16

1.4K 199 5
                                    

A sexta passou rapidamente, eu aproveitei para ir à loja ver como tudo estava. Fiz duas reuniões com fornecedores e ainda atualizei o site, a loja tem site porque muitas pessoas tem vergonha de ir num sex shop,então fica muito mais fácil quando chega apenas uma caixa discreta em sua casa.

No sábado ainda resolvi algumas pendências da loja, quem sabe até posso expandir futuramente, meu pai voltou para sua casa no sábado à tarde me fazendo prometer que eu iria visita-lo mais cedo possível. Do aeroporto voltei com a Jessica para a casa dela e ela insistiu para que eu ficasse lá, mas eu ainda estava na vibe de ficar um pouco sozinha. Cheguei em casa, tomei meus remédios e dormi.

No domingo eu acordei já passava do meio dia. Eu estava morrendo de fome, pedi comida num restaurante aqui perto, tomei um banho rápido, comi e voltei para a cama. Fechei bem as cortinas do meu quarto para que não passe nenhum feixe de luz, deixo o quarto bem geladinho, faço xixi e me deito na minha caminha. Ligo a TV e vejo alguns episódios da serie.  Depois coloco numa palestra de um historiador sensacional, Leandro Karnal, meu crush, e ali fico o resto do dia. Só levanto para tomar mais remédio e tomar um café forte e morno.

- Meu Deus do céu Olivia, que gelo é esse?- uma voz grossa preenche o quarto e eu tenho um pequeno quase enfarto, mas logo reconheço a voz, reconheço também o quão eu estava com saudades, porém ele não precisa saber disso. – Porque tá tudo escuro?

- O que você tava fazendo aqui? – pergunto

- Gustavo, meu amor, eu tava morrendo de saudades- fala irônico- eu também senti muito sua falta Olivia. – ele vem até minha cama e ascende à luz do abajur, coloca ao lado um pacote do Bk, inferno, e olha para mim – como você esta? – ele da um beijo bem próximo aos meus lábios, e isso faz meu coração disparar não sei por quê.

- To legal – minha voz sai muito baixa

- Eu fiquei tão preocupado com você Oli – ele esta perto, muito perto do meu rosto – a gente precisa conversar, mas...- sinto seus lábios tocarem os meus, quente e ao mesmo tempo tímido, e... Eu queria tanto esse beijo também. Peço passagem e o Gustavo me da rapidamente, coloco minha mão direita no seu cabelo e o puxo, o filho da mãe ainda geme na minha boca e aquilo só faz despertar algo que ainda não conheço em mim. Levo minha mão esquerda...

- INFEEEERNO, POOORRA. – afasto o Gustavo já que sinto de novo uma dor filha da puta na minha mão machucada. Eu esqueci que tava machucada e fui tocar o rosto do Gustavo, só que minha mão bateu em seu peito antes de chegar ao rosto.

- Que foi Oli? - o Gustavo me olha preocupado - me desculpa

- Culpa sua, desgraça. – falo brava com ele – se você não tivesse me beijado eu não teria batido em você.

- ta bom – ele me da um selinho – desculpa – me da outro

- Gustavo para com isso, por favor.

- parar com o que? – ele fingiu não entender e se aproxima para me beijar novamente

- com esses beijos Gustavo, não quero!

Vejo a tristeza nitidamente em seus olhos, porém ele logo disfarça.

- ta bom, não faço mais. Eu te trouxe esse pedacinho de morte- fala ele pegando o lanche e me entregando. O Gusta é todo fit e ele chama todas as coisas “ruins” que eu como de pedacinho de morte

- Que milagre é esse você comprando esse tipo de comida para mim? -  falo rindo para ele

- talvez eu esteja tentando limpar minha barra? – ele sorrir para mim, e que sorriso. – Estou conseguindo?

- Não sei , abre para mim por favor – ele me ajuda e dou uma mordida, caralho que fome eu to. – quer?- ofereço, mas já sei a resposta.

- Não mesmo- ele faz uma careta. – Olivia... eu sei que eu fiz errado de não falar para você sobre os seguranças, mas eu só quero seu bem! Você é muito importante para mim e eu como uma figura publica acabo sendo suscetível a algumas coisas. E Deus me livre de acontecer alguma coisa com você e principalmente por minha causa -  ele boceja enquanto fala.

- é tedioso falar comigo né? – questiono por pura implicância

- Não Oli -  ele tenta se explicar- eu só to cansado, e eu não queria ir para casa sem antes falar com você.

- Pois já falou, pode ir. Depois conversamos mais.

Ele me olha incrédulo das minhas palavras e eu tento segurar a cara de seria

- hum –ele coça a garganta – eu já vou indo então.- ele fala se levantando da minha cama e se vira para sair, eu me ajeito na cama dando espaço para ele deitar ao meu lado

- Gusta -  o chamo e ele logo se vira – dorme aqui por favor? Estou morrendo de saudades de você!- falo batendo na cama e ele sorrir pra mim, e vejo que seus olhos estão com lagrimas e logo meu sorriso morre – Gustavo pelo amor de Deus, você ta chorando? – ele deita ao meu lado e me abraça

- Eu achei que você tinha ficado tão puta comigo que não queria mais me ver – ele fala com a cabeça na curva do meu pescoço

- Escute bem o que vou falar para você, uma das coisas que me fez sair de casa foi à vontade de ser livre, de não precisar ficar dando satisfação para onde vou e que hora eu chego sempre. Eu nunca gostei disso, acho que por isso eu evitava até sair, eu sei que é besteira, mas é de mim. Então eu não gostei nem um pouco do rastreador e muito menos do segurança. E espero que você já tenha tirado os dois. E por último e não menos importante, eu não consigo ficar muito tempo chateada com você, eu te amo e você sabe disso! – falo e começo a fazer carinho no seu cabelo

Ele apenas murmura alguma coisa e fica ali quietinho em meus braços e logo sinto que ele dormiu. Estico-me e com muito cuidado para não machucar minha preciosa mão desligo o abajur, Gustavo se aconchega mais em mim passando sua perna por cima da minha e assim eu pego no sono.

Apenas uma ideiaOnde histórias criam vida. Descubra agora