Capítulo 29

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Meu pai decidiu pôr fim à viagem, muitos reclamaram, me culparam, mas não estou nem aí. Tenho esperança que depois daquele meu desabafo, minha relação com meu pai vai melhorar.
Chegamos ontem e hoje temos aula normal, o que eu achei um absurdo já que nem teve muito tempo para descansarmos.

Desço as escadas com minha mochila nas costas, Vânia diz que meu pai está me esperando na sala de jantar para tomar café da manhã. Sorrio animada. Vou até lá e vejo ele com Fernanda. Suspiro.

- Bom dia. - falo sentando.

- Bom dia. - eles respondem, começo a comer - Então Isa... temos que te contar uma coisa. - diz Fernanda e olha para meu pai.

- O que é? - pergunto sem interesse.

- Bom, é que... Eu havia falo para você que Paloma e Natan viriam morar conosco. - deixo meu café de lado - Eles vem no sábado. - suspiro.

- Você está blefando, Rogério. - falo baixo - Eu nunca disse que aceitaria os filhos da sua mulher aqui. - falo.

- Achei que a gente tivesse se entendido. - ele diz.

- É... Eu também achei. - levanto e saio de casa. Caminho devagar em direção à escola.

Encontro com Ruan na entrada e o encaro pedindo ajuda com o olhar. Sigo até a biblioteca e, segundos depois, ele aparece.

- Paloma e Natan vão se mudar para minha casa no sábado. - falo antes de qualquer coisa.

- Como é que é? Natanael vai morar com você?

- Faz Rogério mudar de ideia. - peço.

- Eu queria, Isa, queria muito. Mas eles são os filhos da Fernanda. - Ruan pareceu incomodado com a notícia.

- Não quero isso, não quero mais ninguém morando na minha casa. - o olho.

- Eu estou aqui com você, para o que precisar. - passa a mão em meu rosto e se aproxima de mim me beijando.

- Pode aparecer alguém. - falo depois que finalizamos o beijo.

- Desculpa. - me dá um selinho rápido e se afasta - Pode ir para a sala, a aula já vai começar. - suspiro.

- Até mais tarde. - saio da biblioteca e vou para minha sala. Encontro Paloma e Bruna juntas no corredor perto do bebedouro. Essas duas juntas, sei não...

As aulas passam rápido, logo estou em casa. Evito ao máximo encontrar com meu pai e com Fernanda, não quero falar sobre a mudança dos filhos dela para cá.

(...)

No dia seguinte, chego na escola junto com meu pai. Eu vim à pé e ele com seu carro. Respiro fundo e entramos juntos. No corredor, uma movimentação estranha dos alunos. Eles nos olhavam e comentavam coisas que não conseguia entender.

Será que descobriram que somos pai e filha? Isso não pode acontecer...

- Isa, você viu? - Natan pergunta se aproximando de mim.

- Viu o quê? - Rogério pergunta antes de mim.

- Isso. - me entrega uma foto. Nosso posso acreditar nisso, que droga!

- O QUE SIGNIFICA ISSO, ISABELLA? - Rogério pergunta gritando. Olho ao redor, todos estavam com cópias da foto em mãos.

Isso não está acontecendo, isso não está acontecendo, não está. Não pode está.

Mas, o que tinha na foto para causar tanto alvoroço? Simples... Nada mais, nada menos que eu e Ruan nos beijando na biblioteca da escola.
Como isso foi acontecer?

- Estou esperando, Isabella. O que significa essa foto? - meu pai pergunta mais uma vez.

- Onde está Ruan? - pergunto ao Natan.

- Na sala do diretor, estavam o acusando de pedofilia. - sigo até a sala do meu pai seguida pelo mesmo. Entramos de uma vez e vemos Ruan olhar pela janela.

- Ruan. - o chamo e o mesmo se vira para nós. Tive vontade de chorar ao ver seu rosto deprimido, a tristeza visível em seu olhar. Queria ir até ele e o abraçar, mas meu pai trancou a porta e nos mandou sentar em sua frente.

- Me digam, por favor, que essa foto é uma montagem. - suspiro. Eu e Ruan nos olhamos.

- Não podemos fazer isso. - responde Ruan e seguro sua mão mostrando apoio. Meu pai nos olha assustado - Estamos juntos à algum tempo, Rogério. - me seguro para não rir da cara do meu pai.

- Isabella? - me olha.

- Ele está falando a verdade, Ruan e eu estamos juntos. - falo olhando em seus olhos.

- Vocês ficaram malucos? Como isso pôde acontecer? - levanta de sua cadeira e dá voltas pela sala - Isabella, você é menor de idade, vocês são aluna e professor.

- Realmente, existe uma diferença de idade e a relação aluna e professor, mas não posso fazer nada, Rogério. - digo - A gente se gosta.

- EU NÃO QUERO SABER. - grita - A partir de hoje, vocês estão proibidos de se falarem fora da sala de aula. - diz nos olhando.

- Você não pode fazer isso. - falo apertando mais a mão de Ruan.

- Acabei de fazer e experimentem me desobedecer que vão pagar caro por isso. - respiro fundo.

- Você não pode me ver feliz, que vai lá e acaba com tudo. - ele ia falar algo, mas é interrompido por uma gritaria. Fomos até a janela e vimos o que estava acontecendo. Alunos e pais estavam lá fora revoltados pedindo a demissão de Ruan.

A Filha do DiretorOnde histórias criam vida. Descubra agora