Capítulo 21

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(Rogério na multimídia)

Observo Ruan deitado em sua cama e faço carinho em seus cabelos.

- Tomou café da manhã hoje? - pergunto e ele nega com a cabeça - Quer que eu faça algo para você? - ia levantar quando ele segura minha mão.

- Fica aqui comigo. - me puxa para deitar ao seu lado. Apoio a cabeça em seu peito quente, Ruan envolve minha cintura com seu braço.

- Está com raiva de mim? - sussurro a pergunta depois de algum tempo em silêncio.

- Não... - responde - Não mais... Mas trate de ficar longe do Natanael. - sorrio.

- Pode deixar. - Ruan beija minha testa. Depois de algum tempo assim, percebo que ele está dormindo. Fico o observando por alguns minutos.

Levanto com cuidado para não o acordar e vou até a cozinha. Preparo o almoço.
13:00 hrs, volto para o quarto com a bandeja em mãos. Vejo que Ruan está acordado, olhando para o teto.

- Pensei que já tivesse ido. - ele diz ao me ver.

- Estava fazendo o almoço. - coloco a bandeja na cama e sento na mesma.

- Não estou com fome. - ele diz.

- Não perguntei se está. - falo - Você vai comer e ponto. Senta. - ele reclama um pouco, mas senta.

- Você é muito chata. - ele diz.

- Descobriu isso agora? - Ruan rir - Não vai comer? - pergunto vendo ele encarar o prato.

- Já disse que não estou com fome. - suspiro. Coloco à bandeja em seu colo e pego a colher - O que vai fazer?

- Já que o bebê está fazendo manha, vou ter que dá comida na boquinha. - arqueia a sobrancelha. Encho a colher e levo até sua boca.

- Isso é coisa de criancinha.

- Não me obrigue a dizer "olha o aviãozinho". - sorrio de lado. Ruan revira os olhos, mas come tudo - Morreu? - pergunto quando vejo o prato vazio.

- Tchau, Isabella. - diz deitando. Coloco a mão em sua testa.

- A febre já passou. - falo e levanto para levar a bandeja na cozinha. Aproveito e lavo a louça suja - Devia contratar alguém para arrumar seu apartamento pelo menos uma vez por semana. Ou, simplesmente, aprender a arrumar sua bagunça. - falo voltando para o quarto - Como está se sentindo?

- Melhor. - responde - Acho que não está acostumada a lavar a louça. - comenta olhando minha blusa toda molhada.

- Não mesmo. - falo.

- Tira essa blusa e veste uma minha. - manda. Vou até o seu guarda-roupas e abro, estava até arrumadinho.

Escolho uma camisa preta e fecho o guarda-roupas. Tiro minha blusa e visto a camisa de Ruan.

- Gostei do colar. - ele comenta e sorrio sentando na cama.


- Não é "R" de Ruan. - falo.

- Mudei de ideia. - dou risada - Sabia que seu pai... - o interrompo.

- Não fala sobre ele, por favor. - peço.

- Por que? - quis saber.

- Não é nada, só não fala.

- Tudo bem. - diz - Quando você faz dezesseis anos? - fico surpresa com a pergunta.

- Por que quer saber?

- Curiosidade. - diz dando de ombros.

- Ah... - suspiro - É na segunda. - falo.

- Sério? - afirmo com a cabeça - Vou ter que começar a pensar no presente então. - diz. Deito na cama e começo a encarar o teto.

- Não comenta com ninguém. - peço e ele apenas confirma sem perguntar nada - Desde quando mora sozinho?

- Desde meus 18 anos. - responde.

- E sua família?

- Depois que se aposentaram, meus pais tiveram a brilhante ideia de viajar pelo mundo. De vez em quando, aparecem por aqui. - o olho - Minha irmã mora em Sergipe.

- Sente falta deles? - Ruan me olha.

- Sim, mas nos falamos quase todos os dias. Por que essas perguntas?

- Não é nada. - volto a olhar para o teto. Ruan pega minha mão e fica brincando com meus anéis.

A Filha do DiretorOnde histórias criam vida. Descubra agora