A terceira música do repertório já me serviu como um beliscão para que eu acordasse para a realidade. Foi Luz dos Olhos, do Nando Reis. E percebi isso quando me peguei refletindo no quanto me identifico com um dos trechos:
Os meus olhos vibram ao te ver, são dois fãs, um par.
Pus nos olhos vidros pra poder melhor te enxergar.
Luz dos olhos, para anoitecer é só você se afastar.
Pinta os lábios para escrever a tua boca em minha.Como se não fora suficiente, saí dos meus devaneios no exato momento em que ouvia:
E eu te chamo, eu te peço: Vem!
Diga que você me quer,
Porque eu te quero também!Me rendendo às palavras do moço, e vendo que Giovana também prestava toda atenção à música, eu, delicadamente envolvi minha amada em meu braço, e inclinei meu corpo em sua direção, depositando-lhe um beijo no topo da sua cabeça, e lançando um sorriso logo em seguida, que foi correspondido por um sorriso tímido, mas sincero.
Ao final desta música, me aproximei de sua orelha e disse quase em suspiros "Eu te amo!", fazendo-a virar sua face e me responder selando seus lábios nos meus.
Como que por ironia do destino, a música seguinte era um pouco mais animada e menos romântica, prendendo minha atenção a seguinte frase:
Procurando vaga
Uma hora aqui, a outra ali
No vai e vem dos teus quadrisNão pude evitar, após ouvir este trecho, ficar pensando sobre o vai e vem dos quadris daquela mulher estonteante que estava ao meu lado. Que conversava e ria despretensiosamente, sem ao menos imaginar os pensamentos libidinosos que percorriam por minha mente.
Tirei minha mão de seus ombros e repousei-a sobre sua perna. Eu a queria e a necessitava naquele exato momento. Comecei a deslizar na parte interna de sua coxa, até chegar perto o suficiente de sua intimidade. Ela disfarçava e continuava a conversa, enquanto eu apenas sorria em concordância, mas nem ao menos sabia qual era o assunto em questão. Esfregava meus dedos por cima de seu short, o que a fez me repreender tentando afastar minha mão dali.
— Quero você. — eu disse ao pé de sua orelha, já ofegante — Preciso sentir seu gosto em toda a minha boca. — aproveitava que todos estavam com a atenção voltada ao músico — Preciso te sentir dentro de mim, ou vou enlouquecer com o tesão que você está me causando.
Já arquejando, Giovana buscou minha orelha, deixando uma leve mordiscada em meu lóbulo e disse:
— Vamos embora daqui.
Aquela mulher levantou como um foguete, deixou sobre as mesas algumas notas, dizendo:
— Aqui! Paguem a nossa parte, por favor. Temos que ir.
E saiu comigo às pressas, como quem acabara de ouvir que o lugar estava pegando fogo e precisávamos sair dali com prontidão para nos salvarmos — Para ser justa, de fato estávamos em chamas e necessitávamos apaga-las subitamente.
Mesmo eu, que a provocava e insinuava coisas ao seu ouvido até pouco tempo atrás, fiquei assustada com sua atitude imediatista. Caminhávamos depressa mas, na medida do possível, apreciando aquela linda noite e a avenida iluminada e movimentada que nos reguardava.
Nós duas mal conseguíamos trocar uma palavra sequer, só pensávamos em chegar em casa o mais rápido possível e, a qualquer tentativa de assunto, percebíamos uma na outra a troca de olhares repletos de excitação.
Ao virarmos uma esquina pela segunda vez, nossos olhares se cruzaram novamente. Giovana acelerou seus próximos três passos, me puxando pela mão, causando um solavanco inesperado, fazendo-me quase cair por cima de seu corpo que já se encontrava encostado em um muro.
Ela me beijou de uma forma tão ávida que me deixou completamente entregue àquele momento. Era voraz, era sôfrego. Tínhamos urgência uma da outra.
— Se ficarmos aqui aos beijos, demoraremos ainda mais para chegar em casa — foi o que pude pensar e expressar.
Giovana assentiu e continuamos caminhando aquelas duas outras quadras que nos separavam da privacidade.
O simples ato de passar pela porta da entrada bastou para que Giovana me empurrasse contra ela, causando um estrondo com a batida, e prensasse seu corpo contra o meu.
Tamanho era o desejo que habitava em nossas bocas, segui andando com ela sem ao menos separar o encontro de nossas línguas. Passamos direto pela sala de estar. Por algum motivo não quis joga-la no sofá, mirei no balcão da cozinha que se encontrava logo em frente.
Encostei-a ali somente pelo tempo de, desesperadamente, abrir e arrancar o shorts que ela usava — e que, diga-se de passagem, era a única peça que cobria sua parte de baixo. — Usei de minha força para levanta-la e coloca-la sentada. Com uma das mãos tentei tirar sua blusa e logrei com uma pequena ajuda sua, já que minha outra mão encontrava-se ocupada em seu clitóris pulsante.
Deixei aquela minha perdição completamente nua na cozinha. Minha língua passeava por toda a extensão de sua intimidade, enquanto eu estocava os dedos de uma mão em um ritmo frenético.
Giovana jogou seu corpo para trás, a fim de apoiar-se em seus cotovelos e facilitar minha entrada, levando ao chão duas das taças que se encontravam ao lado dela. Com o susto, Giovana tornou a levantar seu tronco, me olhando assustada e trazendo seus braços para frente. Derrubando, desta vez, a garrafa de vinho em minha direção.
Com um ato de reflexo quase heróico, com minha mão desocupada e o auxílio de minha coxa, consegui barrar a garrafa que caia, evitando que o vinho se derramasse por inteiro. Antes de apoia-lo novamente sobre a mesa, derramei sobre sua barriga a última corrente de líquido contido na garrafa.
Passei a lamber todo o vinho de seu corpo até chegar novamente em seu sexo, sem cessar o vai-e-vem de meus dedos dentro dela. Ela, apertando o volume dos meus seios ainda cobertos pela blusa, contorceu seu corpo indicando a chegada de um orgasmo arrebatador.
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No meio de tudo, Você!
Roman d'amourBárbara, recém-formada na universidade, começa sua vida profissional como professora em seu antigo colégio. Lá, ela se aproxima de Giovana, sua colega que, em meio a um pouco de caos em sua vida, encontra na cumplicidade de Bárbara o caminho para su...