Capítulo Doze

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   Acordei com o barulho da chuva que batia na janela de meu quarto, me levantei e caminhei até a janela, encontrando o céu totalmente nublado, o vento forte e frio presente, fazendo uma melodia ao se bater com o vidro da janela, as folhas voavam por toda a rua e o sol se escondia atrás daquele triste dia.

   Coloquei uma calça preta e meu casaco rosa junto ao meu boné da mesma cor. Desci as escadas e encontrei todos sentados a mesa, me esperando para tomar café.

— Bom dia.- disse mamãe.

— Bom dia...- disse e dei um beijo em sua bochecha, logo indo para o papai, fazendo o mesmo ato.

— Hoje eu e seu pai vamos para a revista, nós temos um convidado muito importante lá, você gostaria de ir filho? Nós podemos ir depois que você conversar com o Sr. Kiotty.- Mamãe falou e eu assenti, afinal não tinha nada para fazer e eu gosto de ir no trabalho de mamãe, todos lá são muito legais.

— Injusto... O Dan vai conhecer um famoso e a gente?- pergunta Corbyn.

— Vão estar recebendo estudos.- fala mamãe e Corbyn revira os olhos enquanto Jonah ria fraco.

— Tomara que seja algum velhinho que ganhou algum prêmio de exatas.- Corbyn fala e eu ri um pouco.

   Tomei um pouco do meu suco de maçã enquanto comia um delicioso sanduíche de geleia com pasta de amendoim.

— Vamos? Eu não posso me atrasar, prova de física.- comenta Corbyn.

— Prova? Mas vocês não me falaram.- observa mamãe

— Acontece, faz parte da vida!- fala Jonah e eu ri enquanto me levantava com a caixinha de suco na mão.

   Nós todos entramos no carro de minha mãe e os irmãos Herron chegaram, Winter me deu um longo abraço e depois se sentou no banco de trás, junto ao seu irmão.

— Aqui parece um transporte escolar.- fala Jonah fazendo todos rirem.

  Durante o caminho eu fui escutando a várias músicas, eu estava nervoso, nunca mais iria entrar naquele colégio e eu não iria fazer o que o Sr. Kiotty Tanto queria, eu vou desapontar ele, eu não quero desapontar o Sr. Kiotty. Ele é um dos únicos que não me trata diferente, ele trata a todos igualmente e eu gosto disso, odeio ser tratado diferente pois isso me faz sentir que sou inútil, diferente dos outros, não gosto, fico nervoso e ansioso para fins de conversa. Eu só quero ser normal, porque é tão difícil?

  Eu quero me defender, cuidar de mim mesmo, me virar e não ter que depender de rudi e todas, eu quero conseguir falar com alguém e encarar ele nos olhos, eu quero falar algo e não sair num sussurro, eu quero gritar e não sair como um suspiro, eu quero falar com as pessoas que gosto sem ter que corar. Eu quero conseguir falar essas poucas palavras mas é sempre tão difícil de dizer. Eu quero expor meus sentimentos, correr atrás do que quero sem alguém ter que falar por mim.

Eu sou um merda, não faço nada certo. Eu só queria ser como as pessoas falam para eu ser. Eu não gosto de ser o que meus colegas falam que eu sou.

Eu realmente sou doente? Estranho? Feio? Infantil? Medroso? Demente? Maluco? Eu sou um monstro? Mamãe fala que não, mas já que eu não sou nada disso porque as pessoas falam que eu sou?

— Filho? Porque você está chorando?- pergunta mamãe e eu nego com a cabeça.— Você quer me contar depois?- ela pergunta e eu neguei, se eu falar eu vou lhe magoar e eu não quero lhe magoar. Você sempre fala que eu devo lhe obedecer mamãe pois você sabe o que é melhor para mim e meus irmãos, eu acredito em você e confio que o que voce Está fazneod é o certo para mim. Por isso não vou falar nada, lá vai ser melhor. Mamãe disse que vai.

You Are My Song ≈ Daniel Seavey ≈Onde histórias criam vida. Descubra agora