Capítulo 18

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Escuto a campainha tocar e vou atender, mas meu pai chega antes de mim e abre a porta.

- Boa noite, Ruan. - ele cumprimenta o professor.

- Boa noite. - responde.

- O que te traz aqui uma hora dessas? - meu pai pergunta sorridente.

- Acho que Isabella acabou esquecendo a mochila na escola. - diz Ruan.

- Pode entrar. - assim que entram, notam minha presença na sala.

- Devia prestar mais atenção nas suas coisas, Isabella. - meu pai diz sério. Reviro os olhos.

- É... - pego minha mochila - Já trouxe minha mochila, pode ir agora.

- A casa é minha, você não pode expulsar ninguém. - suspiro irritada e subo as escadas sem dizer mais nada. Tomo um banho demorado e me visto, descendo em seguida.

- Vai sair, Isa? - Ruan pergunta sentado no sofá, meu pai não estava na sala.

- É o que parece... - pego meu celular em cima da mesinha de centro.

- Onde vai? - ele quis saber.

- Não é do seu interesse. - saio de casa. Não pretendo voltar para casa hoje, não quero ter pesadelos hoje. Hoje não...

Vou até uma lanchonete, como alguma coisa e fico observando a pouca movimentação no lugar. Depois de algum tempo, um bom tempo, um funcionário me avisa que já vão fechar. Pago a conta e saio do estabelecimento.

(...)

Depois de passar a noite zanzando por aí, e quase ser assaltada, volto para casa logo cedo.

- Onde passou a noite? - sou surpreendida pela pergunta do meu pai que estava sentado no sofá da sala e me olhava sério.

- Por que quer saber? - o encaro.

- Onde passou a noite, Isabella? - pergunta novamente.

- Por aí. - respondo dando de ombros.

- Precisamos conversar. - ele diz.

- Precisamos? - estranho.

- Precisamos. - afirma - Senta. - ele aponta para a poltrona, fico de frente para ele - Diferente do que você pensa, eu não fico com uma mulher a cada dia. - arqueio a sobrancelha - Não mais...

- O que eu tenho a ver com isso? - pergunto.

- Há muito tempo, conheci a Nanda... Fernanda. - diz. Sinto que não vou gostar do fim dessa conversa - Estamos juntos à mais de um ano...

- Eu não quero saber disso. - levanto na tentativa de não escutar mais nada.

- Senta, Isabella. - meu pai manda - Senta. - suspiro e sento novamente - Eu e Fernanda nos amamos e queríamos dá um passo a mais no nosso compromisso... Assim fizemos.

- O que quer dizer com isso? - fico com medo da resposta.

- Nos casamos mês passado. - fala. Eu não podia acreditar nisso, isso não pode ser verdade. Levanto da poltrona sem falar nada e começo a subir as escadas - Isabella. - meu pai me chama, mas ignoro - ISABELLA. - grita e paro de andar no topo da escada - Eu sabia que você não ia gostar, por isso não te falei nada antes, mas eu e Fernanda queremos morar juntos, ela vai vir morar aqui conosco.

- Você está blefando... - falo baixo e viro para o olhar - EU NÃO QUERO MULHER NENHUMA MORANDO AQUI. - grito com raiva.

- ESSA CASA É MINHA, ISABELLA. EU NÃO PRECISO DA SUA AUTORIZAÇÃO PARA NADA. - respiro fundo várias vezes.

- Eu não quero, não quero e não quero. - falo sem alterar minha voz.

- Você não tem querer, eu já estou casado. - ele diz.

- Você não pode está falando sério...

- Eu estou. - termino de subir as escadas e entro no meu quarto batendo a porta com força. Respiro fundo tentando absorver o que meu pai acabou de me contar...

Que raiva!!! Jogo alguns objetos no chão, o barulho ecoa por todo o quarto, não duvido que tenha ecoado por toda a casa. Deito na cama e fecho os olhos com força. Pela primeira vez, em muito tempo, começo a chorar. Meu pai não podia ter feito isso... Não podia...

A Filha do DiretorOnde histórias criam vida. Descubra agora