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O Lucas é aquele típico filhinho de papai que fica revoltado e decide fazer tudo que seus pais não querem para ele, mas por ser filho único os pais fazem tudo que ele quer. Os pais queriam um filho advogado, porém tiveram um historiador que dá aula do fundamental ao médio, ele saiu da aba dos pais e agora conquista suas próprias coisas.   A casa dele é num condomínio, simples como o meu, e quando eu chego na portaria minha entrada é tranquila pois ele já tinha deixado o aviso.

- Fala Burguês safado – falo quando ele abre a porta para mim, levanto meu punho fechado para que ele venha a bater nele como forma de cumprimento.

- Iai cebola, quanto tempo- o Lucas me chama da cebola porque de acordo com ele sou muito difícil de conhecer por causa da minha acidez e só quem está realmente interessado é que insiste em mim.

Entro na casa e vou direto para o sofá. Ao contrario de mim o Lucas é a organização em pessoa, a sala completamente arrumada e limpinha. Apenas alguns papéis em cima da mesa de centro junto ao notebook.

-Trabalhando? - pergunto apontando para os papéis

-Sim, corrigindo alguns trabalhos daqueles mamíferos - é assim que ele chama seus alunos.

-Fico Feliz que você tenha se formado e esteja mandando bem na sua área

-Pois é, apesar de tudo eu amo aqueles mamíferos. É muito lindo você ver um aluno que ninguém da nada por ele, o bagunceiro que todos os professores falam mal na sala dos professores, tirar 10 numa prova aberta. Os outros também são encantadores e cada um com suas qualidades.

Os olhos dele brilham ao falar e seu sorriso é largo. Acho que eu deveria fazer odontologia porque amo sorriso. É a primeira coisa que eu reparo em alguém.

-Mas apesar desse amor eles me dão muito trabalho e fodem meu juízo- ele volta a falar e pega uma caixinha que tem os “materiais” para fazer um cigarro de maconha- você quer um não é?

-Para começar… - falo sorrindo e ele também rir

-Gosto disso!  - ele piscou o olho para mim e voltou a fazer o baseado.

Ele me entregou um e fez um para ele, ascendeu e ali começamos a sentir a vibe que a erva nos proporcionava. Também tínhamos gosto musical em comum, então o Lucas ligou o som e ficamos ainda mais leves. Eu particularmente o acho lindo, ele tem cabelos pretos um pouco mais abaixo do ombro, a barba grande, olhos pretos brilhosos e seu corpo é magra sem músculos definidos.

Depois de tragar o primeiro cigarro ficamos no sofá rindo a toa e relembrando alguns momentos engraçados que aconteceram quando fumávamos junto com outras pessoas no ultimo andar do prédio que ele estudava.

-Porra cara agora a fome bateu valendo, você quer comer alguma coisa?  Vou pedir para nós - pergunto pegando o celular

-Não precisa pedir eu posso fazer alguma coisa aqui mesmo.  Aceita um sanduiche com tudo que tiver dentro da geladeira?  - pergunta ele se levantando e já indo para a cozinha

-Oxi e eu sou besta é?  Só se for agora!

-Eu amo seu sotaque - ele fala rindo e eu dou apenas um sorriso torto porque fiquei com vergonha.

Depois que comemos fumamos mais um “para ajudar na digestão”, o Lucas começou a tomar vinho e eu só olhava já que não gosto muito de beber bebida alcoólica. O som já tava mais alto e começou a tocar uma música que gostamos muito go the hell, for heaven’s sake  do Bring me the horizon , levantamos e começamos a pular e cantar na sala, riamos muito pois estávamos felizes e leves.  Sentamos no sofá e encostamos a cabeça na parte de traz, ofegante virei meu rosto para ele e o encontrei me olhando. Olhei para seus olhos que agora estavam avermelhados e olhei para seus lábios finos, um pouco cobertos pela barba, aproximei mais de seu rosto e olhei para seus olhos num pedido silencioso para beija- lo e já que não recebi nenhuma resposta verbal acabei com a nossa distância.

Apenas uma ideiaOnde histórias criam vida. Descubra agora