Capítulo 12 - De volta ao trabalho

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A manhã chegou e eu me despertei antes de Gio, ela estava deitada em meus braços, com sua cabeça em meu peito e eu fiquei ali, por alguns segundos, pensando na minha sorte por te-la ali.

Beijei o topo de sua cabeça, e vi que ela começou a se mexer, devagar.

- Bom dia, meu amor - ela virou seu rosto para mim, mas sem abrir os olhos.

Pode parecer exagerado, mas ouvi-la me chamando assim, de "meu amor" me deixou completamente em êxtase. Nós já havíamos nos beijado, transado e até dormido juntas, mas este vocativo pelo qual ela me chamou foi extremamente especial.

- Bom dia, minha linda! Dormiu bem?

Ela abriu seus olhos, me encarando:

- Como não dormiria bem, aqui nos seus braços?

Eu lhe dei um beijo nos lábios, ainda estava um pouco atordoada por pensar que sou o "meu amor" de uma mulher tão incrível.

- Acho melhor levantarmos. - eu disse sorrindo - Vou preparando um banho pra gente, não demora.

Quando eu terminara de separar as toalhas, sinto ela se aproximando e abraçando minhas costas, beijando meu pescoço que, devido aos meus cabelos já presos, estava com a passagem livre.

- Não faz isso, Gio, que a gente vai acabar se atrasando. - sorri enquanto virava de frente pra ela e, segurando sua nuca, lhe dei um beijo intenso e apaixonado.

Terminamos nosso banho, desta vez, mesmo cheias de vontade, não pudemos nos estender e demorar ali. Enquanto eu me vestia, Gio decidiu que a roupa que ela veio vestida, estava apropriada para o trabalho, e decidiu que se arrumaria ali mesmo.

- Parece até que você já escolheu com a intenção de passar a noite aqui - brinquei.

- E se fosse? - ela se aproximou, envolvendo meu pescoço em seus dois braços - Você acharia ruim?

- Claro que não. - eu respondi - Eu, particularmente, também não resistiria à oportunidade de passar a noite comigo - pisquei pra ela.

Decidimos que tomaríamos café na padaria que fica logo ao lado do seu prédio, então, quando chegamos, ela subiu para pegar seus materiais enquanto eu fazia os pedidos, já que o horário já estava ficando apertado.

Enquanto eu esperava na mesa, fiquei pensando em tudo que estava acontecendo. Parecia que não era real. Eu estava vivendo um sonho?

Desde a minha pré-adolescência, sempre fui viciada em paixões platônicas, que nunca dariam certo, e eu achava que o legal era isso, o impossível. Com 12 anos, meu coração batia mais forte pela namorada do meu irmão mais velho, de 25. Depois, aos 13, foi a vez de escrever poemas dedicados a minha professora de História. Com uns 15, eu desejava uma atriz famosa. Sempre foi assim, e o platônico agora estava se convertendo em algo real.

Viajando em meus pensamentos, escutei alguém se aproximar, era a garçonete, já trazendo os pedidos. Felizmente, antes mesmo que ela terminasse de servir a mesa, senti a mão de minha amada tocando meu ombro.

- Demorei muito? - perguntou.

- Na verdade, chegou exatamente na hora, como pode ver - sorri enquanto olhava aqueles lábios pintados com um batom que destacava aquela linda boca. Ele não estava ali quando a vi mais cedo.

Sai do meu transe quando a garçonete pediu licença e Gio foi se sentando a minha frente. Enquanto tomávamos nosso café, eu não conseguia tirar o sorriso do rosto, ao te-la ali na minha frente. Me perguntava se eu estava deixando transparecer que estava cegamente apaixonada.

Ao sair do caixa, em direção ao estacionamento do prédio, onde havíamos estacionado, ela indagou:

- Vamos comigo no meu carro?

- Não acho que seja uma boa ideia, Gio. - disse com um semblante um pouco sério - Nós precisamos nos esforçar um pouco mais para não levantar suspeitas assim, logo no começo. - continuei - E, aliás, hoje meu dia está cheio, não quero te atrapalhar.

- Você tem razão, lindinha. Bastaria o Sr. Rubens nos ver juntas no carro que logo logo todos estariam se perguntando o porquê de termos chegado juntas - falou com humor, sobre a fama que o porteiro tinha de "inocentemente", comentar tudo que via naquele colégio.

- Já pensou? - eu ri. Enquanto abria a porta de meu carro, lhe dei um selinho de despedida, pelos próximos 10 minutos, até chegarmos ao trabalho. Ela entrou no carro que se encontrava ao lado do meu, e saímos.

Chegamos ao colégio e, ao descer do carro, caminhamos juntas até a sala dos professores, como se fosse uma grande coincidência termos chegado juntas.

- Eu vou ficar com saudades. - eu falei baixo.

- Não tanto quanto eu. - ela respondeu.

- Você que pensa.

Chegamos na sala dos professores e ainda tínhamos alguns minutos antes da aula, mas não estávamos sozinhas.

- Bom dia, meninas. - disse Sarah - Animadas para uma nova semana?

Respondemos as duas que sim, até ouvirmos uma pergunta que nos deixou desconsertadas:

- E aí, como foi o fim de semana?

O tipo de pergunta que não tinha problema algum, mas nos deixou sem saber o que dizer, já que ele foi praticamente o mesmo.

- Foi tranquilo. - me adiantei - Estava muito cansada e quase não saí de casa, encontrei com alguns amigos no shopping e só. E o seu? - perguntei para que Gio não precisasse improvisar nada.

Alguns minutos depois, o sinal bateu e nos despedimos. A sala de Gio era praticamente do lado oposto à minha, então seguimos caminhos distintos, o que não me permitiu nem desejar a ela que tivesse um bom dia.

No meio de tudo, Você!Onde histórias criam vida. Descubra agora