(Ruan na multimídia)
Chego cedo na escola, bem cedo por sinal. Vou até a biblioteca e me apoio em uma das prateleiras enquanto leio um livro.
- Oi. - cumprimenta Ruan se aproximando de mim.
- Oi. - falo e sorrio de lado.
- Tudo bem contigo? - nego com a cabeça - Como dormiu?
- Mal... - digo baixo.
- Quer conversar? - nego - As aulas começam daqui uma hora. Por que veio cedo?
- Não queria mais ficar naquela casa. - suspiro - Vânia faz falta.
- Imagino... E seu pai?
- Não sei... - respondo.
- Devia dá uma chance para Fernanda, é uma pessoa legal. - suspiro e o olho.
- Não vou dá chance para ninguém.
- Tudo bem. - ele se aproxima mais e pega o livro da minha mão - Você é quem sabe. - sorri e me beija.
- Você é maluco. - falo rindo enquanto me afasto do beijo.
- Você se importa com isso? - ele pergunta.
- Não. - isso foi o suficiente para ele voltar a me beijar.
O celular do Ruan começa a tocar e ele atende à contra gosto se afastando de mim.
Alguns minutos depois, ele desliga a ligação e guarda o celular.- Era o seu pai. - diz e me dá um selinho - Ele queria saber onde eu estou.
- Não precisa me dá explicação. - falo enquanto passo a mão em seus cabelos. Ruan me abraça e deposita um beijo em meu ombro direito. Ficamos assim por um tempo.
- Sabe que... A qualquer momento, alguém pode chegar e nos ver assim. - ele diz - Eu perderia meu emprego na hora. - rir.
- É... - me afasto dele - E seria acusado de pedofilia. - falo o olhando.
- Acho melhor eu ir encontrar com seu pai, então. - diz e concordo com a cabeça. Ele se despede de mim com um beijo no canto da boca e sai da biblioteca. Assim que o sinal toca, algum tempo depois, vou para minha sala.
- Bom dia, Isa. - cumprimenta Natanael sorrindo.
- Só se for para você. - falo desanimada e sento ao seu lado.
- Eu sei como posso te animar...mas só se você sair comigo hoje. - ele diz.
- Dispenso. - sorrio de lado.
- Você ainda vai sair comigo, Isa... - me dá um selinho rápido, no exato momento que Ruan entra na sala.
- Já avisei a vocês que escola não é lugar disso. - ele fala irritado - Para a secretaria agora, os dois. - suspiro e lanço um olhar mortal para o Natanael, que levanta tranquilamente e sai da sala. Levanto também e o sigo. Entramos juntos na sala do meu pai e sentamos em sua frente.
- Por que estão aqui? - ele quis saber.
- Porque estavam se beijando em sala de aula, e não é a primeira vez. - diz Ruan entrando na sala.
- Estão namorando? - Rogério pergunta surpreso. Observo Ruan pelo canto do olho, estava um pouco desconfortável. Sorrio de lado.
- E se estivermos? O que você tem a ver com isso? - arqueio a sobrancelha desafiando o meu pai.
- Bom... Vocês deviam namorar em outro lugar, não aqui na escola. - ele diz desconfortável.
- Não vai mais acontecer, pode ter certeza. - Natanael fala.
- Eu espero. Os dois vão levar advertência. - avisa.
- Novidade... - ironizo sussurrando. Natanael levanta e sai da sala, faço o mesmo, olho para Ruan quando passo por ele.
- Você me paga. - ele sussurra disfarçadamente e sorrio.
(...)
Vânia chegou ontem à noite, Ruan ainda não está falando comigo e hoje vai ser um dia muito difícil...
As últimas aulas do dia, são de Ruan. Assim que o sinal toca, fico no corredor esperando ele vir, mas é meu pai quem aparece.- O que faz aqui? - ele pergunta.
- Doce de leite. - ironizo e ele revira os olhos - O professor Ruan não veio?
- Não. - responde - Vou liberar vocês. - avisa. Ele ia entrar na sala, mas para e me olha - A Fernanda vai está em casa hoje à noite. - desvio o olhar e ele entra na sala. Depois de alguns minutos, todos saem. Entro e pego meu material.
- Isa... - Natanael me chama, mas continuo andando - Isa, espera aí. - adianto o passo e ele corre para me alcançar.
- O que é, Natanael? - me viro para o olhar irritada.
- Está estressada? - cruzo os braços e o encaro - Vamos tomar um sorvete hoje?
- Não. - volto a caminhar, mas ele para na minha frente - O que foi agora?
- Por que não quer sair comigo?
- Porque não, Natanael. - falo quase gritando - Eu não quero e não vou sair com você. Me deixa em paz, por favor. - suspiro e volto a andar o deixando parado no pátio da escola.
Ao chegar na minha casa, jogo a minha mochila no sofá e vou até a cozinha. Vejo Vânia conversar com uma mulher que estava de costas.
- Isa. - Vânia se assusta ao me ver. A mulher se vira também e posso ver seu rosto - O que faz aqui tão cedo?
- Aula vaga. - falo sem desviar o olhar da mulher.
- Eu sou Fernanda, prazer... - estende a mão para que eu aperte, mas apenas olho com desprezo.
- Rogério falou que só viria à noite. - cruzo os braços.
- Eu resolvi trazer minhas coisas mais cedo. - diz sem jeito - Vim com o meu carro para Rogério não ter o trabalho de ir me buscar. - sorrio de lado.
- Não tem carro lá fora. - Fernanda arregala os olhos - Não se acostume muito com a casa... não vai ficar por muito tempo, se depender de mim. - dou as costas e saio de casa, Vânia vem atrás de mim.
- Espera aí, Isabella. - paro e espero por ela - Dê uma chance à Fernanda... Ela é uma boa pessoa.
- Vânia... - a olho - Você sabia disso, não sabia? Dessa palhaçada toda. Esse casamento estúpido. - ela não responde. Saio de casa quase correndo. Pego um táxi e vou até o prédio em que Ruan mora.
- Boa tarde. - cumprimenta o porteiro.
- Boa tarde. - respondo baixo - Eu quero falar com Ruan, 5° andar.
- Seu nome?
- Isabella Mendes. - ele interfona para o apartamento e manda eu subir. Bato na porta e Ruan abre, sem camisa e com cara de sono.
- O que quer, Isa? - entro no apartamento.
- Por que não foi à escola hoje? - pergunto.
- Não estava com vontade. - ele fecha a porta e me olha.
- Ruan... Você está bem? - toco em seu braço, estava muito quente. Coloco a mão na sua testa - Você está queimando em febre, Ruan.
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A Filha do Diretor
Teen FictionIsabella tem uma relação conturbada com seu pai desde a morte da sua mãe e quer distância dele, mas é obrigada a estudar na escola onde ele, além de dono, é diretor.