Capítulo 44 - A festa

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Na manhã seguinte, estávamos aproveitando o sol na beira do mar. A praia já estava cheia, apesar de ser cedo, o que deixava o clima de feriado ainda mais presente.

— Hoje é a nossa última noite aqui, precisamos aproveitar, e eu e Pedro sabemos exatamente como — Gui nos abordava, com animação em sua voz.

— Uau! E como seria?

— Ao que nos parece, acontecerá uma balada sensacional, muitas pessoas no bar estavam falando sobre, e nós quatro vamos!

*****

Estávamos apenas nos aproximando e eu já pude perceber que a noite seria animada, ao julgar pela fila que se formava na entrada.

Logo que entramos, as músicas já estavam agradando, tocava um bom pop animado, o que fez cada um de nós pegar um drink no bar e, sem pensar duas vezes, cair na pista de dança.

Em dado momento da noite, depois de muito dançar, me afastei do grupo para poder repor meu copo que estava vazio. Enquanto esperava minha bebida no bar, observava Gio dançar animada ao lado dos nossos amigos, quando percebi uma mulher se aproximando.

Não podia ser, Manuela estava ali com ela, falava algo em seu ouvido e tudo que eu queria era sair correndo dali e ver o que estava acontecendo. Contudo, tentei manter minha calma, respirei fundo e mantive o controle. Peguei meu copo e voltei para o meu lugar. Parei no meio da pista, desacreditada. Pedro e Gui olhavam com espanto, também. Manuela havia puxado Giovana para um beijo, e aparentemente ela cedeu.

Eu continuava estática quando Giovana se afastou e me procurou com os olhos. Assim que me avistou, correu para meu encontro, mas comecei a andar na direção contrária. Quando me vi tendo que diminuir a velocidade, ao precisar desviar das pessoas, senti Giovana segurar meu braço e me virei

— O que você está fazendo? — perguntou-me

— Eu? Você está me perguntando o que eu — enfatizei esta última palavra — estou fazendo?

— Bárbara, você está tirando suas próprias conclusões de maneira errada, vamos conversar e esclarecer isso tudo.

— Eu sei o que eu vi, Giovana. E agora eu não quero conversar, só quero sair daqui. — virei-me novamente e comecei a andar entre as pessoas, despistando-me de Gio.

Fiquei de frente para a porta que dava para a área de fumantes, e resolvi sair ali mesmo. Visualizei um banco vazio e sozinho em um dos cantos e fui pra lá. Enquanto tentava digerir melhor aquela situação, algumas pessoas se aproximavam, mas eu não tinha ao menos condições de ser amigável naquele momento, muito menos vontade, então logo elas se afastavam.

Percebi outra pessoa se aproximando com mais urgência, quando olho para frente, vejo Gui um pouco aflito, dizendo que me procurou por todos os cantos e não imaginava que eu estaria justo ali.

— Relaxa, Gui. Eu só precisava tomar um ar, mas aparentemente um ar não tão puro assim. — disse enquanto tentava espalhar a fumaça que vinha para meu rosto.

— Bá, a Gio está entrando em desespero por não poder falar contigo. Conversa com ela, dá uma chance de ela se explicar.

— Amigo, explicar o quê? Eu estava lá, eu vi tudo.

— Você estava longe, não sabe o que de fato aconteceu. A Giovana foi tão surpreendida quanto nós todos, está óbvio que aquela sua ex só a beijou para causar problemas entre vocês.

Mantive-me em silêncio, no fundo eu sabia que esta era a explicação mais óbvia e provável. Contudo, isso não me tirava o direito de ficar daquela forma. Eu precisava pensar, absorver tudo e depois saber como reagir.

Gui ficou ali comigo por alguns minutos, quando Pedro e Giovana apareceram na porta. Ele os avistou e foi até lá, enquanto eu continuei sentada.

— Eles estão perguntando se você quer ir pra casa, Bá. E eu, sinceramente, acho que deveríamos, nada de bom pode acontecer aqui hoje.

Concordei e saímos dali. Durante todo o caminho, o silêncio predominava, sendo interrompido pouquíssimas vezes por algum dos meninos. Chegando em casa, me despedi e subi antes de todos, com Giovana logo atrás. Entrei no quarto e fui direto para dentro do banheiro, fechando a porta. Fiz toda a minha higiene pessoal e continuei ali, parada.

— Bárbara, por favor, abre a porta e me escuta.

Eu sabia que não poderia fugir por muito tempo, então resolvi abrir logo e deixar que ela falasse.

— A primeira coisa que quero te dizer é que sua ex tem sérios problemas. Ela veio falar comigo sobre você, Bárbara, disse que eu podia ficar tranquila, que ela não tinha mais nada com você além de carinho e amizade. Eu fiquei apenas escutando, achei que era conversa de gente que bebe e sai querendo resolver todos os problemas do mundo. Mas aí, no meio de uma frase, ela simplesmente parou de falar e me beijou. Eu tenho certeza que ela te viu chegando e fez isso para nos causar problemas.

— Eu só fico tentando imaginar se fosse o contrário, se tivesse sido eu que ela puxasse para um beijo repentinamente.

— Mas não foi, amor, essa doida veio atrás de mim, e agora eu estou aqui tendo que explicar para a mulher que eu amo que não, eu não procurei aquele beijo de 2 segundos.

— Então me fala, sinceramente, como você reagiria se fosse comigo — indaguei.

Giovana pensou um pouco e respondeu:

— Eu ficaria exatamente como você ficou, mas não deixaria de ouvir seu lado e te dar a confiança que você merece.

— Tudo bem, então, eu acredito em você. Só peço que entenda que eu não quero mais conversar hoje, preciso deitar e descansar. Amanhã é a melhor opção. — terminei esta frase afagando uma de suas mãos — Boa noite! — deitei-me.

Eu sabia que as palavras de Giovana eram sinceras, eu a conhecia o suficiente para saber que ela não me magoaria desta forma. Quanto a isso, eu estava tranquila, mas precisava ficar sozinha com meus pensamentos para poder deixar isso pra trás. Felizmente, minha namorada entendeu e respeitou meu pedido. No dia seguinte, eu estaria bem melhor.

No meio de tudo, Você!Onde histórias criam vida. Descubra agora