Abri os olhos, sentindo todo meu corpo sorrir. Pela janela, vi que o dia estava amanhecendo. Espreguicei-me e virei, ele estava acordado, me olhando e sorrindo.
—Bom dia — falei.
—Bom dia.
Aproximou-se e me deu um beijo suculento.
—Isso foi realmente inesquecível — disse, me puxando para colar ao corpo dele. — Uma noite memorável, como se tornam todos os momentos em que você está, Lucy.
Aconcheguei-me ao peito dele, fechando os olhos para sentir o coração batendo ritmado.
—Foi incrível, Derek — concordei.
Afastei-me para olhá-lo.
—Mas...
—Shiii, não diga nada, não agora, não ainda, por favor... O mas existe, só não precisamos falar dele ainda, o dia nem nasceu.
Sorri.
—Ok. Vamos esperar o dia nascer.
Virei para a janela e ele aninhou o corpo ao meu, ficando de conchinha. Podia sentir a respiração dele em meu pescoço.
—Desenhar — ele disse.
—Como?
—Naquele dia você me perguntou qual é a minha paixão — explicou. — Estou respondendo, amo desenhar.
Troquei de posição, ficando novamente de frente para ele.
—Você desenha?
Ele aquiesceu e sorriu.
—E desenhei você depois daquele dia.
—Da biblioteca?
—Sim.
—Uau! Você é mesmo uma caixinha de surpresas e a cada coisa nova que descubro, me... — Parei, ciente de que minhas palavras seriam apressadas e descuidadas. — Me pego surpresa diante de tantos talentos.
—Não seja tão exagerada, cozinhar não é um talento, não quando existem tantas pessoas que realmente fazem isso divinamente — ponderou. — E desenhar é um passatempo, algo que me transporta para outro mundo, que me deixa leve e me faz sentir capaz de qualquer coisa.
—Assim como os livros fazem comigo — completei.
—Exatamente, então você entende.
—Sim, entendo. E o que você fez com o desenho que fez de mim? — perguntei curiosa.
—Guardei.
—Sério?
Ele balançou a cabeça, confirmando.
—Isso é tão... Ah, Derek, nem sei dizer o que isso é...
As palavras me faltaram, como em poucas vezes. Então o beijei. Beijei para agradecer pelo carinho, mesmo sem saber quem eu era, beijei para demonstrar meu afeto, beijei porque quando as palavras faltam, os gestos podem traduzir o coração.
Quando nos afastamos, Derek me olhava daquele jeito melancólico de antes.
—O que houve?
—O dia amanheceu — disse, afagando meu cabelo bagunçado.
—É, amanheceu.
—Não quero que meu dia comece, nem quero sair dessa cama ou ir para o escritório.
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O estranho da biblioteca
Любовные романыEm uma noite chuvosa, a luz da biblioteca acabou e dois estranhos tiveram um momento, inesquecível e quente, juntos. Cinco anos se passaram e Lucy reencontra Derek, que agora é noivo de sua prima, Bárbara. Como madrinha do casamento ela não pode se...