- AAAAAAAHHH PUTA QUE PARIU, POORRA MAIS QUE AAAH INFERNO- Acordo sentindo uma dor muito forte na mão, meu pai logo aparece no quarto.
- que foi Olivia? – pergunta ele me olhando preocupado.
- eu fui... – pauso a fala para respirar fundo- eu tava dormindo ai virei e... Coloquei a mão debaixo da cabeça... Porra pai, que dor.
- Oli, você tem que prestar atenção. Será que abriu algum ponto?
- Não sei ver aqui, por favor.
Ele abre o curativo e ver que tem um risquinho de sangue, mas os pontos estão intactos.
- você tomou o remédio?
- que remédio? – o respondo
- você é muito irresponsável filha, a quem você puxou em? Aposto que se sua mãe estivesse aqui teria te dado uns gritos já. - ele fala e sai do quarto e volta com uns remédios na mão. – aqui é para dor e o anti-inflamatório.
- Obrigada por não ter falado nada para a mamãe, ela já tem muita coisa pra cuidar la – falo tomando os remédios
- Você ta me chamando de desocupado?- ele tenta fazer uma cara de bravo
- Nem vem coroa – falo me levantando – vamos comprar meu sofá?
- Fazer o que não é? É ate bom porque já comemos por lá também, estou morto de fome e aqui só tem água.
- Eu sempre como na casa do Gus ou na rua, a comida aqui acaba estragando . – digo
- Falando no Gustavo...
- Pai do céu minha moto...- falo lembrando que deixei minha filha no frio do estacionamento da academia – você tem que ir buscar ela pra mim pai
- calma pitoquinho, um dos seguranças do Gustavo já pegou ela. – fala meu pai me tranquilizando
- Mas onde ela ta, se não está aqui?
- Oxente, ta na casa do Gustavo- meu pai me responde com a maior naturalidade do mundo
- A moto é minha e não dele!
- Olivia por favor né? Você passa mais tempo naquela casa do que aqui, e o Gustavo mandou deixar lá porque ele te conhece e sabe que você ia querer pilotar mesmo estando de repouso.
- i gistivi mindi – falo fazendo careta, eu sei que sou infantil
- Pare com isso e vamos logo.
Decidimos ir ao shopping e eu como uma boa filha que sou, sentiu a ironia?, chamo meu pai para irmos comer logo e depois procurar o sofá novo . Eu escolhi comer Bk enquanto meu pai comprou “comida de verdade”, de acordo com ele, em um restaurante. Sentamos na praça de alimentação e eu lembro de uma coisa que ele me falou
- Painho, e aquele papo de “sobre isso a gente conversa depois?” la no hospital, o que o senhor tem a me dizer? - meu pai me olha serio, ate um pouco nervoso posso dizer
- então filha – ele para de falar e toma um pouco do seu suco de manga – eu estou com uma pessoa...
AI MEU DEUS
- Papai você é gay?!- Não consigo conter minha surpresa e falo ate um pouco mais alto que o normal , já meu pai se entala com sua bebida.
- Eu não acredito que a jess..
- Você é mesmo gay pai? Meu deus do céu meu pai é uma poc!
- Que porra de poc o que filha! O que é isso? e calma, será que você pode me deixar falar?
- Ta bom pai, fale!
- Então, até a minha juventude eu tinha duvidas sobre minha sexualidade. Quando eu me envolvi com sua mãe era época de carnaval e eu tava muito confuso, você não foi planejada nem por mim e muito menos por sua mãe...
- Obrigada, sinto me amada mais ainda – falo sarcástica
- Posso continuar?- ele me pergunta serio e eu apenas aceno positivamente com a cabeça – eu fiquei sabendo que sua mãe tava grávida, mas não liguei no começo. Sua mãe é muito orgulhosa, muito pior que você, - ele rir da minha cara de falsa raiva – tentei falar com ela depois , mas ela não quis papo, se mudou e nunca mais fiquei sabendo de vocês. Depois que fui ficando mais velho fui tendo algumas experiências que me ajudaram a me autoconhecer, e hoje com 43 anos tenho certeza que sou um homem gay.
- Mas porque só agora esta se assumindo? – caralho meu pai é gay
- você sabe como as pessoas são preconceituosas né filha? E logo quando passei no concurso publico foi mais difícil ainda para me assumir, eu ainda não sou publicamente assumido e ate pouco tempo eu não pretendia fazer isso, já que ninguém tem nada a ver com minha vida e eu sou uma pessoa reservada.
- Ate que... – o incentivo a continuar falando
- Ate que conheci uma pessoa, o nome dele é Jose tem 30 anos e é medico. A gente se conhece a mais ou menos um ano e pitoquinho... eu o amo tanto. Desculpa se te decepcionei filha, nossa historia é conturbada, mas você é a pessoa que eu mais amo nesse mundo. A única que eu me importo com a opinião, e desculpa eu não ter contado para você antes filha.- ele me olha com lagrimas nos olhos, ai ai eu amo esse coroa.
- Ei painho – puxo minha cadeira para seu lado- eu te amo muito ta! – dou um abraço apertado nele que retribua coma mesma intensidade - eu não sei porque você se escondeu esse tempo todo de mim, sua fiha, que te ama tanto, mas de certa forma eu te entendo e quero sua felicidade acima de tudo. – beijo seu rosto.
- Obrigada meu pitoquinho, eu me sinto tão mais leve agora.- ele da um sorriso
- Meu deus meu pai é uma poc – cara eu ainda to em choque pela noticia
- o que é poc Olivia Bernardes ? – ele tenta soar serio, coitado.
- Pergunte ao Jose? Né esse o nome dele? – ele balança a cabeça que sim – se ele não souber, eu te falo o que é – falo comendo minhas batatas.
- Esses jovens...
- pera ai, a Jessica sabia disso já? Quando você iria realmente me contar pai? No dia do casamento? – falo colocando a mão na cintura
- Na verdade os Garcias já sabem, eu não sabia como contar pra você e eles me ajudaram.
- Eu não acredito que o Gustavo me escondeu isso! – Quando o Gustavo voltar ele vai me ouvir.. a se vai
- Pitoquinho vá com calma, eu que pedi para eles não comentarem nada porque isso eu que tinha que fazer. E sobre o menino Gustavo, ele gosta de você. Não seja tão dura com ele
- Dura vai ser o pau que vou me...-
- FILHA, por favor estamos num shopping. Seja a princesinha do papai que eu sei que no fundo bem no fundo, quase achando petróleo, eu sei que você é.
Eu dou uma mordida generosa no meu hambúrguer e fico calada. Logo meu pai começou a falar sobre como ta la no Recife e de como o Jose é uma pessoa incrível, o véi ta gamadão, coitado. No caminho de volta passamos no supermercado, de acordo com meu pai nem formiga tem na minha casa porque elas não têm o que comer. Já em casa eu fui para o meu quarto, atualizei as meninas sobre meu estado e contei com detalhes tudo o que aconteceu. Elas até defenderam o Gustavo, trairas, mas eu pensei melhor em tudo que aconteceu e estou um pouco menos chateado com ele. Os remédios que eu tomo para dor me dão sono, e se eu já dormia fácil, agora ta mamão com açúcar, acordei não sei nem que horas com meu pai me dando mais remédios e voltei a dormir.

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Apenas uma ideia
ChickLitNão julguem o livro pela capa e pelo nome, eu sei que é difícil, mas eu prometo ser melhor no conteúdo. Olivia 23 anos, nascida e criada em Recife- PE, porem atualmente mora o sul do pais. Formada em administração e atualmente cursando medicina pa...