Capítulo Vinte e Um

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Eu e Jack estamos em frente a minha casa, esperando Ash para irmos embora. Fazem mais ou menos meia hora desde que tudo aconteceu e minha cabeça martelava, tantas coisas aconteceram para apenas um dia, eu apenas preciso sentir o conforto de algo macio e dormir.

  de repete sinto uma mão entrelaçada a minha, quando me viro vejo Jack me dando um sorriso fraco, do qual retribui.

— Pode dormir, eu lhe acordo assim que chegarmos em minha casa.- fala o moreno com a voz fraca próxima ao meu ouvido.

  — Obrigada por me ajudar Jacky.-o chamo pelo seu apelido enquanto me deito em seu ombro, logo pegando no sono. Foi a primeira vez em séculos que eu dormi deste jeito, em paz.

POV'S DANIEL

  Eu e Jonah acabamos de chegar no pequeno penhasco que possui uma bela vista para todo o oceano que banha o litoral de nossa cidade. Nos sentamos na gelada grama que possui uma fina camada de neve em sua superfície, impossibilitando a nossa visão da verde grama.

— Porque?- pergunto em um grito enquanto jogo uma pedra no mar.

  O céu está estrelado, uma brisa fria dominava, a noite seria linda se não fossem pelas circunstâncias.

— Ela que é a nossa mãe?- pergunto encarando o meu irmão.

— Ela nunca vai ser nossa mãe.- fala Jonah enquanto coloca suas mãos em meu pescoço, encarando meus olhos azuis.

— Tia Keri é a mulher que nos abandonou, tio Jeff é o homem que nos abandonou, ela é tão legal e animada... Porque ela fez isso?- perguntei enquanto olhava para o horizonte.

— Nós só conhecemos as pessoas que os outros demonstram ser Jonah, nunca iremos saber 100% de seu caráter, nós precisamos confiar e em ainda casos acabamos por confiar nas pessoas erradas...- Jonah fala com a voz embargada.—  Você se lembra sobre o que eu lhe falei alguns meses atrás? De que se importar com eles era desnecessário? De que eles fizeram essa escolha e não podemos sofrer por isso, mesmo curiosos? Eles não quiseram cuidar de seus filhos, ELES preferiram deixar a gente num lugar desconhecido, sozinhos em um orfanato do que nos oferecer um pouco de amor. Não podemos chorar pois nós estamos em uma família verdadeira hoje em dia, nossos verdadeiros pais não são os que nos abandonaram e sim os que cuidaram da gente, nos deram amor...- ele fala junto a lágrimas, me dando um forte abraço.— Tudo vai ficar bem irmão, isso é apenas uma nuvem chuvosa em nossa vida, e precisamos dessa nuvem pois depois da tempestade as flores ficam mais bonitas e a grama mais verde, nós vamos ficar melhores, vamos aprender a ficarmos melhores.

  E então eu e Jonah ficamos sentados, abraçada enquanto encaravamos o horizonte, passando nossos dedos pela neve enquanto as flores brilhavam no grande céu.

  Falar às vezes pode ser fácil mas nesse momento não, as palavras são impossíveis de sair, você começa a pensar sobre tudo mas não consegue dizer. Como as estrelas em nosso universo vários morrem e nascem o dia todo, mas não somente do jeito biológico. Várias estrelas morrem para virarem um buraco negro, e várias nascem para virarem a estrela mais brilhante, nós somos como as estrelas, morremos e renascemos a cada dia, aprendendo com nossos erros e acertos.

— All around me are familiar faces...- começo a cantarolar mas world, logo sendo seguido de Jonah.

— Sabia que encontraria vocês aqui.- fala Corbyn, dando um sorriso fraco para nós dois enquanto caminha em nossa direção.— A gente precisa encontrar uma outra sorveteria com sorvete de Oreo e Nutella.- fala o mesmo fazendo a gente rir.— Vocês estão bem?-

— Não mas iremos ficar, a gente tem nossa família, nossa verdadeira família.- falo dando um sorriso para os dois, logo sentindo os braços de Corbyn rodeando a gente.— Eu tenho vocês, no preciso de uma família que nunca me quis... Eu só estou preocupado com Anna, eu quero saber se ela está bem...

— Sobre isso, Jack me ligou, Anna e Ashley estão na casa dele, as coisas na casa dela não foram muito bem.- fala Corbyn enquanto olha para o céu.— Olha uma estrela cadente, faça o seu pedido Dan.

Que tudo se resolva...

   Isso não está certo, Anna, Jonah, eu e até Ashley estamos sofrendo com tudo isso, por uma decisão deles, eles preferiram dividir seus filhos. Eles podem ter tido o seu motivo mas eu não entendo, porque nos larga em um local desconhecido e continua com uma filha?

Keri POV

— Eu preferia ter sido levada com os meninos...- escuto Anna, logo sendo seguida de uma batida na porta.

— Essa menina está muito rebelde.- fala Jeff enquanto se serve de mais uma cerveja.

— Mas...- Falo enquanto colocava minhas mãos em minha boca.— O Jeff... Você disse que...- falo encarando o mesmo e vejo ele revirar os olhos.

— Não importa o que eu disse...- fala o mesmo vindo em minha direção, e fazendo sentir seu hálito de álcool.— Agora nós vamos fingir que nada disso aconteceu certo?- ele pergunta enquanto aperta minha bochecha, me fazendo assentir.— Boa garota.- o mesmo fala e se levanta.

   Será que a Anna está enganada? Fazem tantos anos e eles morreram... Meus bebês morreram e eu não pude fazer nada. E também porque o Jeff mentiria?

   Me levanto e caminho até o meu quarto, indo em direção ao meu guarda roupa a procura da minha pequena caixa... Oh como eu sinto saudades de vocês meus filhos.

  Quinze anos que se passaram sem vocês, quinze anos dos quais eu venho chorando, Jeff não é mais o mesmo, ele passou a beber e se demonstrou agressivo após a morte dos meninos, ele deve se sentir culpado.

  Me sentei na velha cama e encarei a caixinha antiga que está em meu colo, logo a abrindo e vendo as fotos de Daniel e Jonah, meus meninos...

   Em uma foto o pequeno Danielzinho, o meu Jojo e a minha Anna estavam na sala, Jonah estava com os dois em seus braços enquanto assistíamos à algum programa, Jonah estava tão feliz, era o primeiro dia dos gêmeos conosco.

  E então eu vi as roupinhas dos meninos, "mommys baby" e uma lágrima escorreu por meu rosto. E então eu pude ver a ficha que falava do acidente, até hoje seus corpos não foram achados, eu passei anos pensando que eles ainda estão vivos mas Jeff disse que eles estão mortos e eu devo aceitar isso.

— Eu sinto tantas saudades de vocês, me desculpem por não ter protegido vocês meus bebês, eu falhei...- falo sendo dominada pelas lágrimas enquanto olho para a nossa foto em família, havia sido no dia do acidente, todos íamos sair mas Anna estava passando mal e eu fiquei em casa com ela, o Daniel estava tão feliz e Jonah não parava de sorrir por ter acabado de ganhar sua bicicleta.

Era para eles terem ficado em casa.

A culpa foi minha de ter mandado eles irem passear de qualquer jeito.

  Fecho a caixa e ando em direção ao quarto das meninas, eu queria mostrar para elas sobre seus irmãos, eu sempre falei para elas sobre eles mas nunca mostrei fotos, eu gostaria de mostrar.

— Meninas?- bato na porta e escuto apenas o silêncio.— Anna? Ash? Eu preciso falar com vocês meus amores...- falo e tento abrir a porta mas a mesma está trancada.— Meninas?- pergunto novamente e nada, então decido pegar a minha chave de emergência, elas constumava trancar as portas quando pequenas então eu possuo chaves reservas caso isso aconteça.

   Com a chave em mãos abro a porta e encontro o quarto vazio, apenas com o balançar da cortina e a janela escancarada.

— Meninas?- pergunto já com lágrimas nos olhos.— Mil desculpas...- falo segurando a caixinha nos braços.

Oi xuxus, como vocês estão? Espero que bem.

  Espero que tenham gostado do capítulo de hoje.

Duda ama vocês e até quinta

You Are My Song ≈ Daniel Seavey ≈Onde histórias criam vida. Descubra agora