Capítulo 22

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Juliana 🐍

Peguei meu outro celular e disquei o número do meu pai.

📱Ligação 📱

Paulo: Alô?
Ju: Pai, ele me expulsou de casa, deu tudo errado.
Paulo: Como assim? Você é tão inútil a esse ponto?
Ju: Não fala assim.- Falei já chorando.-
Paulo: Você só sai daí quando todos esses bandidinhos de merda estiverem presos.

📱Ligação 📱

Coloquei o celular na cômoda e me sentei chorando.

Droga Juliana, sua burra.

Eu nunca quis vim pra cá, sempre quis estudar e me formar.

Como minha mãe.

Mas meu pai me obrigou a vim passar informações pra ele.

Quando vi o branquinho, tudo mudou.

Não passei se quer uma informação.

E se passei, passei errado.

Eu precisava contar isso pra alguém.

Branquinho iria me matar sem ao menos eu explicar.

Bati na porta da boca.

Igor: Só entra quem é virgem.- Gritou de lá de dentro.

Abri a porta e eles me olharam.

Peu: Nem entra.- Respirei fundo.

Ju: Eu preciso conversar com você.- Falei baixinho.

Peu: Pô Juliana, você não tá grávida e eu não vou te bancar, jaé? Você tá gorda, grávida não.

Ju: Eu não estou nenhum dos dois.- Murmurei.

Igor: Entre aí.- Suspirei entrando.

Ju: Vocês lembram que a regra não permite bater em mulher, não é?

Peu: Em mulher de família.

Eu acho que ele não gosta muito de mim.

Ju: Me escutem primeiro, antes de qualquer coisa.- Peu negou com a cabeça e recebeu um tapa do Igor.- Meu pai me obrigou a vim pra cá e passar informações.

Falei rápido, Pedro se levantou rápido e voou pros meus cabelos.

Peu: Quem é teu pai e o que tu falou?

Ju: Nada, eu juro.- Falei deixando as lágrimas.- Ele é o Paulo, delegado.

Igor: Solta ela.- Bateu no braço do Peu, de leve.

Ju: Eu juro a vocês, eu nunca quis vim pra cá ou algo do tipo, eu sempre quis me formar em gastronomia e ir pra fora, como minha mãe. Ele me obrigou, me expulsando de casa. Ou eu vinha ou era pra rua.- Falei chorando.- Mas eu nunca dei qualquer informação que seja.

Igor: Ela deve não tá mentindo pô, nenhum carregamento deu errado nem nada, e o branquinho nunca que falaria disso com ela.

Ju: Eu só quero ajuda de vocês, eu vou o mais longe possível daqui.

Peu: Eu nem gosto de tu, não vou te ajudar.

Igor: Independente se tu passou alguma informação ou não, tu veio pra cá pra isso, tu vai ser cobrada e depois nós ver o que faz.- Assenti.

Peu: Corta o cabelo.- Olhei pra ele desesperada.

Ju: Não, meu cabelo não, por favor.... É a única coisa que eu tenho dá minha mãe, qualquer outra coisa.

Pelo que eu sei, Peu é maravilhoso com a família, mas é frio pra porra também.

Igor desviou o olhar e foi saiu pro quartinho.

Eu continuava chorando, Peu me levantou pelo braço e foi me levando sem muito força até a pracinha com fumaça atrás.

Heitor: Ih, se fudeu otária.- Ele tava encostado no poste fumando e assim que me viu não perdeu a gracinha.- Fez o que?

Igor: Depois te explico.

Fumaça era o mais cabeça de todos eles, na moral.

Ele sabia que se contasse pro branquinho ele ia me bater até me matar.

Mesmo sem eu ter passado informações.

Eles me sentaram na cadeira, eu já não tinha nem forças, só baixei a cabeça e fiquei esperando.

Eles ligaram a máquina e puxaram minha cabeça pra cima, nesse mesmo momento a Beatriz parou do meu lado.

Bea: Não vai cortar todo.- Falou autoritária com o Peu.

Peu: Não te mete.- Revirou os olhos.

Mari: Não vai cortar essa porra toda, quem tá falando sou eu.- Apareceu de braços cruzados.- No máximo dois dedos acima do ombro.

Peu: Pô coroa...- Ela cortou ele.

Mari: Ou é isso, ou é nada. Fumaça já me contou o que ela fez, e eu tô dizendo, se cortar mais que o que eu falei...- Comecei a ignorar ela no momento em que senti meu cabelo indo pro chão.

Eu sentia meu cabelo sendo cortado, Beatriz olhava mordendo os lábios, Mariana me olhava preocupada e Branquinho me olhava sério.

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