Capítulo 7 - Toca do Coelho - Rabbit Hole .

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. SABRINA .

Eu fiquei ali parada no alto daquele prédio olhando para o Jonas, era nítido que eu tinha ficado nervosa.
Não existia possibilidade do Jonas ter encontrado a minha família ou teria? Afinal ele era diferente dos outros e independente do que eu fazia, nada o afetada diretamente.

Meu coração começou a palpitar forte e eu precisava contar pra ele o que eu era.
Eu sentia a brisa daquela noite passar por nossos corpos próximos.
Aquele sorriso e aqueles lindos olhos castanhos iluminado pelo o brilho da lua, enquanto ele passava a mecha do meu cabelo para trás da minha orelha, mais uma vez.

Eu não podia mentir pra ele e eu não queria mentir pra ele. Minha mãe estava certa de que não devíamos ter sentimentos, mas com o Jonas era diferente, eu me sentia viva, algo que eu nunca senti antes, só fui me dar conta depois que vim pra cá.

- Jonas ... eu preciso te contar uma coisa.
- O que é?

Eu levei minha mão trêmula até a dele e a segurei, enquanto nossos olhos encontravam-se um com o outro.
Eu estava sentindo algo diferente, algo que eu também não conhecia.
Era um aperto no peito, na barriga e na garganta e eu sentia meus olhos quererem vazar.
Um líquido escorria por meus olhos enquanto meu coração parecia que iria sair pela a boca.

- Sabrina você está bem? - Ele perguntou preocupado e passou a mão pelo o líquido que escorria por meu rosto. - Porque você está chorando?

Eu não disse nada por alguns segundos e então descobri que aquilo era chorar, sentir uma dor e uma culpa tão forte que fazia com que seus olhos vazassem.

- Eu não posso mais mentir pra você. Você me ajudou tanto ... não é justo com você. - Eu disse com a voz presa e engasgada, enquanto olhava dentro dos olhos dele e levava minha mão até seu peito.

- Do que você está falando? - Ele perguntou.

- Eu não sou o que você pensa que eu sou!
- Como assim? Eu não estou entendendo.
- Eu não sei como você vai reagir, mas quero que saiba que eu sou muita grata a você e aos meninos, mas vocês são bons demais pra que eu continue com isso.
- Sabrina eu não estou te entendendo.
- Calma, você vai entender.

Eu dei dois passos para trás e passei a mão em meus olhos limpando minhas bochechas.

Eu conseguia ouvir o barulho dos carros lá embaixo, enquanto eu me aproximava do parapeito do terraço.

- Sabrina, o que você vai fazer? - Ele disse preocupado dando um passo em minha direção.

- Não se aproxime! - Eu disse chorando. - Eu sou uma farsa Jonas, uma farsa! Esse cabelo, essas roupas, isso não sou eu! Esses sentimentos não são meus!

Jonas ficou me olhando preocupado e balançava a cabeça em sinal de não.

- Não faz isso!
- Minha mãe estava certa Jonas, eu tenho uma missão e eu preciso focar nela.
- Que missão? Sua mãe?
- Logo você vai entender.

Eu chorava muito e eu sentia meus olhos arderem, eu me virei em direção ao parapeito e subi em uma pequena muralha, eu iria mostrar a ele a minha verdadeira forma.

- Você não vai fazer isso. - Jonas Sussurrou, enquanto tomou impulso em minha direção.

Antes que eu pudesse me virar e mostrar ao Jonas quem eu era, olhei para a lua e fechei os olhos, enquanto sentia minhas bochechas molhadas.

- Desculpa Mãe! - Sussurrei.

Foi então que senti as mãos de Jonas segurarem a minha cintura e me puxar para trás.

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