Saiu da sala como um foguete. Eu desde jovem tenho ataque de fúria, fazia coisas inconsequentes como agredir verbalmente alguém por motivos banais, e umas duas vezes parti para agressão física. Só consegui controlar depois de psicólogos e remédios, eu fazia também artes marciais para descarregar a energia. Só que há algum tempo eu estava bem e parei os remédios , daí vem um infeliz disse para tirar minha paz. Subo na minha moto e saiu sem rumo, não vou para casa. Passo em frente a uma academia que eu treinava antes e resolvo parar.
- fala Olivia, quanto tempo- fala o Bruno, dono da academia que está na recepção.
- será que posso treinar meia hora aqui? Preciso descarregar... - falo não querendo muito papo- depois a gente acerta
- fique a vontade, a casa é sua- fala destravando a catraca e eu passo.
Vou para um saco mais afastado que tem e jogo minha bolsa no chão. Começo a bater nele com toda força que tenho, sem luvas mesmo porque quero sentir a dor. Há muito tempo eu não me sinto assim, tão descontrolada, mas foda-se eu só quero bater. Quando eu era adolescente eu participava de lutas clandestinas, entre homens mesmo, era sempre difícil eu conseguir participar, mas eu sempre provava que era capaz. Minha mãe é separada do meu pai, pai esse que eu só vim conhecer na adolescência depois que eu fui presa em uma dessas lutas. E por ironia do destino o delegado era meu pai, ele reconheceu meu sobrenome e de acordo com meus documentos, só teve mais certeza.
Saiu dos meus devaneios quando eu sinto uma dor muito forte na minha mão esquerda, paro de bater e vejo que está inchada e doendo para caralho.
- merda, vou ter que ir ao medico.
A adrenalina já esta saindo do meu corpo e eu começo a sentir as primeiras dores, tirando a mão, pego minha bolsa e saiu da academia.
- Bruno posso deixar minha moto aqui? Machuquei a mão e não consigo pilotar assim. - falo
- Nossa você tava sem luvas? Eu te levo ao hospital- fala ele já vindo ate mim
- não precisa! Eu vou de taxi
- mas...
- realmente não precisa - falo o cortando – venho buscar a moto assim que der. Obrigada.
Saiu de lá e vou andando até achar um taxi, o que não demora muito. Ao chegar ao hospital, logo sou atendida.
Obrigada Deus por me dar a chance de ter plano de saúde
A medica me pergunta como foi que me machuquei e digo que foi batendo num saco de areia. Ela não acredita muito e diz que não é muito comum a pessoa se machucar tanto sem motivos aparente. Sem muita paciência explico sobre meu distúrbio de ira e ela me manda fazer um exame, e me aconselha a procurar um psicólogo novamente.
Hum
Vou fazer os exames e enquanto espero o resultado pego o celular
PUTA MERDA
Eu esqueci que mandei a foto para as meninas e não falei mais nada depois , tem umas trocentas mensagens que obviamente não vou responder agora. Tem 20 ligações do Gustavo, e varias mensagens dele também , tem da Jessica, do Fabio, da minha mãe e ate do meu pai.
Puta que pariu o Gustavo falou pra eles? Eu não acredito. Tem mensagem das meninas no privado também e vejo que o Gustavo ta digitando
" Eu vou voltar agora!"
Aperto o botão da chamada e nem toca direito, pois ele já atende.
- Olivia... – sua voz é alta e preocupada
- primeiro, eu to bem! Segundo, não perca seu tempo nem dinheiro voltando porque não quero você aqui, você me conhece muito e sabe que estou falando serio.
- porra Olivia, eu estou preocupado com você, o Sergio...
- e eu estou puta com você por causa dele mesmo, eu disse que não precisava de segurança
- eu só quero cuidar de você, deixa de ser egoísta! Sem falar que se ele não tivesse tirado você de cima do cara nem sei o que teria acontecido. Você teve um surto? Onde você ta agora? Porque você deixou sua moto na academia?
- como é Gustavo? Você colocou rastreador na minha moto? - falo já perdendo o pingo de paciência que eu tinha
- Oli, amor, eu só...
- acho bom você não aparecer na minha frente nem tão cedo Gustavo!
Encerro a chamada
O Gustavo sabe que eu não gosto disso, eu não sei por quê. Apenas não gosto, não gosto que ele me der coisas caras. Eu sinto que ele ta perdendo o tempo dele comigo, na casa dele tem um carro parado, que ele me deu na minha formatura. Briguei com ele no dia e quando ele não tava em casa deixei o carro lá e de lá não saiu ate hoje. Ele já tinha me falado sabre colocar seguranças para mim, mas eu neguei, e achei que ele tinha deixado para lá.
Saiu dos meus devaneios com meu nome sendo chamado pela recepcionista, levanto e vou para a sala indicada. A medica viu meu exame e disse que eu tinha quebrado o osso do dedo indicador e que eu precisava operar, de preferência logo, se não eu poderia perder o movimento do dedo... blá blá blá
Era só o que me faltava.
Que dia de merda
- Se você quiser podemos operar ainda hoje, quando foi a ultima vez que você comeu? – pergunta a doutora
- no café da manhã
- ótimo daqui a duas horas entramos para a cirurgia, se for possível não coma nada, certo?
- Certo – falo e me levanto
- vou pedir para um enfermeiro te acompanha ate o quarto que vai ficar- fala a doutora
Saio da sala e sinto meu celular vibrar ,e agora é meu pai
- o que foi ? – falo mal humorada. Nunca disse que eu era uma boa pessoa
- fale direito comigo, eu sou seu pai!
- o que foi, PAI- pergunto novamente
- onde você ta minha filha? O Gustavo ligou para mim super preocupado, disse que tentava falar com você desde cedo e não conseguia.
- eu to bem agora, porém to no hospital, quebrei o dedo e vou precisar de cirurgia....

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Apenas uma ideia
ChickLitNão julguem o livro pela capa e pelo nome, eu sei que é difícil, mas eu prometo ser melhor no conteúdo. Olivia 23 anos, nascida e criada em Recife- PE, porem atualmente mora o sul do pais. Formada em administração e atualmente cursando medicina pa...