Capítulo 1 - O Pouso.

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. SABRINA .

Era tarde, eu sentia muito frio.
Senti meus pés gosmentos grudarem na grama do vasto pasto.
Ouvi ao fundo sons de algumas vacas assustadas, algumas correndo e outras simplesmente paralisadas me olhando.

Uma intensa neblina passava por todo o chão, cobrindo vagamente os meus pés.

Eu estava assustada, minhas unhas largas tocaram em uma das escamas do meu braço. Eu queria ter certeza de que estava viva.

Olhei para o céu, o mesmo céu de onde vim. Estava estrelado e com poucas nuvens. Podia ver nitidamente um risco que vinha do horizonte com a fumaça feito por minha nave.

Olhei de um lado para o outro, eu sentia meu coração bater muito forte. O medo nesse momento já tomava conta de mim.
Ao longe eu escutava o sons de cachorros latindo e de passos. Alguém se aproximava.

Minha mãos foram até o chão, eu estava pronta para fugir dali, comecei a correr como um lagarto fugindo de seu caçador.
Minha calda se arrastava ao chão, eu a feri na aterrissagem.

A cada momento parecia que os sons dos cachorros estava mais próximo. Olhei para trás, vi luzes ... luzes daqueles que me caçavam.
Ao olhar em outra direção vi minha nave ainda exalando por sua fumaça, mas rapidamente o prisma de metal em que era feita com tons esmeraldas e prateado, começou a desaparecer ... como se a nave nunca estivesse ali.
A fumaça nítida no céu, se dissipou sutilmente, até que o grande campo ficasse exatamente como era antes.

Respirei fundo, os cães latiam onde a nave tecnicamente havia aterrissado, só que mais nada havia lá.

Voltei a fugir novamente e fui em direção a um bosque que dava início próximo dali.

- QUEM ESTÁ AÍ?! - Gritavam os fazendeiros bem longe.

Escalei uma árvore e ali fiquei os observando, minha pele em tons de laranja que brilhavam de acordo com o brilho da lua, foi se camuflando na madeira da árvore e ali fiquei até que me sentisse totalmente segura.

. JONAS .

Era aproximadamente 3:30 am. Eu estava sentado no meu computador, simplesmente matando o tempo. Era a terceira noite de insônia. Confesso que já não aguentava mais.
Passei a mão pelo o meu cabelo cacheado e respirei fundo. O que eu estava fazendo? Eu devia estar dormindo, não perdendo tempo no computador.
Eu tinha uma entrevista de emprego pela manhã. Mas lá estava eu.

Eu dividia o apartamento com um amigo, Ricky Meyer. Nos conhecemos aqui no Texas, ambos viemos pra cá em busca de algo novo, que ainda não havíamos encontrado.
Era incrível como o Ricky dormia como uma pedra, mas sempre pela a manhã reclamava que eu ficava passeando pelo o apartamento como um fantasma.
Mas já estava acostumado com o tom sarcástico dele, quem ainda se ofendia as vezes era o Liam, nosso outro amigo que morava no apartamento da frente.

Depois de tanto perder tempo, finalmente decidi tentar dormir. Desliguei o computador e fui até a cozinha tomar um copo d'água.
Passei em frente ao quarto do Ricky e fui direto, enquanto sentia minhas calça larga de moletom se mover.

A noite estava bem clara, não era muito comum pra essa época do ano, poucas nuvens no céu e a lua extremamente grande.
Peguei meu copo d'água e fui até a janela e ali fiquei, olhando.

Respirei fundo e me virei, agora sim eu iria pra o quarto e dormiria. Eu estava decidido.

Ao dar o primeiro passo a mesinha encostada no sofá da sala começou a tremer e junto com ela alguns porta retratos, onde tinha fotos minhas, da minha família e do Ricky.

No segundo seguinte, a madeira do chão também começou a tremer debaixo dos meus pés descalços.

Uma luz em tom azulado, juntamente com um estrondo começou a vir da janela e iluminou toda a sala.
Me virei rapidamente com o copo em mãos e olhei para fora.
Naquele momento tudo que eu acreditava ou não acreditava já não fazia mais nenhum sentido pra mim.
Algo ligeiramente rápido cruzou o céu deixando uma linha de fumaça e seguindo em direção ao campo.
Eu deixei o copo de vidro cair ao chão e se quebrar.
A intensa luz rapidamente me cegou e eu fui lançado para trás, batendo com as costas em uma mesinha de canto.

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