Capítulo 30

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Meu pai foi até a frente da escola para tentar acalmar os ânimos, mas estava difícil.

- Foi pior do que pensávamos. - diz Ruan.

- Pois é... - olho para ele - Sinto muito.

- Você não tem culpa. - me abraça.

- E agora? O que vamos fazer?

- Eu não sei, mas não quero ficar longe de você. - nos separamos.

- Também não quero. - suspiro - Ruan... Mozi, eu... Eu... - respiro fundo.

- Você... - incentiva.

- Carambolas, isso é difícil. - ele rir - Tá, lá vai. - respiro fundo mais uma vez e olhando nos olhos de Ruan, falo: - Mozi, eu te amo. - fico com receio de ele não senti o mesmo e está fazendo o papel de adolescente boba apaixonada. Mas esse sentimento logo passa quando Ruan me beija.

- Eu também amo você. - diz sorrindo. Sorrio de volta.

De repente, a porta da sala se abre nos assustando e meu pai entra. Ele nos olha desconfiado e se aproxima puxando o Rogério pelo braço.

- Você vem comigo. - os sigo.

- Espera aí, onde você vai? - pergunto, mas ele não responde - Aff Rogério, o que custa me responder? - reviro os olhos. Ele vai até o depósito que fica na quadra, lá tem uma porta que dá para um beco e apenas Rogério tem a chave.

- Os pais lá fora querem acabar com você, e eu não me importo nenhum pouco, mas não aqui na minha escola. - diz - Agora vai, antes que eu mude de ideia. - Ruan me olha e sai. Assim que ele passa, Rogério fecha a porta - Não quero você perto dele nunca mais, nunca mais. Entendeu? - me olha.

Me viro e começo a andar para longe dali. A movimentação na frente da escola estava grande, mas não me importo.
Passo por eles sem data a mínima para as perguntas.

- Isa, vem comigo. - Natan fica perto de mim e me ajuda a sair do meio do povo - Estou de moto, posso te levar para sua casa, se quiser. - afirmo com a cabeça. Ensino para ele como chegar na minha casa, e logo estamos em frente para a mesma.

- Valeu, Natan. - olho para minha casa - Quer entrar? - pergunto.

- Tudo bem. - seguimos em direção à porta - Professor Ruan não vai se importar?

- Talvez um pouco. - dou de ombros.

- Não imaginei que era ele seu namorado. - suspiro.

- Pois é... Ninguém deveria imaginar. - abro a porta - Olha, tem coisas sobre mim e minha família que você não sabe, então espero que aja o melhor possível. Ok?

- Ok. - entramos em casa.

- Quer beber alguma coisa? Água, suco?

- Água, por favor. - levo ele até a cozinha, Vânia não estava. Pego uma jarra de água na geladeira e coloco em um copo entregando à Natan em seguida.

- Como vai Paloma? - pergunto.

- Estranha, está andando com Bruna. Sei que desconfia que foram elas que espalharam aquela foto, eu também desconfio. - o olho.

- Não quero acusar sua irmã assim. - falo. Fernanda entra na cozinha e fica surpresa ao ver seu filho.

- Natan? O que faz aqui? - pergunta. Ele se vira.

- Eu que pergunto. O que faz na casa da Isa, mãe? - nos olha confuso.

- Ela é minha madrasta. - quase engasgo para falar - Fazer o quê? Não escolhemos quem vai casar com nossos pais. - dou de ombros.

- Então você é a filha problemática do Rogério? Como eu náo desconfiei disso antes?

- Não conta para Paloma. - peço.

- Tudo bem, mas... Pelo que eu sei, nós vamos morar juntos. - diz ele.

- Não mais. - fala Fernanda nos deixando confuso.

- Como assim? Por que? - Natan questiona.

- Isabella deixou claro que não quer você e sua aqui, se pudesse me expulsaria dessa casa. - explica.

- Sim, mas meu pai nunca faz nada que eu peço.

- Ele não quer te ver mal. - suspiro.

- Bom... Ele acabou de fazer o contrário. Vou deixar vocês conversando. - subo para meu quarto e tranco a porta.

Passei o dia assistindo série e  conversando com o Ruan através de mensagens. Segundo ele, meu pai marcou uma reunião com pais, alunos e funcionários para decidir se ele continua ou não sendo professor na escola. Será amanhã pela manhã.
Não comi nada o resto do dia, não tive fome nem ânimo.
Logo cedo peguei no sono.

Tinha acabado de chegar da escola com Vânia, corri para encontrar com minha mãe. Ela estava no quarto. Ao chegar lá, vi ela escrever em um livrinho que logo escondeu em seu baú.

- Bella, já chegou. - me dá um beijo na testa.

- Tudo bem, mamãe? - pergunto.

- Tudo sim, minha filha. Quero te mostrar uma coisa.

- O quê? - ela pega um livro maior no mesmo baú e sentamos na cama.

- Esse é meu álbum de fotografias. Tem fotos das pessoas que mais amo aqui. - me mostra as fotos de todos.

- Quem é esse menino, mamãe? - pergunto.

- Esse menino é filho da titia Mari, que é amiga da mamãe, lembra dela? - afirmo com a cabeça - Então, ele é um menino muito especial que gosta muito da gente, se algum dia você precisar de ajuda, ele vai está por perto.

- Por que ele?

- Porque os pais dele me ajudaram muito quando um amigo meu quis me machucar e ele sabe de tudo, é inteligente e pode te ajudar também. Entendeu?

- Entendi, mamãe.

Acordo sem saber quem eu sou. Sento na cama e reflito um pouco. Olho às horas. São 8:00 hrs.
Lembro do meu sonho.

Tomo um banho rápido e me visto. Subo direto para o sótão, onde colocaram as coisas da minha mãe.
Não foi difícil encontrar o seu baú, pego o álbum de fotografias e olho foto por foto até encontrar a foto do menino. Era ele. Meu coração acelera.
O mesmo menino dos meus pesadelos, o mesmo menino que eu amo, o Ruan...

A Filha do DiretorOnde histórias criam vida. Descubra agora