No meio de tudo, Você!

Capítulo 6 - Inevitável Atração

Estamos a caminho do restaurante, desta vez pude convence-la a ir comigo no meu carro, já que agora perto do horário de almoço seria complicado achar uma vaga para estacionar, duas então...

Já nas primeiras quadras, ela me pergunta:

- Mas e você, hein? Namora?

- Não - respondi - já tem um tempo que estou solteira.

- Mas então sua vida amorosa deve ser bem agitada, porque, pra uma mulher como você, não devem faltar candidatos, né? - falou curiosa.

- Bom, agitada não é, acho que eu me tornei uma pessoa muito seletiva, então não é qualquer rostinho e corpinho bonito que me conquista. - falei com um sorriso no rosto.

- Isso é bom, eu acho. - pausou por um tempo - e seu último relacionamento foi longo?

- Namoramos durante 2 anos na faculdade, no último semestre de namoro, ele combinou nossas grades e nós nos encontrávamos em todo horário livre que tínhamos - revirei os olhos -. Acho que, quando não estamos com a pessoa certa, este contato muito frequente acaba acelerando o término.

- Eu nunca saberia... - me respondeu com um sorriso, mas eu pude sentir que aquilo a deixava muito triste - não vejo meu noivo há 3 semanas.

Aproveitei que estava parada em um semáforo fechado, olhei nos olhos dela, e tocando seu ante-braço, disse: - Vai ficar tudo bem! - pisquei, mostrando que estava ali, apoiando-a.

Chegamos no restaurante. Notei que era um que eu ainda não conhecia, mas sempre tive vontade de ir. Comentei isso com ela, que se mostrou feliz de estar me proporcionando esta oportunidade.

Almoçamos e continuamos conversando por um tempinho, mas nenhum assunto sério, apenas jogando papo fora. Descobri que estávamos acompanhando algumas séries em comum, e que nosso gosto musical era muito parecido, o que me deixou ainda mais animada com minha nova amiga.

Depois de leva-la novamente ao seu carro, nos despedimos com um abraço apertado, enquanto ela agradecia a minha companhia, o que fez com que meu coração batesse mais forte, não sei se ela percebeu.

Chegando em casa, eu me dei conta de que já estava completamente envolvida emocionalmente. O que eu iria fazer? Eu estava desejando minha colega de trabalho, com quem criei uma amizade incrível, e que, além de tudo, era comprometida.

Eu sempre me senti atraída por mulheres, mesmo quando eu não entendia direito o que era atração. Mas como ela, nenhuma.

Me peguei sorrindo, enquanto divagava sobre tudo que houve naquela manhã e comecinho de tarde. Sobre a conexão incrível que tivemos uma com a outra. Sobre o quanto eu estava apaixonada.

- EU NÃO POSSO! - falei pra mim mesma. Como eu não conseguia enxergar o que está na minha cara? Ela é minha colega. Comprometida. Hétero. Mas linda. Ótima pessoa. Compartilha meus gostos. Ah, eu já não podia evitar.

Passei o resto da tarde toda pensando na Gio, no que ela havia me contado, em quanto eu a desejava, e em como eu deveria me portar diante dela, para conseguir disfarçar este sentimento que me assolava.

A noite chegou, eu tentava evitar meus pensamentos, mas volta-e-meia, eu me via revivendo algum ponto daquela conversa que tivemos. O meu preferido era o abraço de despedida, foi tão apertado, tão carregado, tão real... Fui despertada deste pensamento com meu celular indicando uma mensagem. Quem dera fosse ela - pensei.

1 nova mensagem

De: Rafa

Heyyy! Estamos pensando em ir tomar algo naquele pub que o Fer gosta, tá a fim???

Responder

Oi, Rafa! Puts, acabei de pedir comida. Acho que hoje fico em casa em um date com minha Netflix hahaha. Mas marcamos algo amanhã?? Bjooo

Enviar

Assim que meu jantar chegou, sentei-me no sofá e me preparei pra maratonar uma das nossas séries em comum. Só para ter mais este assunto na segunda-feira. Não percebi quando foi, mas peguei no sono depois de alguns episódios. Quando dei por mim, já era de manhã.