6 - Sou uma vadia

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—Eu vou para o inferno!

Falei, entrando no apartamento de Nanda, na manhã seguinte.

—O que? — perguntou, fechando a porta atrás de mim. — Como assim?

—Sou uma vadia e vou para o inferno por isso!

—O que aconteceu agora, Lu?

Virei para ela.

—Fiz sexo por telefone com ele.

Minha amiga abriu a boca e os olhos em surpresa.

—COMO ASSIM, LUCY?! Com ele, ele? Aquele ele? O estranho? Ou melhor, o Derek? É dele que estamos falando?

Assenti e me joguei no sofá, enfiando a cara na almofada.

—Menina! Que loucura foi essa?! — perguntou, sentando ao meu lado e me puxando. — Olha pra mim, Lu!

Olhei.

—Sou uma vadia! — repeti.

—Não, você não é. Você só se deixou levar por uma ligação... Quer dizer, foi só pelo telefone?

—Foi. Mas ele quer me ver — contei.

—E o que você disse?

—Que não. Que tinha sido uma loucura.

—Mas bom?

—É. Um louco delicioso e diferente. — Soltei o ar. — Como pode ser tão bom até por telefone? — questionei. — Como esse cara pode conseguir fazer essas loucuras comigo? Como?

—Não sei, amiga. Mas você parece iluminada.

—Mas ele é noivo da minha prima!

—Esse fato nós já sabemos, Lucy! Para de ficar se repetindo.

—Eu preciso repetir pra parar com essa maluquice! — falei. — Não posso ter orgasmos nem pelo telefone, com o noivo da minha prima. Isso me torna uma vadia de quinta categoria!

—Não vamos exagerar. Afinal, ele não é nenhum santinho.

—Barbie é minha prima!

—E noiva dele!

—Ok. Então somos dois vadios que vão para o inferno de mãos dadas.

—Depois de alguns orgasmos deliciosos pelo caminho — brincou e riu.

—Para! — Empurrei minha amiga e ri.

—Mas vamos ser claras aqui. Quem ligou pra quem?

—Ele me ligou, queria saber do presente.

—Hum... E como acabou em sexo?

—Não sei, foi acontecendo, ele perguntou onde eu estava, uma coisa levou a outra e as velas aromáticas, ai... Não sei... O que faço agora, Nanda?

—Vem perguntar pra mim?

—Pra quem mais?

Ela deu de ombros.

—Não faço ideia, Lu. Só sei que esse cara está tão na sua, quanto você na dele.

—Sou apenas um escape pra pressão do casamento, uma lembrança sexy e ardente da vida de solteiro dele — falei e percebi que era aquilo mesmo. — Droga! É isso, não é?

Nanda arqueou as sobrancelhas.

—Não sei, Lu. Pode ser.

—Claro que é! É exatamente isso! Aquele idiota quer me usar pra relaxar da tensão pré-casamento. Sou resultado do medo dele. Medo que todo homem tem quando chega perto de casar. Que canalha!

O estranho da bibliotecaOnde histórias criam vida. Descubra agora