- O medo nos faz caminhar por caminhos tortuosos Afonso.
- Pois isso me parece algo que um covarde diria,alguém que não tem caráter
Ela o olhou com raiva por um momento antes de sentir o peso de suas palavras.
- Diz o rei que abandonou seu po...
Catarina havia ido ver seu pai,queria ver como ele estava.Ela caminhava em passos apressados pelo corredor onde a pequena cela se encontrava.Parou diante das grades e esperou o guarda abrir.
-Meu pai.-exclamou ao se aproximar do velho rei,que estava lendo um livro
-Minha filha...É uma alegria vê-la e como esta o meu neto?-perguntou preocupado com os dois
-Estamos bem...O senhor tem se alimentado direito?-disse segurando carinhosamente o braço do pai.
-A comida de seu amigo é esplêndida.
-Ulisses é mesmo muito talentoso.-sorriu ao se lembrar de quando o conheceu,na época era tão simples.Catarina viu o olhar triste do pai ao falar de seu amigo.Sabia que ele sentia falta de Demétrio e o fato de ele ter sido morto quando ele foi sequestrado não ajudava.-Sei que sente falta dele,ele era um grande amigo e conselheiro.-tentou consola-lo
-De fato ele era.
-Eu fico pensando em como meu filho vai ser.-disse querendo deixar o pai mais feliz.-Será que vai parecer comigo?..Vai ser teimoso?-disse sorrindo com a possibilidade e lembrando de Afonso.Seria parecido com ele?
-Se puxar um terço de sua inteligência...Será um grande rei ou rainha algum dia.-disse orgulhoso
-E se puxar o coração bondoso do avô..será um rei ou rainha amado pelo povo.
-Olha onde minha bondade nos levou.-disse decepcionado.-Se eu tivesse lhe escutado...Estaríamos em Artena felizes.
-Meu pai não fale assim...Não pode se culpar por enxergar o melhor nas pessoas.
-Posso se isso significa que minha filha esta infeliz e o meu povo esta fugindo de sua terra!-disse se levantando
-Não estou infeliz...O senhor é tudo que tenho.
-Você tem seu filho agora..Deve proteger ele.Me deixe terminar meus dias com dignidade.-suplicou
Catarina se aproximou do pai.Pegou suas mão com carinho,estava com os olhos marejados.
-Nunca mais repita um absurdo desses.-disse firme.-Não se pode separar os pais de seus filhos e eu nunca deixaria o senhor.
Augusto se sentou na cama frustado.Catarina era teimosa e nunca recuava,discutir com ela não adiantaria nada.As palavras dela ecoavam em sua mente "Não se pode separar os pais de seus filhos"
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-Eu preciso te contar algo querida.-Catarina se sentou ao lado dele para ouvir.-Desde que Demétrio morreu isso me atormenta.
-Me conte do que se trata então.
-Quando eu era casado com Cecília eu tive um caso com uma plebeia.
