo nem para almoçar. Precisava encarar aquela mulherada que chegava ali confiando seus preciosos cabelos a ele, mas naquele dia, ele não faria isso sozinho.

Estava certo o cidadão que disse que você nunca está sozinho quando se tem amigos, pois Jimin tinha convocado o bonde em peso pra ajudar ele, era a união da baixada line e zona sul line. Ninguém fazia porra nenhuma aos sábados, só se preparavam para beber ou trepar a noite toda - ou os dois ao mesmo tempo -, então não custava nada prometer pizza e cerveja como pagamento para quem fosse ajudar. Como já dizia o filósofo, nada como pizza e cerveja para unir todas as classes.

É claro que eles chegariam mais tarde, nem mesmo Taehyung e Jungkook estavam acordados ainda e provavelmente demorariam para acordar, já que a noite tinha sido longa - Jungkook recebeu e pagou boquete pela primeira vez (pelo menos eles achavam que era a primeira vez), Jimin não sabia se tirava uma foto de tanto orgulho, ou se chorava de tanta emoção. Os dois estavam desmaiados, mas Jimin não podia se dar ao luxo de dormir mais um pouco, era um homem de negócios e homens de negócios não dormiam.

ㄴㄱ

ㅡ Você já experimentou ir num terreiro? ㅡ Yoongi virou para Hoseok tão sério que Hoseok trancou de medo. ㅡ Não me olha assim, 'cê tem que procurar uma igreja, ir num terreiro pra se limpar, sei lá, teu problema é espiritual.

Os dois estavam, mais uma vez, discutindo pois Yoongi estava cismado com uma cliente da loja que Hoseok trabalhava. Tudo tinha acontecido na tarde anterior, Yoongi saiu da faculdade e foi direto até a loja de materiais de construção que Hoseok trabalhava, estava todo feliz e ansioso para ver seu mozinho quando o viu, ou achou tê-lo visto, com um saco de cimento nos braços dando um sorrisinho safado pra cliente.

Na verdade, Hoseok estava era rindo de nervoso. O saco estava pesado e seus braços já estavam tremendo, pois alguns minutos antes ele tinha terminado de organizar o estoque. O sorrisinho que Yoongi viu foi de puro e absoluto desespero, o sorriso de um homem que estava sentindo que seus braços iriam desgrudar do tronco igual acontece em desenhos. Se a mulher estava de más intenções com ele como Yoongi havia dito, ele não viu, mas não adiantava nada falar isso, pois o mais velho já estava batendo o pézinho no chão e de braços cruzados.

ㅡ Meu problema não é espiritual, meu problema é piranhal mesmo. Não sou obrigado a aturar piranha, ponto.

ㅡ Não fala assim Yoongi, respeita as mina. ㅡ Yoongi arqueou a sobrancelha, olhava para Hoseok com o olhar que dizia "defende de novo e meu sapato para no seu estômago". ㅡ A moça não me disse nada, mas mesmo que tivesse dito, ela não sabia que eu tenho namorado, pô.

ㅡ Tá, ela não sabia, mas e aquelaszinhas lá do pagode que ficam se esfregando em você, mesmo comigo lá? E aqueles teus amigos da Lapa que tem que falar te alisando? Com eles meu piranhometro explode. ㅡ Hoseok não sabia se ria ou se chorava, Yoongi era perturbado demais e aquilo não era saudável.

ㅡ Mas quem é que te deve respeito não sou eu? Então caralho, tu acha que eu te trairia? ㅡ Yoongi virou o rosto para o lado quando Hoseok tentou lhe dar um beijo. ㅡ Eu te amo, gostoso.

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