Acordo muito assustada, mais que o normal, dessa vez eu vi algo a mais, algo que destruiu o meu interior e triturou os meus sentimentos. Olho para os lados e paro o meu olhar na janela aberta.
Meu coração chega à boca quando o vejo, era ele. Ele... Aqui no meu quarto. De paletó preto, com uma máscara cobrindo seu rosto, ele segurava algo que não consegui identificar. Ele olhava para mim e eu fazia o mesmo sem conseguir gritar ou me mover.
Vejo quando ele levanta uma das mãos e alcança a máscara. Meu coração acelera cada vez mais. Ele tira a máscara e sinto uma enorme vontade de vomitar, ele não tem rosto.Fico apavorada com aquilo e deito me cobrindo toda com o cobertor. Depois de alguns segundos, tiro a coberta do meu rosto e olho para a janela. Não tinha nada. Suspiro aliviada. Levanto da cama com cuidado, vou até a janela e a fecho. Volto para minha cama e tento dormir, mas é impossível.
Depois de um tempo, que pareceu dias, já tinha mudado de posição várias vezes na cama, até que começo a escutar um barulho. Olho para o relógio. São 4:00 hrs da manhã. Levanto devagar e abro a porta do meu quarto. Vejo duas pessoas saírem do quarto do meu pai. Ele e uma mulher, para variar.- A cama quebrou? - cruzo os braços e eles me olham.
- Isabella? O que faz acordada uma hora dessas? - meu pai pergunta assustado.
- Eu sempre estou acordada essa hora. Você sabe disso, mas se preocupa demais com qual das suas vadias vai se divertir durante a noite para se importar com isso. - falo com raiva.
- Mais respeito comigo, não sou nenhuma vadia. - a mulher diz.
- Que eu me lembre, não te perguntei nada.
- Chega, Isabella. Volta para seu quarto, depois conversamos. - meu pai diz sem paciência.
- Até parece. Você quase nunca lembra que tem uma filha. - ele me olha com raiva.
- Isabella, qual o problema com você? - pergunta quase gritando.
- Todos. - respondo entrando no quarto e trancando o mesmo.
Deito na cama e espero o dia amanhecer. Vou até o banheiro, tomo um banho e me visto para mais um dia naquela escola.
Não tomo café da manhã, nem sequer aviso à Vânia que já estou saindo, vou direto para a escola. A porteira me encara quando estou entrando no local.
- Regata é proibida na escola. - ela diz.
- Sei disso. - falo tranquilamente - O que vai fazer? - a desafio.
- O diretor vai resolver isso, já me avisou que você gosta de criar problemas. - fala ela e me manda para a direção.
Vejo meu pai olhando seu computador, quando entro em sua sala, ele me olha dos pés à cabeça.
- Regata? Sério isso, Isabella? - suspira.
- Sério. - falo.
- Está querendo me irritar, não é? - dou de ombros.
- Posso ir para minha sala? Esse lugar está abafado. - ele suspira e aponta para a porta.
Vou para minha sala de aula, professor Ruan já me aguardava.
- Atrasada, como sempre. - diz com um sorriso divertido nos lábios.
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A Filha do Diretor
Teen FictionIsabella tem uma relação conturbada com seu pai desde a morte da sua mãe e quer distância dele, mas é obrigada a estudar na escola onde ele, além de dono, é diretor.