Derek Silver
Três dias se passaram sem qualquer sinal de Lucy. Todas as minhas tentativas de mensagens eram ignoradas, minhas ligações caíam em caixa postal e minha insistência para que Talita me dissesse alguma coisa também resultava em nada. Minha irmã me garantia que também não sabia onde ela estava e que o único contato que tinham era por e-mail, sempre falando de trabalho. Só o que consegui foi o e-mail de Lucy, para o qual eu mandava cerca de três mensagens por dia, todas ignoradas.
Eu não sabia mais o que fazer.
Minha rotina se resumia a turnos alternados no hospital com meu pai, visitas diárias a minha mãe e períodos curtos no escritório. A confusão da mídia já começava a diminuir e para meu alívio surgiu um escândalo envolvendo um político e uma modelo, com muita farra e drogas, o que fez os holofotes mudarem de foco.
Havia sido difícil contornar as coisas na empresa, pois ao menos dois clientes ameaçaram encerrar seus contratos. E Tales foi fundamental para que conseguíssemos mantê-los em nosso quadro. O que me levou a tomar uma decisão sobre meu assistente, então liguei para ele naquele fim de expediente e esperei que viesse até minha sala.
— E aí, cara? O que manda?
— Pode sentar, quer um copo de vodca? Uísque?
— Uísque com duas pedras de gelo, por favor. Estou exausto e hoje ainda é quarta-feira.
— Esses dias foram pesados — concordei enchendo dois copos com a bebida âmbar e pedras de gelo, estendi um para ele e voltei a sentar com o meu. — Não achei que fosse conseguir sobreviver a tanta confusão.
— Mas conseguimos, meu caro. Estamos vivos e fortes! Respirando sem ajuda de aparelhos.
Sorri. Tales era sempre daquele jeito. Solto, descontraído e com bom humor.
— Sou muito grato a você por esse apoio, Tales. Foi fundamental para que eu conseguisse encarar tudo que aconteceu nesses dias — agradeci.
— Imagina, Derek. Pareço meio desligado e irresponsável, mas sou seu amigo e amo meu trabalho, então tudo que fiz foi com prazer.
— Eu sei e por isso estamos aqui.
Tales franziu a testa.
— Não entendi.
— Temos crescido, muitos clientes novos, muitas contas para cuidar e depois de todos esses dias, percebi que não consigo fazer isso sozinho. Você começou isso comigo e nada mais justo do que agora colher os louros também — expliquei. — Por isso quero saber se você topa ser diretor geral.
Tales arregalou os olhos surpreso e logo abriu seu largo sorriso.
— Cara! Você está falando sério?
— Muito sério.
— Derek! Isso é sensacional! Caramba! Uma promoção dessas! Nem acredito!
— Você merece!
— Precisamos comemorar, cara. Vamos, eu pago uma rodada no bar, vou chamar o pessoal.
— Pode ir e se divertir, prefiro ir pra casa.
Ele parou de sorrir e me olhou.
— Ainda sem notícias?
— Silêncio total.
— Isso é uma merda.
— Pois é.
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O estranho da biblioteca
RomanceEm uma noite chuvosa, a luz da biblioteca acabou e dois estranhos tiveram um momento, inesquecível e quente, juntos. Cinco anos se passaram e Lucy reencontra Derek, que agora é noivo de sua prima, Bárbara. Como madrinha do casamento ela não pode se...