Capítulo Trinta e Dois

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Daniel povs

   Assim que chegamos em casa eu observo cada centímetro. A casa na qual eu vivo dese que fui adotado, a casa onde minha vida aconteceu, onde eu conheci Winter e Zach, ela parece tão diferente, é como se não fosse minha casa, eu estou confuso, tido aconteceu recentemente mas ao mesmo tempo há muito tempo. Eu dormi no corpo de um garoto de quinze anos, agora eu tenho dezesseis, ei me sinto estranho, fora do tempo.

  Dei passos pequenos até a entrada, apreciando o frio que fazia em Washington, o inverno estava chegando... As folhas caídas demonstravam tanto, os galhos vazios e secos estavam demonstrando tanto, tudo era tão simples mas ao mesmo tempo tão complexo. Todos reclamam por tais coisas que nem percebem as influências em que vivemos, nós achamos normal as folhas mudarem de coloração, os galhos ficarem secos e sem vida, não termos cores em nossas ruas, que nem nos perguntamos, porque isso acontece? Porque ninguém possui nossas respostas? Porque até às coisas simples são tão complexas e ninguém percebe isso?

— Você quer ajuda meu filho?- perguntou papai e eu neguei, parando de encarar os galhos secos e vazios das árvores que sempre são verdes e lindas.

— Não pai, obrigado...- falei enquanto voltava minha atenção para o chão molhado enquanto caminhava.

  E assim que cheguei na entrada de minha casa pude ver meus amigos reunidos na sala de minha casa, com balões e enfeites para todos os lugares, juntamente a um bolo, todos gritaram e deram-me sorrisos largos e amigáveis, todos estavam animados, todos comemoravam, por mim... Todos ali se importavam comigo, eles estão aqui por mim.

— Dan!- grita Bryana enquanto corria em minha direção.— Eu senti saudades de você, o colégio todo está com saudades de você.- a mesma falou entusiasmada enquanto me abraçava.

  Eu estava sem reação, eu não estava tão nervoso, mas estava confuso. Eu estava desconfortável sobre o seu abraço, pois eu gosto dele e acho errado gostar de seu abraço enquanto tenho Winter ao meu lado.

— Oi...- falei e logo em seguida Tessa e Emílio se aproximaram, me abraçando com força enquanto sorriam.

— Senti saudades de você Dani boy.- falo Tessa enquanto sorria, com seu jeito animado de sempre.

— Ainda continua com este apelido?- pergunto confuso e a mesma assentiu, dando uma risada fraca.

— E aí lata de tinta.- falou Emílio enquanto ria, ele insistia em me chamar deste jeito, desde que nos conhecemos.

   Naquela tarde tudo foi bem, eu fui me encaixando aos poucos nos assuntos, descobrindo das últimas notícias, dos acontecimentos chocantes, de tudo... Naquela tarde eu sorri, brinquei, conversei, naquela tarde eu fazia parte do mundo e não do meu mundo, eu estava no mundo deles, no mundo normal... Eu não precisei me isolar, não precisei ficar em silêncio prestando atenção em tudo, eu não queria isso, eu queria conversar, eu queria brincar...

   Essa foi uma tarde legal, eu apenas precisei ficar sentado em meu sofá, conversando com as pessoas mais incríveis do mundo, rindo de suas piadas, comendo bolo, me comunicando.

Eu estava me sentindo normal, eu estava me sentindo necessário, importante, eu não me senti extra sob o assunto, eu não senti nada... Ei apenas fui feliz, não me preocupei com minhas inseguranças, apenas estava ali.

— Canta Daniel...- falou Tessa, me tirando de meus sentimentos.

— Acho melhor não...- falo meio receoso, eu tenho medo de cantar, medo de minha voz ter sido alterada, medo de não estar bom o suficiente para cantar.

— Por favor amor...- fala Winter enquanto fazia um rosto fofo, juntando as mãos.— Por favorzinho...- falou a mesma, enquanto se colocava a minha frente.

— Okay...- falei com a voz baixa.

Eu não queria decepcionar eles, eu não queria estragar a tarde, eu queria fazer parte do assunto, eu não queria me sentir extra, me sentir fora do assunto... Eu queria me sentir por dentro de tudo, eu queria estar ali, sendo uma pessoa normal, assim como eles. Eu não quero viver em meu mundo, não mais, eu não quero que o que minha mente diz seja verdade.

Eu não quero ser estranho...

— Vocês podem cantar comigo?- pergunto um pouco baixo enquanto falo com meus amigos.

— Claro, nós somos a why don't we...- Fala Zach enquanto se levanta, me fazendo levantar o olhar confuso.

— Vocês...- começo minha pergunta um pouco confuso mas corbyn me silenciou.

— Nós somos a why don't we, você deu a ideia do nome, nós sempre seremos a why don't meu irmão, todos nós... Nós só precisamos esperar você.- falou o mesmo, me dando um sorriso fraco.

  Então peguei meu violão, começando a afinar o mesmo. Eu estava nervoso, e se eu não conseguisse tocar? Se eu não conseguisse cantar? E se eu não sou bom? E se todos que falam mal de mim estão certos? E se eu não for bom o suficiente? E se eu for realmente um inútil? Que não merece o amor de ninguém?

— Você vai conseguir amor, só respire fundo...- disse Winter, dando-me seu melhor sorriso, deixando aparente seus dentes brancos e um sorriso angelical, com seus olhos castanho escuro iluminado me encarando.

Respire fundo Daniel... Escite o que a Winter disse.
Você é um inútil.
Respire fundo Daniel.
Você não vai conseguir.
Respire fundo Daniel.
Pense nas pessoas que você gosta, se acalme, não fique nervoso...
Você...
Você nada! Eu cansei.
Cansei...

Eu consigo, todos acreditam em mim.

E então começo a tocar, deixando meus pensamentos de lado, fazendo com que a melodia da música invadisse minha mente, sendo seguida da voz de Corbyn, dando um tom doce para a música.

Você consegue Daniel.
Você não pode acreditar neles.
Você é diferente, num bom sentido.
Você é bom.
Você não consegue.
Você acredita neles.
Deixa suas inseguranças o consumir.
Você não merece ninguém.
Você é diferente e isso é horrível.
O mundo é muito grande para você, um doente qualquer.
Ninguém iria querer lhe escutar.

Faça essas vozes pararem, por favor fazem elas pararem, eu preciso que elas parem.

Mas ninguém além de mim irá fazer com que isso pare, eu que preciso que pare. Mas eu não consigo.

Porque lá no fundo eu acredito. Eu acredito em cada palavra.

Todos são a minha música mas eu não sou a de ninguém.

— Dan?- escuto a voz de Winter, todos estavam me encarando, com olhares preocupados.

Não me olhem assim...
Eu não gosto.
Eu me sinto inferior.
Eu não gosto da preocupação de vocês.
Eu nao quero a pena de vocês.

Eu estava parado, com a mão no ar, indo de encontro as cordas de meu violão, mas eu não conseguia, meus olhos estavam a lacrimejar, eu estava aflito, preocupado, nervoso... Todos estavam no mesmo tempo e espaço, na mesma órbita e eu não, eu estava sobrando, sei que estava.

•oi xuxus, como estão?•
Espero que estejam bem, sei que estou sumida mas era por conta das provas finais.
Eu agora estou na casa de praia e aproveitarei para escrever os capítulos.

Duda ama vocês, de verdade, obrigada a todos vocês por esse ano que participaram em minha vida, vocês foram incríveis comigo neste último ano.

Eu sei que essa história é meio triste mas é uma crítica social que quando eu terminar irei explicar o porquê que fiz essa história.

Duda ama vocês e até terça 💙

You Are My Song ≈ Daniel Seavey ≈Onde histórias criam vida. Descubra agora