(Fernanda na multimídia)
Passei a tarde inteira com Ruan, mas antes de escurecer, resolvi voltar para casa. Uma hora ou outra terei que enfrentar minha nova situação.
Assim que cheguei, vi vários carros de polícia na frente. Entrei ignorando todo aquele bafafá. Assim que meu pai me viu, deixou sua "mulher" e veio até mim. Ele segurou meu braço com força e, praticamente, me arrastou para perto da escada.- Me solta. - peço com raiva.
- Isabella, eu só vou perguntar uma vez. Você tem algo a ver com o roubo do carro da Fernanda? - ele pergunta.
- Eu não sei do que você está falando. - respondo tentando me soltar.
- Presta atenção, se eu descobrir que você armou isso, eu vou ter o prazer de te denunciar. - ameaça e me solta voltando para onde estava.
- Estúpido. - falo baixo passando a mão no braço que ele apertou. Subo para meu quarto e me jogo na cama. Não demora muito para que eu durma.
(...)
Quando o dia amanheceu, já estava acordada a muito tempo. Desci sem a menor vontade, já arrumada para a escola. Tomo café da manhã na cozinha e quando ia saindo, vejo Fernanda descer as escadas. Observo sua roupa e a raiva toma conta de mim.
- Por que está vestindo isso? - pergunto irritada.
- O seu pai disse que... - a interrompo.
- Eu não quero saber o que Rogério disse. Você não tem o direito de usar as coisas da minha mãe. - falo quase gritando.
- As minhas coisas foram roubadas, eu não tinha o que vestir. - ela explica.
- Não quero explicação sua, eu quero que você tire a roupa da minha mãe. - olho seu pulso - Deixa eu adivinhar, Rogério disse que podia usar isso também. - aponto para o relógio que usava.
- Eu... Desculpas. - ela diz apenas.
- Presta bem atenção, Fernanda. - me aproximo um pouco - VOCÊ NÃO PODE MEXER NAS COISAS DA MINHA MÃE. NÃO IMPORTA O QUE ROGÉRIO FALA, VOCÊ NÃO PODE. - seguro seu braço com força e tiro o relógio do seu pulso - Eu não quero você perto das coisas dela. Tira a roupa dela agora.
- Eu não tenho mais o que vestir, Isabella. - ela fala.
- EU NÃO QUERO SABER. - grito irritada.
- ISABELLA, PARA COM ISSO. - ouço Vânia gritar. Olho com raiva para Fernanda e a empurro. Vânia corre para perto dela quando a mesma cai no chão. Saio de casa quase correndo e vou até a escola.
Entro na sala do diretor sem bater e o mesmo me olha assustado segurando o celular perto do ouvido.
- Ela acabou de chegar aqui, Fernanda. Depois nos falamos. - ele diz antes de desligar a ligação.
- Pelo visto, sua mulherzinha já fez fofoca. - sorrio de lado.
- Quem você pensa que é, Isabella? Você não pode tratar a Fernanda do jeito que tratou hoje. - ele levanta com muita raiva.
- Você não pode dá as coisas da minha mãe para uma qualquer. - falo.
- Respeita a Fernanda, ela é a minha esposa.
- Eu não sou obrigada a respeitar ninguém.
- Se fizer mais uma cena dessa, te expulso de casa com a roupa do corpo. - ameaça.
- NÃO TENHA ESSE TRABALHO, EU SAIO COM O MAIOR PRAZER, PARA NÃO TER MAIS QUE OLHAR NESSA SUA CARA DE RETARDADO. - grito fervendo de raiva.
- ABAIXA O TOM PARA FALAR COMIGO. - ele grita de volta se aproximando de mim.
- VOCÊ NÃO MANDA EM MIM. A minha mãe só podia está blefando quando casou com você. - ouço um estalo e uma forte dor no lado esquerdo do meu rosto. Eu não podia acreditar, Rogério acabou de me bater.
- Sai já daqui, Isabella. - ele manda se afastando de mim.
- Você vai se arrepender, Rogério. - saio de sua sala e corro para fora da escola. Seguro o choro com todas as minhas forças.
Vou até o apartamento do Ruan e bato na porta várias vezes, mas ele não atende.
- Você sabe se Ruan está em casa? - pergunto ao porteiro.
- Está sim. - responde.
- Tem uma chave extra do apartamento dele? - afirma com a cabeça e vai comigo até o apartamento de Ruan. Ele abre a porta e eu entro. Vou para o quarto e vejo Ruan caído no chão - Ruan? - o chamo várias vezes, mas nada dele acordar. Pego um pouco de água gelada na cozinha e jogo um pouco em seu rosto. Ele acorda assustado.
- Você é louca? - pergunta se secando com a mão.
- Você estava desmaiado, não sabia o que fazer. - falo e coloco a mão em sua testa - Está com febre. - suspiro. O ajudo a levantar e a deitar na cama - O que está sentindo?
- Dor no corpo e náusea. - responde - O que te traz aqui? Por que não está na escola?
- Saudades de você. - respondo. Ele arqueia a sobrancelha sem acreditar, me aproximo e lhe dou um selinho - Estou falando sério.
- Tem certeza? - afirmo com a cabeça.
- Você precisa de um médico, Mozi. - ele me olha surpreso.
- O que disse? - só então me toco que o chamei por um apelido "Mozi".
- Que você precisa de um médico. - me faço de desentendida.
- Não. Como você me chamou?
- Mozi? Isso é besteira. - falo.
- Não é não. - sorri.
- Eu vou ligar para o médico, tem alguma preferência? - pergunto.
- Liga para Xande. - me entrega seu celular.
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A Filha do Diretor
Teen FictionIsabella tem uma relação conturbada com seu pai desde a morte da sua mãe e quer distância dele, mas é obrigada a estudar na escola onde ele, além de dono, é diretor.