Capítulo 35

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×2 semanas depois×

Beatriz 🌈

Gaspar acordou a uma semana atrás.

Todo eufórico, maluco.

Hoje ele foi liberado e estamos indo pra casa dele.

No chapadão.

Nada mudou.

A barriga da Duda a cada dia cresce mais, assim como a preocupação dela com a mãe, já que a viagem está bem próxima.
Tia Rayanne realmente sumiu da vista de todos.

E isso faz com o que o tio Nathan fume, beba, se droge e vá na maioria das missões.

Das mais arriscadas, até as mais leves.

Sem medo da morte.

E isso me preocupa.

***

Gaspar: Fala o que tu tem aí.- Deitou do meu lado e tomou o celular da minha mão, jogando na cômoda.

Quando eu própria me perguntei o porque eu contaria o que aconteceu entre mim e o Heitor, eu tive uma resposta de mim mesma.

Eu não quero perder a confiança que eu construir com o Gaspar.

Quero que ele seja sincero comigo em tudo.

Como eu posso querer cobrar isso dele, se eu não sou com ele?

Então sim, eu vou contar.

Bia: Quando você levou o tiro, o Heitor foi falar comigo...- Ele mudou a postura.

Assim como eu manti minha postura firme.

Meu pai sempre disse que eu nunca deveria mudar minha postura por alguém.

Seja por medo ou outra coisa.

Que eu sempre tenho que ser segura, confiar em mim mesma.

E apesar de qualquer coisa.

Nunca abaixar a cabeça.

"Se alguém levantar a mão pra te bater e essa pessoa não for eu ou tua mãe, descarregue um oitão na cara dela. "

Frase do meu pai.

Que aliás eu tenho tatuado.

Bia: Ele foi conversar comigo e me ajudar, eu tava de tpm e muito triste por sua causa. Acabou que ele me e perguntou o que eu sentia, e eu fui totalmente sincera em dizer que não amava ele como meu namorado, apenas com primo, ele pediu um beijo...- Ele me interrompeu.

Gaspar: Comé quié?

Bia: Eu neguei, é claro. Mas ele foi pegar o chocolate da minha mão e eu puxei de volta, fazendo com o que ele caísse em cima de mim, nós demos tipo um selinho rápido, mas ele me empurrou e disse que eu tava certa, que era errado...

Claro, eu disse que iria contar a verdade.

Mas não vou deixar o Heitor se fuder.

Os olhos do Renan mudaram, o corpo dele ficou rígido, o que me assustou.

Gaspar: Eu vou matar ele.- Falou cerrando os dentes e se levantando.

Me levantei junto e parei na frente da porta.

Bia: Se acalma Renan.- Minha voz deu uma vacilada.

Ele me encarou e segurou meu pulso com firmeza.

Gaspar: Você é outra vadia.- Olhei pra ele incrédula.

Virei o tapão na cara dele.

Empurrei ele que colocou a mão no rosto e voltou a me encarar.

Bia: Nunca mais encoste em mim.- Falei entre dentes.

Gaspar: Eu vou te matar.- Deu um sorriso.

Caralho.

Me assustei de uma forma tão radical que puta que pariu.

Mandei dedo pra ele e sai fechando a porta.

Desci as escadas correndo, quando eu tava chegando na porta eu vi ele atrás de mim.

Corri mais rápido e a porta foi aberta, me bati com uma muralha que quase me derrubou.

Coloquei a mão na cabeça sentindo uma tontura, vi que eu me bati com o cobra e ele percebeu que eu ia caindo.

Ele me segurou.

Cobra: QUE PORRA É ESSA? - Falou alto.

Gaspar: Ela me traiu e ainda me bateu, filha da puta.- Fechei os olhos sentindo meu corpo ficando mole.

Bia: Eu não te trair desgraça. Você me machucou.- Falei ainda de olhos fechados encostada no cobra.

Cobra: Bia? O que tu tem? - Segurou meu rosto.

Respirei fundo.

Gaspar: Colfoi vida? - Se aproximou de mim.

Mas a gente não tá brigando?

Comecei a sentir meu corpo formigar, Renan se aproximou e eu deitei a cabeça no ombro dele.

Gaspar: Desculpa, não fiz por mal.- Me abraçou.

Cobra: Toma.- Me entregou água.

Bebi o copo de água e coloquei na bancada.

Os dois me encaravam preocupados, Gaspar me abraçou novamente.

Eles ficaram tentando entender o que aconteceu ali, enquanto eu só tentava ficar acordada.

Filipe foi embora depois de ameaçar o cobra dizendo que se ele encostasse em mim, iria cortar o pau dele.

Gaspar: Você tá grávida? - Olhei pra ele.

Bia: É Gaspar, tô.- Menti.

Ele abriu mó olhão e tirou o boné jogando do outro lado da sala.

Gaspar: Puta que pariu, mais um...- Sussurrou.

Bia: Tô zoando, eu não tô grávida. Que história é essa de mais uma Renan? - Cruzei os braços.

Gaspar: Agora não Bia, tô pilhadão.- Encarei ele que desviou o olhar.

Bia: Jaé, tô indo pra casa.- Desci do sofá ajeitando minha roupa.

Gaspar: Vai mesmo, eu tô bolado com você.

Bia: Suave, mas escuta uma coisa: A próxima vez que você pensar em encostar a não em mim de novo, você vai se fuder bonito...- Ele segurou meu rosto levemente.

Gaspar: Digo o mermo pra você.- Ele beijou minha testa e depois me beijou.

Eu nunca vou entender, sempre quando estamos brigando, agimos como se estivesse tudo normal.

Abracei ele e ele puxou meu cabelo.

De certa forma, nunca vamos brigar realmente.

Sempre vai acabar em beijo.

Ou até em morte.

Dele, é claro!

Meu Recomeço. Onde histórias criam vida. Descubra agora