Tudo o que ela tinha era um antigo porta retrato empoeirado, com uma foto velha e lembranças amargas. Mais e se o passado voltasse novamente trazendo novos pedaços de uma historia mal resolvida? Foi o que aconteceu com Alexandra Woods quando ela viu...
Antes de mais nada aviso: a fic é uma adaptação autorizada. Então os creditos são da SkyeJonhson. Caso se interessem em ler algo dela, só pesquisar o nome dela. Espero que gostem da historia, boa leitura!
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Lexa segurava, um antigo porta retrato empoeirado em uma mão e na outra um copo uísque. Ela virou o copo e olhou novamente a foto enquanto o liquido descia queimando sua garganta, como as lembranças que viam em sua mente, e dilaceravam seu coração. Clarke Griffin tinha partido há tanto tempo, levado com ela toda felicidade e toda capacidade da empresaria de amar alguém novamente.
Seu coração havia se tornado uma rocha impenetrável. E como Elisabeth Woods havia lhe ensinado: "o amor é uma fraqueza" e Lexa jurou que nunca mais seria fraca de novo.
Depois do seu ritual de todos os dias a morena se levantou de sua mesa para deixar sua sala e começar seu expediente. Tinha uma reunião importante àquela manhã e os negócios sempre vinham em primeiro lugar.
Lexa caminhava pelo saguão de cabeça baixa e distraída, estava atrasada. Encontrava-se bastante preocupada com a reunião da qual participaria para notar a surpresa que a vida tinha lhe reservado naquele instante. Ao passar acompanhada por sua secretaria não olhou muito a sua volta, até um som despertar sua consciência como um raio, Lexa ergueu a cabeça e olhou a volta. A morena paralisou na hora e cada pensamento coerente em sua mente foi apagado completamente pelos olhos azuis que viu naquele momento.
Ela estava ali, a poucos metros de distância saindo de um elevador. Sentiu seu estômago se revirar como se tivesse dado um mergulho em um precipício ao qual nunca chegasse ao fim. Ela mal podia acreditar. Fazia anos que Lexa não colocava seus olhos nela, e nunca mais pensou que fosse vê-la de novo. Mesmo depois quase cinco anos a breve sensação de estar no mesmo local que aquela mulher fora capaz de deixa-la imóvel, como se seu cérebro não conseguisse mais registrar que ela estava ali em carne e osso e de volta a sua vida!
A loira não a notara, pois andava mantendo a cabeça baixa, os lindos cabelos loiros estavam presos no alto da cabeça em um daqueles coques que Lexa achava ridículo, e alguns fios estavam soltos caindo pelo rosto.
Olhar para ela atiçava seus nervos trazendo de volta coisas que morena queria enterrar bem no fundo de seu ser e não se lembrar de nunca mais. Os dedos de Lexa se mexiam de uma forma nervosa e um desejo potente tomava conta de seu corpo, não importava quanto tempo tinha passado Clarke Griffin ainda mexia com ela em todos os sentidos da coisa, e isso era algo que mais a irritava: admitir que ela ainda desejasse Clarke e o pior tudo; que ainda a amava; tirava Lexa do serio...
Naquele instante o nome Clarke impregnou seus sentidos com uma forte e complicada mistura de desejo e raiva. Há quase cinco anos expulsara a loira de sua vida sem pensar duas vezes, para depois no ano seguinte descontar sua amargura em jogos, bebidas e farras. Lexa se tornou alguém fria e fosse por negócios ou prazer, ela jamais tinha escrúpulos. Clarke no passado tinha sido alguém que trabalhara para morena, conquistara sua confiança e seu respeito, e isso era para poucos, nenhuma outra pessoa, antes ou depois, recebera tamanha confiança de uma Woods. Com tempo Clarke deixou de ser sua assistente e passou a ser muito mais, Lexa se apaixonara por ela de todas as formas, passara a dividir a vida e o futuro que foi destruído por uma traição.
Agora Woods dormia sozinha, sexo era apenas para satisfazê-la e isso ela fazia em qualquer lugar, mas na sua casa e sua cama nunca mais. Na verdade, Clarke tinha feito Lexa mudar de muitas formas, não era surpresa que ao vê-la de novo a empresaria estivesse morrendo de raiva. Mas por Deus, ela parecia bem e muito mais linda que antes, mesmo usando um terninho cinza vagabundo e que parecia um número maior que ela.
Ainda sim conseguia atormentar os pensamentos de Lexa com que ela sabia que estava guardado ali por baixo, sobe as camadas daquela roupa barata. Não eram roupas semelhantes com as que Clarke costumava usar anos atrás, quando ela se vestia como uma beldade. Era um sentimento estranho que se agitava em seu peito e causava uma pontada de desconforto a Lexa ao lembrar que Clarke perdera tudo quando ela tinha a tinha mandado embora.
Griffin andava em sua direção ainda de cabeça baixa; concentrada nos papeis que tinha sobre as mãos e preocupada com seus próprios pensamentos. Os olhos de Lexa se estreitaram enquanto ainda observava Clarke se aproximando mais.
Uma fina camada de suor cobria sua pele e aguçava-lhe os sentidos, esperava que os olhos emoldurados por cílios dourados se erguessem e revelassem o azul vivido dos olhos, daquela que um dia Lexa chamou de sua. Os quais ficariam em tom escuro de espanto quando ela visse Alexandra Woods diante dela uma vez mais.
Porque era isso que ela queria, Lexa queria assustar Clarke. Precisava disso tanto quanto alguém possuído por um desejo febril de carência precisava de um corpo junto ao seu. Por um momento Lexa se perguntou se Clarke trabalhava ali. Será que era funcionaria da Honey? Lexa cerrou os dentes em expectativa de que Clarke erguesse a cabeça.
A loira estava bem próxima a ela. E os nervos de Woods estavam prestes a explodir. Ela sentia que desabaria em questão de segundos se tudo aquilo não acabasse logo, e Clarke esbarraria nela bem ali no meio do saguão! A ansiedade rasgava seu peito por dentro feito um lobo pronto para atacar.
No entanto, algo mudou e uma coisa, ou melhor, uma miniatura de gente lhe chamou a atenção. Lexa parou repentinamente e foi tomada por um turbilhão de sentimentos, engoliu em seco imaginando o que aquilo podia significar. Quando Clarke percebesse sua presença ali como seria sua reação? Então ela ouviu Emma dizer algo:
— Não Aiden, não adianta tentar largar a mão da mamãe, você sabe muito bem que não vou deixar que, corra por aqui. — O garoto fez uma carinha de bravo, mas Clarke foi firme. — Aiden James Griffin me obedeça!
Como alguém que cai no mar em meio a uma tempestade e entra em um redemoinho, Lexa apenas abaixou o olhar. Ela se sentia confusa e atordoada, por certo tinha ficado louca por ver Clarke novamente, mas nada se comparava ao fato de ver aquele garotinho, em roupa de sarja que lutava para se libertar da mãe. Os cabelos pretos e ondulados o rostinho lindo junto com um par de olhos azuis escuros que olhavam Clarke com determinação.
E Lexa disse para sim mesma. — Aiden — Ela concluiu. — Ela deu ao garoto o nome que escolhemos e o segundo nome do homem que foi meu herói o meu pai... O filho da mulher com há qual um dia planejei uma vida toda se chamava Aiden James.
Elas tinham feito planos de ter filhos e Clarke partira grávida jurando que a inseminação havia dando certo, já que Lexa não podia gerar uma criança. Mas a morena nunca acreditara nela, não depois da traição. E agora bem ali o saguão da Honey, Alexandra Woods, a pratica mulher de negócios, a manipuladora fria e insensível, havia desmoronado por completo. Aquela criança tinha todos os seus traços físicos, seria ela mãe há quase cinco anos e nunca soubera? Precisava se sentar e pensar, mas o único pensamento que se firmara em sua cabeça era de que: se Clarke Griffin tivesse mentindo para ela mais uma vez ela pagaria caro e dessa vez Lexa não teria a menor piedade.
