7 - Aconteceu você

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—Lucy! — Virei para me deparar com um rosto conhecido. — Oi!

—Oi — respondi, incerta sobre o nome dele.

—Tales, caso você tenha esquecido — falou sorrindo.

—Sim, Tales, eu só estou um pouco corrida hoje, desculpe.

—Tudo bem. Te vi saindo da sala do Derek, não sabia que vocês se conheciam.

—Sou prima da Barbie — contei.

—Ah! Nossa! Que mundo pequeno.

—Pois é.

Ele deu um sorriso ainda maior, era realmente um homem muito bonito.

—Olha, Lucy, fiquei muito chateado por não ter pedido seu telefone naquela noite — disse, passando a mão pelo pescoço, parecendo sem jeito. — Foi uma ótima noite.

—É, foi mesmo.

—Então, já que a vida nos deu outra chance, posso pedir seu telefone?

Nesse momento, avistei Derek parado na porta de sua sala, nos observando.

—Claro, Tales. Será um prazer.

Ele pegou o celular e dei meu número, depois trocamos dois beijinhos e fui embora, ciente do olhar de Derek ainda em mim.

Quando cheguei ao carro, meu celular tocou. Era ele, mas não atendi. Continuou tocando por um tempo, até que parou. Fui direto para editora e Nanda me viu passar, deixando Eduardo, nosso capista e diagramador, na mesa central sozinho.

—Que cara é essa? — perguntou, fechando a porta da minha sala.

—Raiva!

—Mais?

—Mais!

—Então a conversa não funcionou?

—A conversa acabou em um amasso no sofá, interrompido pela chegada da Barbie.

—E ela flagrou vocês?!

—Não. A secretária dele anunciou e eu me escondi no banheiro — contei, sentando e jogando o celular em cima da mesa. — Depois que ela foi embora, eu saí, disse a ele que isso tudo tinha que acabar e encontrei o Tales.

—Tales?

—O deus de ébano.

—Ahhhh! Ele trabalha com o Derek.

—Isso. E Derek me viu falando com ele e trocamos telefone, quando estava no estacionamento, o idiota ficou me ligando sem parar. Precisei desligar o celular.

—Ele deve estar se mordendo de ciúme.

—Mas ele não tem esse direito, Fernanda.

—Eu sei! Não precisa me chamar pelo nome, que a culpa não é minha! — defendeu-se.

—Desculpa, Nanda. Só estou uma pilha de nervos! Estou tão irritada por ter me metido nessa situação! — Sentei em minha cadeira. — Foi tão horrível ficar escondida, enquanto ouvia ele chamando a Barbie de amorzinho, beijando, sendo um noivo que ama sua noiva, sabe?

Minha amiga sentou de frente pra mim e apoiou o cotovelo em cima da mesa.

—Ficou com ciúme?

—Não é isso. Eu me senti uma pessoa horrível. Ela é minha prima e estava ali só pra dizer ao noivo que o ama. Enquanto ele se agarrava comigo. Foi deplorável.

O estranho da bibliotecaOnde histórias criam vida. Descubra agora