31 - Cansando o corpo

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O toque dos dedos dele sobre minha pele produziam uma espécie de magia, pois cada centímetro meu estava queimando. O desejo difundido em meu corpo, como se eu existisse apenas porque ele me tocava. Suspirei. O cheiro dele impregnava meus sentidos e sentia que voltava ao lugar certo, quando seus lábios passeavam pela minha barriga, produzindo ondas de prazer, nublando meus pensamentos, me tornando maleável ao que ele quisesse fazer de mim, comigo. Arfei quando sua língua lambeu meu seio, os mamilos já enrijecidos pelo tesão, foram mordiscados como uma tortura deliciosa. Enquanto sua mão direita descia por entre as minhas pernas, tão lentamente que me fazia ofegar de vontade. Tocou-me com movimentos circulares, enquanto sua boca alternava entre meus seios, até que enfiou dois dedos em mim, tão surpreendente que me fez gemer. Continuou com a doce tortura, enquanto meus sentidos eram arrebatados pelo corpo dele sobre o meu, o calor que emanava diretamente para mim. Murmurei seu nome quando gozei:

—Derek...

Abri os olhos, arfando e com o coração acelerado. O sonho havia sido tão real que por alguns instantes achei que ele estivesse ali em meu quarto. Mas não. Tudo estava vazio, fazendo eu me sentir completamente só.

Levantei com as pernas bambas, me sentindo completamente excitada e molhada, querendo ele ali, para de fato resolver minhas carências. Será que nunca mais eu conseguiria pensar em sexo sem pensar em Derek?

Fui até a cozinha e tomei um copo de água bem gelada. Queria que aquela sensação de fogo passasse, que meus batimentos acalmassem, mas só conseguia me sentir ainda mais inquieta. Peguei o celular e verifiquei as horas, 4h40. Ainda faltava um pouco mais de duas horas até meu horário de levantar, mas eu sentia que não conseguiria voltar a dormir, tamanha energia em meu corpo.

Precisava gastar aquele tesão de alguma maneira. Ainda fitando o celular, pensei em ligar para ele. Sabia que bastaria uma ligação ou mensagem que Derek apareceria ali. Quer dizer, talvez, já que ele tinha dito que tinha acabado de vez. Poderia tentar, quem sabe.

Abri a agenda do celular e achei o número dele. Pensei por alguns segundos e voltei a bloquear o aparelho. Não podia. Seria como retroceder diante de tudo que eu havia tentado durante aqueles dias. Tudo bem que não estava dando muito certo, ficar longe dele, mas ao menos estava tentando.

Qual seria a solução para meu estado de total alerta?

Em um pensamento rápido, decidi colocar meu corpo para funcionar de alguma maneira. É claro que me tocar e alcançar um orgasmo, seria fácil, mas sentia que depois de ter as mãos de Derek em mim, ao menos em sonho, seria difícil conseguir suprir minha real necessidade.

Então, fui até a sala, deitei-me no tapete e colocando as mãos a minha nuca, respirando fundo, iniciei uma sequência acelerada de abdominais. Não era um exercício que eu tinha costume de praticar, mas era o possível dado o horário e as condições em que meu corpo estava. Comecei com sessões de dez, parando por trinta segundos, depois aumentei para vinte, parando por quinze segundos, até chegar a sessões de trinta com pausas de dez segundos apenas. Não sei quanto tempo fiquei naquele martírio físico, mas só parei quando meus músculos começaram a tremer involuntariamente pelo esforço.

Estava exausta, suada e fitava o teto com o coração batendo apressado, mas ao menos a tensão sexual tinha desaparecido. Respirei fundo, sentindo-me aliviada, seguindo para o banheiro, tirei a camisola encharcada pelo suor e entrei no banho frio.

Quando saí, estava pronta para começar a semana com o que ela tivesse reservado para mim.

XXXXX

A segunda-feira foi cheia de muito trabalho. Todos os preparativos para ida de um dos nossos autores, Túlio Fonseca, para Berlim, estavam deixando todos em polvorosa. Apesar de Túlio arcar com as passagens, nós enviaríamos um representante da editora, custearíamos a hospedagem e alimentação, agindo não apenas como a editora, mas como agentes que o representavam.

O estranho da bibliotecaOnde histórias criam vida. Descubra agora