Perguntas sem Respostas

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- Quem está aí?

Ouvi uma gargalhada, mas não era a mesma metálica que tinha escutado no dia que a estante foi jogada em mim.

- Hannah, você precisa saber! - Falou.

- Saber de que? - Perguntei.

- A Verdade Hannah! - Falou a voz que começou a me soar familiar.

- Primeiro quem é você? - Perguntei.

Ouvi outra gargalhada.

- Ah meu amor! - Falou - Achei que mesmo depois de morto você reconheceria minha voz.

- Taylor - Falei baixo.

- Bingo amor - Taylor deu outra gargalhada - Não entendo como você pode ser tão burra às vezes.

- Por que você está fazendo isso comigo? - Choramiguei.

- Fazendo o que? - Taylor rosnou - Eu estou passando por mais coisas que você pode imaginar, é tudo por sua culpa Hannah.

- Eu não queria ter te matado! - Falei em meio ao soluços.

- Me matado? - Taylor riu alto - Você está começando a me divertir.

- Você não é o Taylor! - Falei - Jamais Taylor seria cruel e mal igual a você!

- Você realmente não me conhece, não estou sendo mal Hannah - Taylor saiu da sombras.

O que eu vi me assustou.

Ele estava com olheiras e um sorriso fraco, parecia cansado e chateado.

Mas algo me chamou mais a atenção, era uma tatuagem, ela era um Uróboro.

Mas estranho era que ele não tinha nenhuma tatuagem antes, muito menos aquela horrenda.

O Uróboro simboliza o ciclo da evolução voltando-se sobre si mesmo. O símbolo contém as ideias de movimento, continuidade, auto fecundação e, em consequência, eterno retorno.

Era algo estranho em se vê em Taylor, ele não parecia ser meu Taylor.

Tinha a impressão de já visto aquele símbolo mas não em Taylor.

Não me lembrava quem era, mas vi quando era pequena uma vez.

- Como você nunca desconfiou de nada? -Taylor falou cerrando o seno.

- Eu não sei do que você tá falando! - Falei.

- Claro que não sabe! - Taylor se sentou na cadeira que a horas atrás Raffael estava - Nunca foi pra você sabe.

- Então me conta o que é! Quero entender o que eu não sei! - Falei.

- Você é a única que não conhece a própria vida, isso é hilário - Falou com um sorrisinho no rosto.

- Não brinque comigo! - Rosnei.

- Não gosta de perguntas sem respostas? - Falou - Você viveu a vida todo assim.

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