Capítulo 15

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Acordo muito assustada, mais que o normal, dessa vez eu vi algo a mais, algo que destruiu o meu interior e triturou os meus sentimentos. Olho para os lados e paro o meu olhar na janela aberta.
Meu coração chega à boca quando o vejo, era ele. Ele... Aqui no meu quarto. De paletó preto, com uma máscara cobrindo seu rosto, ele segurava algo que não consegui identificar. Ele olhava para mim e eu fazia o mesmo sem conseguir gritar ou me mover.
Vejo quando ele levanta uma das mãos e alcança a máscara. Meu coração acelera cada vez mais. Ele tira a máscara e sinto uma enorme vontade de vomitar, ele não tem rosto.

Fico apavorada com aquilo e deito me cobrindo toda com o cobertor. Depois de alguns segundos, tiro a coberta do meu rosto e olho para a janela. Não tinha nada. Suspiro aliviada. Levanto da cama com cuidado, vou até a janela e a fecho. Volto para minha cama e tento dormir, mas é impossível.
Depois de um tempo, que pareceu dias, já tinha mudado de posição várias vezes na cama, até que começo a escutar um barulho. Olho para o relógio. São 4:00 hrs da manhã. Levanto devagar e abro a porta do meu quarto. Vejo duas pessoas saírem do quarto do meu pai. Ele e uma mulher, para variar.

- A cama quebrou? - cruzo os braços e eles me olham.

- Isabella? O que faz acordada uma hora dessas? - meu pai pergunta assustado.

- Eu sempre estou acordada essa hora. Você sabe disso, mas se preocupa demais com qual das suas vadias vai se divertir durante a noite para se importar com isso. - falo com raiva.

- Mais respeito comigo, não sou nenhuma vadia. - a mulher diz.

- Que eu me lembre, não te perguntei nada.

- Chega, Isabella. Volta para seu quarto, depois conversamos. - meu pai diz sem paciência.

- Até parece. Você quase nunca lembra que tem uma filha. - ele me olha com raiva.

- Isabella, qual o problema com você? - pergunta quase gritando.

- Todos. - respondo entrando no quarto e trancando o mesmo.

Deito na cama e espero o dia amanhecer. Vou até o banheiro, tomo um banho e me visto para mais um dia naquela escola.

Não tomo café da manhã, nem sequer aviso à Vânia que já estou saindo, vou direto para a escola. A porteira me encara quando estou entrando no local.

- Regata é proibida na escola. - ela diz.

- Sei disso. - falo tranquilamente - O que vai fazer? - a desafio.

- O diretor vai resolver isso, já me avisou que você gosta de criar problemas. - fala ela e me manda para a direção.

Vejo meu pai olhando seu computador, quando entro em sua sala, ele me olha dos pés à cabeça.

- Regata? Sério isso, Isabella? - suspira.

- Sério. - falo.

- Está querendo me irritar, não é? - dou de ombros.

- Posso ir para minha sala? Esse lugar está abafado. - ele suspira e aponta para a porta.

Vou para minha sala de aula, professor Ruan já me aguardava.

- Atrasada, como sempre. - diz com um sorriso divertido nos lábios.

A Filha do DiretorOnde histórias criam vida. Descubra agora