CAPÍTULO 15

94 15 2
                                    

POV: MANUELA

O dia hoje está muito melhor em comparação aos anteriores. Juliette evita olhar para Derek, um dia desses ela até sorriu para mim desejando um bom dia. Foi meio esquisito, entretanto, não fui mal educada, a respondi!

A única coisa que não mudou são os olhares de repulsa da senhora Raquel destinados à mim, ela continua a mesma.

Segurei mais firme a alça da Xícara pousada sobre o meu colo, com uma perna sobre a outra formando um X. Levei - a aos lábios em busca do chá morno alí dentro.

Estou sentada na janela da sala para o quarto, pedi a Annie que me trouxesse uma xícara de chá para passar o tempo observando a vista através da enorme janela.

Lá fora está um pouco mais ensolarado que os dias anteriores, hoje faz um mês que estou aqui. E nem uma notícia a respeito de minha tia, ou da polícia. Tia lisa nunca esqueceria de mim, tenho certeza!

Os dias aqui foram baseados em ler, comer, ler mais um pouco, andar pela casa e dormir. Derek desde da noite em que dormimos juntos por causa do seu ferimento, que não aparece mais em casa e quando aparece é só pela madrugada para dormir. O que anda fazendo nú.

Não estou entendendo o que ele anda fazendo fora até tarde, é como se ele estivesse se cansando muito. Na madrugada anterior acordei o encontrando deitado ao meu lado na cama, estava coberto por um fino lençol branco que me permitiu ver a sua falta de roupa.

Ele adora dormir de costas para o teto, então, eu consegui ver muito bem a sua parte de trás.
Por um momento pensei em toca lo, abraça - lo, senti - lo. Mas acabei desistindo da ideia maluca, por prudência. Seu corpo me parecia pedindo socorro por descanso, mas quando acordei mais tarde naquele dia, o mesmo não mais se encontrava alí.

- Manuela _Annie apareceu na porta da sala. Ela conseguiu aprender a me chamar pelo nome. - senhora Raquel à está esperando para o almoço.

Retirei os olhos da janela para a fitar, ela esta adorável em um vestido florido.

- quantos anos você tem Annie? _pergunto.

- hã?  _saiu bem baixinho. - vou fazer dezenove mês que vêm

- já terminou o colégio? _a vejo acenar.  - não pensa em fazer faculdade? 

- eu ainda não pensei sobre _responde olhando para o chão.

- então, trate de pensar _digo atraindo a sua atenção de volta. - tenho certeza que Derek não se incomodara de pagar suas despesas. - saio da janela.

- vamos _digo a tirando do transe ao passar do seu lado.

Quando chegamos a sala onde fazemos as refeições, Raquel e Juliette estão em silêncio com expressão de bunda. Elas brigaram? Ignoro, e sento em minha cadeira.

- onde anda o meu filho? _Raquel pergunta com os olhos vidrados em mim.

- não sei. Ele só aparece nas madrugadas para dormir, pensei que você soubesse. _digo me servindo.

Sem mais o que falar começamos a comer.

Fui para o quarto após terminar o almoço, Raquel não abriu a boca depois da pergunta, porém Juliette ainda tentou falar sobre algo haver com modernidade, o que não deu muito certo.

No quarto comecei a ler mais um livro, já perdi as contas de quantos já li nesse ultimo mês.

Sem aviso uma batida é ouvida na porta. Tiro os olhos do livro, pulo pra fora da cama indo abrir a porta que não estava trancada.

Tomo um susto ao ver Derek com a camisa em frangalhos parado à porta, é como se ele tivesse acabado de sair de uma briga.

- o que houve? _é a primeira coisa que veio a minha mente.

- preciso de uma camisa _não me responde.

Entra no quarto. Fico parada na porta sem saber o que fazer enquanto ele caminha pelo quarto em direção ao closet,em busca de uma camisa limpa de preferência inteira.

Cansada de ficar parada segurando a porta, trato logo de a fechar. Sigo para o closet onde encontro Derek de costas sem camisa, com uma camiseta azul em mãos.

Os vales e montanhas de suas costas bem desenhadas, por um segundo levou os meus pensamentos à outro lugar, que eu como sempre tratei de jogar para longe.

- Derek _o chamo.

O vejo virar um pouco a cabeça para trás, só o suficiente, para me ver. Sua boca está um pouquinho entreaberta.

- o que?  _perguntou.

Me aproximo dos cabides pegando uma camiseta cinza, observo - a por segundos antes de virar e estende lá para ele.

- ficará bonita _digo.

- obrigada! _diz à pegando de minhas mãos.

O vejo se vestir em silêncio. O fato dele andar longe por muito tempo, está começando a me preocupar. O que anda acontecendo? Não entendo o porque, só sei que, eu me importo com ele!

- você está bem? _escuto sua pergunta.

- sim _respondo sem desviar os olhos do chão.

- no que está pensando?

- em você _digo sem pensar.

- em mim?

- sim _posso não estar vendo, mas tenho certeza que ele está crespando o vão entre as sombrancelhas.

- como?

- você passa a maior parte do tempo longe, quando volta suas roupas estão em pedaços. _começo o fitando nos olhos agora.  - eu não entendo, só... Eu me importo!

Seus olhos se tornaram compreensíveis.

- o meu lobo está sempre pensando em você, eu estou.

Sua mão tocou o lado esquerdo do meu rosto, me arrancando um arrepio.

- você não entende o que sente_completa.

Retira a mão. Seus olhos ficam intensos, firmes e sérios.

- eu à amo. Mesmo, quando você pensa que não.  _fico confusa com suas palavras. Como chegamos a essa conversa?  - eu nunca vou deixa - lá.

- eu...

- um dia você entenderá o que sente _diz levando a mão aos cabelos da minha nuca. Estamos muito próximos.  - quando eu voltar contarei o que anda acontecendo, mas até lá, me espere.

Sinto sua mão largar os meus cabelos lentamente, me deixando apenas com a falta de seus dedos alí. O vejo sair do closet, me deixando com os pensamentos confusos para tudo o que me disse.

Foi uma declaração? Um aviso de proteção? Ou que algo ruim está acontecendo? Não sei. Só sei que meu coração está batendo muito rápido, meu estomago está revirando e uma felicidade súbita me atingiu.



AMOR DE LOBO : Vol 1Onde histórias criam vida. Descubra agora