Capítulo Três

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— Daniel mano...- Corbyn fala me tirando de meu sonho.— Eu e o Jonah vamos andar de skate com o Jack, você vem?- ele pergunta e eu nego enquanto coço meu olho.— Okay maninho, te amo. Mamãe saiu para a revista e o pai foi para uma reunião. Não coloca fogo na casa.- Corbyn fala dando um beijo na minha testa antes de sair.

   Eu tenho uma doença, sei que não falei para vocês ainda, desculpa não ter contado antes, eu esqueci, mas voltando, eu Daniel tenho uma doença, na verdade eu tenho autismo, o meu nível não é alto ou algo do tipo. Eu tomo remédios semanalmente e vou no psicólogo de vez enquanto conversar.  Meus pais acham que eu sou do jeito que sou por causa do autismo mas eu não sei, será que se que não fosse autista eu seria tímido?  Ou seria como meus irmãos e Jack?

   Mamãe fala que a música sempre me ajudou, quando eu havia chegado aqui eu não falava e então ela colocava "Just the way I am" e eu me soltava um pouco, conversava com eles e brincava com Corbyn, ela acha que a música é meu jeito de me soltar, de me apresentar para o mundo, de ser o verdadeiro eu. Eu concordo com ela.

  Eu também sou tratado diferente, eles pensam que eu não percebo mas eu percebo. Meus irmãos quase matam um ao outro o tempo todo e comigo? Eles nunca me bateram, nem que fosse de brincadeira. Eles também são mais atenciosos comigo do que o normal, eles me tiraram muito como se eu fosse uma criança.

   Levantei da cama e tirei minha blusa, eu tava com calor, coloquei minhas pantufas do Bob esponja e desci as escadas, ei estava com vontade de tocar algo. Eu precisava achar um jeito de falar como eu estava me sentindo, de mostrar o que eu acho estar sentindo por Winter, é tudo muito confuso mas é um confuso bom.

  Desci até o porão e me sentei no piano dedilhando as teclas, fazendo melodias vagas saírem. Logo eu comecei a tocar uma música leve, uma melodia calma e reconfortante. Eu não cantei em momento nenhum, apenas aproveitei a melodia, ficando sem perceber mais nada. É como se só existisse eu e o piano naquele momento.

  Não sei quanto tempo fiquei sentado naquele piano, só sei que quando parei de tocar tudo estava claro.

Eu gosto de Winter, eu realmente gosto dela, eu finalmente consegui entender meus sentimentos. Já se passaram uma semana desde que nos conhecemos, amanhã seria a festa. Eu estava tão ansioso, nervoso.

   Eu gosto da menina mais bonita do mundo, mas ela gosta de mim? Nós nos conhecemos a apenas uma semana, será que ela não vai me achar estranho por estar gostando dela? Para mim essa semana foi uma eternidade, parece que nos conhecemos há anos.

— Filho?- minha mãe pergunta enquanto aparece na escada.

— Oi...- falei meio baixo enquanto sorria.

— Estava tocando?- ela perguntou e eu assenti.— Faz um tempo que não te ouço tocar. Sabe que horas você começou?

— Quando os meninos saíram, eram umas 15:00, porque?

— Já são seis horas filho.- minha mãe fala e eu me assusto.— Vem, vamos beber água e conversar, eu sei que você quer conversar.- ela fala e eu assenti encarando o chão.

   Eu bebi água e mamãe preparou algo para comermos enquanto eu estava sentado na bancada da cozinha.

— Pronto.- ela fala me entregando um dos sanduíches que eka havia feito.  — Agora me fala, o que você quer falar?

— É sobre a Winter, eu acho que gosto dela mãe...- falo e mamãe abre um imenso sorriso no rosto.— Mas e se ela não gosta de mim? Ninguém gosta...

— Não fale isso filho, você é um menino incrível, se as pessoas não podem ver isso quem estão perdendo são elas, você é a melhor pessoa que eu conheci meu amor.

You Are My Song ≈ Daniel Seavey ≈Onde histórias criam vida. Descubra agora