(Rogério na multimídia)
Observo Ruan deitado em sua cama e faço carinho em seus cabelos.
- Tomou café da manhã hoje? - pergunto e ele nega com a cabeça - Quer que eu faça algo para você? - ia levantar quando ele segura minha mão.
- Fica aqui comigo. - me puxa para deitar ao seu lado. Apoio a cabeça em seu peito quente, Ruan envolve minha cintura com seu braço.
- Está com raiva de mim? - sussurro a pergunta depois de algum tempo em silêncio.
- Não... - responde - Não mais... Mas trate de ficar longe do Natanael. - sorrio.
- Pode deixar. - Ruan beija minha testa. Depois de algum tempo assim, percebo que ele está dormindo. Fico o observando por alguns minutos.
Levanto com cuidado para não o acordar e vou até a cozinha. Preparo o almoço.
13:00 hrs, volto para o quarto com a bandeja em mãos. Vejo que Ruan está acordado, olhando para o teto.- Pensei que já tivesse ido. - ele diz ao me ver.
- Estava fazendo o almoço. - coloco a bandeja na cama e sento na mesma.

- Não estou com fome. - ele diz.
- Não perguntei se está. - falo - Você vai comer e ponto. Senta. - ele reclama um pouco, mas senta.
- Você é muito chata. - ele diz.
- Descobriu isso agora? - Ruan rir - Não vai comer? - pergunto vendo ele encarar o prato.
- Já disse que não estou com fome. - suspiro. Coloco à bandeja em seu colo e pego a colher - O que vai fazer?
- Já que o bebê está fazendo manha, vou ter que dá comida na boquinha. - arqueia a sobrancelha. Encho a colher e levo até sua boca.
- Isso é coisa de criancinha.
- Não me obrigue a dizer "olha o aviãozinho". - sorrio de lado. Ruan revira os olhos, mas come tudo - Morreu? - pergunto quando vejo o prato vazio.
- Tchau, Isabella. - diz deitando. Coloco a mão em sua testa.
- A febre já passou. - falo e levanto para levar a bandeja na cozinha. Aproveito e lavo a louça suja - Devia contratar alguém para arrumar seu apartamento pelo menos uma vez por semana. Ou, simplesmente, aprender a arrumar sua bagunça. - falo voltando para o quarto - Como está se sentindo?
- Melhor. - responde - Acho que não está acostumada a lavar a louça. - comenta olhando minha blusa toda molhada.
- Não mesmo. - falo.
- Tira essa blusa e veste uma minha. - manda. Vou até o seu guarda-roupas e abro, estava até arrumadinho.
Escolho uma camisa preta e fecho o guarda-roupas. Tiro minha blusa e visto a camisa de Ruan.
- Gostei do colar. - ele comenta e sorrio sentando na cama.

- Não é "R" de Ruan. - falo.
- Mudei de ideia. - dou risada - Sabia que seu pai... - o interrompo.
- Não fala sobre ele, por favor. - peço.
- Por que? - quis saber.
- Não é nada, só não fala.
- Tudo bem. - diz - Quando você faz dezesseis anos? - fico surpresa com a pergunta.
- Por que quer saber?
- Curiosidade. - diz dando de ombros.
- Ah... - suspiro - É na segunda. - falo.
- Sério? - afirmo com a cabeça - Vou ter que começar a pensar no presente então. - diz. Deito na cama e começo a encarar o teto.
- Não comenta com ninguém. - peço e ele apenas confirma sem perguntar nada - Desde quando mora sozinho?
- Desde meus 18 anos. - responde.
- E sua família?
- Depois que se aposentaram, meus pais tiveram a brilhante ideia de viajar pelo mundo. De vez em quando, aparecem por aqui. - o olho - Minha irmã mora em Sergipe.
- Sente falta deles? - Ruan me olha.
- Sim, mas nos falamos quase todos os dias. Por que essas perguntas?
- Não é nada. - volto a olhar para o teto. Ruan pega minha mão e fica brincando com meus anéis.

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A Filha do Diretor
Teen FictionIsabella tem uma relação conturbada com seu pai desde a morte da sua mãe e quer distância dele, mas é obrigada a estudar na escola onde ele, além de dono, é diretor.