Capítulo Extra 1

100 14 2
                                    

Dois meses depois...

— Você quer mesmo fazer isso Dan?- perguntou Jonah, enquanto saíamos do carro, ele parecia receoso.

— Eu preciso fazer isso jojo.- disse e o mesmo assentiu, me dando um sorriso fraco.

   Assim que sai do carro meu irmão mais velho se colocou ao meu lado, colocando seu braço ao redor de meu ombro, me mantendo por perto, ele deve estar com medo, eu conheço Jonah, ele está receoso.

—Eu vou ficar bem Jojo.- eu disse e o mesmo assentiu, tocando a campainha da porta de madeira.

  E no mesmo instante um homem alto de olhos azuis e cabelo branco abriu a porta, ele possuía um aroma de bêbado e um olhar repugnante, quem é este homem? E porque ele está na casa de tia keri?

— Boa tarde, quem são vocês?- perguntou o homem, dando um gole em sua bebida.

— Boa tarde... Nós somos Daniel e Jonah, queremos falar com a dona Keri.- falou meu irmão, me puxando para mais perto de si, ele estava nervoso assim como eu, não gostei deste homem, algo nele me diz que ele não é bom.

— O que vocês querem com minha mulher?- perguntou o mês.l, se aproximando de nós dois, deixando seu aroma nojento cada vez mais presente.

  Não, ele não pode ser meu pai, não... Ele não pode ser, não ele.

  Olhei para Jonah com o olhar triste e decepcionado, eu não acredito que nasci de pessoas tão tristes e vazias como eles, não acredito que Anna e Ashley vivem nesta casa, com este homem, eu não posso acreditar.

  Eu estava nervoso, ansioso, as coisas estavam ficando estranhas.

Não Daniel.
Você não pode ter uma crise.
Não aqui, não agora.
Você é mais forte que isto.

— O que aconteceu com o baixinho aí?- perguntou o homem, sua voz estava distante mas ele estava próximo.— Vamos garoto, o que você tem?- perguntou o homem, sua voz estava mais distante mas eu conseguia ver seu corpo cada vez mais próximo ao meu.

Tentei olhar para Jonah mas não consegui, eu não conseguia ter controle por meu corpo naquele momento, eu não estou bem.

Eu quero pedir ajuda mas não consigo e odeio isso.
Porque isso sempre acontece comigo em momentos errados?
Porque eu tenho que ser assim?

— Vamos garoto, me responda!- gritou o homem, me assustando ainda mais.

— Deixe meu irmão em paz,você só está piorando as coisas seu nojento!- gritou Jonah em puro desgosto.

  E em um milésimo de segundos Jonah estava no chão, ele havia levado um murro no rosto e o homem de aparência repugnante me encarava com nojo.

— Jonah!- grito pela primeira vez, indo para o lado do meu irmão que possuía o nariz sangrando.— O QUE VOCÊ FEZ?- gritei com o homem enquanto tinha lágrimas nos olhos.

— Jeff?- escutei a voz de dona Keri, mas nada mais importava, a única coisa que importava naquele momento era Jonah.

  Eu o abracei forte e o pedi mil desculpas, desculpas por ser assim Jonah, você levou um murro por minha causa e olha idevoce está agora. Eu não consigo controlar essas crises, isso é culpa minha.

— Desculpa por ter pedido para virmos aqui Jojo, desculpa por ter pedido a verdade, desculpa por querer conhecer os nossos pais... Desculpas por eu ser assim.- repetia essas palavras várias e várias vezes, bem baixinho enquanto eu tremia, lágrimas rolavam por meus olhos, mas eu não conseguia me mover, eu não conseguia sair dali e pedir ajuda.

  Depois de alguns minutos eu senti alguém tocar em meus braços e eu recuei na hora, eu não queria que ninguém me tocasse, principalmente se fosse aquele homem.

— Dan?- escutei a voz de Jonah soar fraca em meus ouvidos, quando levantei a visão vi o mesmo em pé, com o nariz sangrando e um rosto confuso. Ele estava com dor.

  E naquele exato momento eu decidi a tacar meu irmão, dando um forte abraço no mesmo, eu precisava saber que ele está bem.

— Desculpa.- falei pela milésima vez, enquanto mantinha meu rosto afundado em seu torço.

— Não precisa pedir desculpas, não foi você que me deu um murro, você não tem culpa Daniel.

— Mas se eu não tivesse pedido para virmos isso não estaria acontecendo.

— Daniel você não tem culpa sobre as ações do outro, você só queria conhecer quem você realmente é, você não tem culpa deste homem ser um ignorante. Ele não é nosso pai e nunca será, nossos pais são aqueles que estão lá em casa quando precisamos, quando estamos doentes, são aqueles que nos falam todas as noites "eu te amo" antes de dormir, e não esses dois que nos jogaram no sistema, como se fôssemos nada, não se preocupe com este homem, não gaste seu tempo com ele irmão.- falou o mesmo, passando as mãos por meu cabelo, tentando diminuir meu choro.— Você me escutou Daniel?- perguntou o mesmo e eu assenti, me agarrando a sua camisa.— Agora vamos, eu não fico nem mais um minuto aqui, eu sinto muito por Anna e Ashley, dias meninas incríveis que possuem tais pessoas como pais... Eles nem nos chamaram para entrar, mesmo percebendo seu estado e me vendo desacordado Daniel, que tipo de pessoas são essas? Não derrame suas lágrimas para eles. Eu também estou triste, de coração partido, mas não irei dar a eles o que eles querem.- disse o mesmo levantando minha bochecha, me fazendo encarar em seus olhos claros, me dando um pequeno sorriso e um beijo na testa.— Agora vamos irmão, eu preciso cuidar deste nariz para a entrevista de amanhã.

Desculpa...
Porque todos ao meu redor sofrem? Porque isso acontece com as pessoas que eu gosto? É por minha causa? Será que os olhares que as pessoas ruins me dão também afetam eles? Porque coisas assim acontecem? Porque somos maus com os outros? Porque damos motivos para fazer isso? Porque eu preciso sofrer descriminação para você se sentir melhor consigo mesmo? Desde quando isso é justo? Porque as pessoas não percebem isso?
Essa não é a solução.
Simplesmente não é.

— A Tate vai me bater quando ver isso Jesus.- falou Jonah enquanto entrava no carro.

  E então neste momento nos demos importo final em nosso passado não encerrado, deixando para trás todas as nossas vontades de conhecer tais pessoas, deixando todos nossos pensamentos de lado, nos importando com nossa verdadeira família, aquela que esteve conosco desde que eu tinha três anos, a família que nos amou e não se importou com nossas diferenças.

  Enquanto o frio de dezembro ia embora as nossas expectativas de um bom passado iam junto, deixando apenas a verdade, os Besson são nossos verdadeiros pais e únicos pais.

You Are My Song ≈ Daniel Seavey ≈Onde histórias criam vida. Descubra agora