Capítulo 51

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Heitor 🐲

Fiquei malzão com o bagulho da Bia.

Aí quando eu fui ver, o cuzão do Gaspar nem pra ir lá pô.

Tive um papo com ele.

Falei pra ele tudo que eu deveria ter feito com ela e não fiz.

Falei pra ele fazer ela feliz...

Ju: Eu tô indo embora.- Murmurou colocando a cabeça pra dentro do quarto.

Sabia nem o que falar.

Heitor: É...- Falei uma coisa totalmente estranha.

Ela me encarou como se quisesse escutar algo saindo da minha boca também.

Heitor: Fé pá tu.- Foi o que saiu.

Ela deu os ombros e saiu.

Assim que escutei a porta principal batendo eu pulei da cama e peguei meu raidinho.

***

Heitor: Aí, não deixa a Juliana pisar pra fora do morro.
Tito: Que Juliana? A tua ex?
Heitor: Não pô, tua mãe.

***

Escutei risada pelo raidinho e neguei com a cabeça.

Peguei as peças e joguei um boné na cabeça.

Desci as escadas correndo e sai andando mermo, gasolina tá cara pra gastar com ela.

...

Depois de comprar um açaí desci tranquilão até o pé do morro tomando meu açaí, cheguei já ouvindo gritos.

Ju: Me deixa ir embora.- Eu ri e encostei no poste.

Tito: Ordens do patrão.

Ju: É o Peu? O que ele quer? Nem de mim ele gosta. - Até ela sabia disso.

Boquinha: Branquinho.- Ela bufou.

Ju: Embuste, acabei de sair de lá.- Encostou a mala na calçada.

Quando ela olhou pra mim veio correndo na minha direção, já protegi o rosto né, mas ela pegou o açaí da minha mão.

Heitor: Tu não vai.- Falei olhando ela comer.

Ju: Vou sim, você não manda eu mim.- Falou de boca cheia.

Heitor: Tá.- Debochei.

Fiquei esperando ela terminar de comer, quando ela terminou e jogou o bagulho no lixo eu fui pra cima dela e joguei ela no meu ombro.

Ju: BABACA, TÔ DE SAIA.- Gritou de debatendo.

Heitor: Se algum malandro olhar, eu furo os zoí.- Ameacei indo buscar a mala dela.

Com uma mão levava a mala e com a outra segurava ela que tava me arranhando.

Heitor: Ou filha da puta.- Dei um tapa na bunda dela.

Ju: Branquinho.- Choramingou.

Heitor: Quié mina chata?

Ju: Me coloca no chão, não vou correr.- Suspirei.

Heitor: Na moral?

Ju: Namoral!

Coloquei ela no chão da praça e fui ajeitar minha roupa, quando vi ela correndo fui pra perto dela.

Ela tava aonde era os balanços das crias, puxei ela fazendo ela ficar com a bunda no meu pau e ela ainda se debatia.

Heitor: Macaquinha.- Puxei o cabelo dela.

Ju: Heitor...- Falou manhosa e eu virei ela de frente pra mim.

Ela semicerrou os olhos e eu beijei ela.

Colé, tava com vontade.

Beijei ela na frente de todo mundo mermo, era de tardezinha ainda, vários comédia olhando.

Segurei a nuca dela e ela colocou a mão na minha cintura me puxando mais pra si.

Heitor: Tu não entendeu que do morro tu não sai.- Descolei nossas bocas.

Ju: Ah pronto, a madame vai querer me manter presa agora? - Balancei a cabeça.

Heitor: Tu não tem escolha.- Ela fechou a cara.

Eu ainda tava com as mãos na nuca dela e ela com as mãos na minha cintura, no meio das crianças e dos traficas.

Ju: Pelo menos me beija de novo então.- Murmurou contra minha boca,

Heitor: Eu não.- Fiz careta e ela atacou minha boca.

Porra beijo bom, vou comer ela aqui mermo.

Nos soltamos de novo e ela saiu bufando, alá maluca.

Ela foi na frente enquanto eu tinha um risinho.

Do outro lado da praça a Bia tava com um moletom e uma calça jeans do lado do Gaspar.

Ela ficou me olhando e eu balancei a cabeça pros dois.

Depois me capei atrás da louca.

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