Pov - Regina.
Os dias ao lado de Emma estavam sendo cada vez melhores. Claro, estava sendo difícil aceitar que o passado para ela literalmente fora esquecido. Por um lado, me parecia uma boa solução apagar todas as nossas confusões... Por outro, me parecia cruel demais, afinal, aquela era a nossa história. Uma história não começada, não vivida da forma correta, mas era a nossa história.
Cá estou em mais uma manhã, largada no sofá, com uma xícara de café já frio em uma das mãos e a mente vagando entre o certo e o meu egoísmo. O líquido está horrível. O meu egoísmo é idem ao café. Duas coisas que já não deveriam estar aqui, mas que insisto em ingeri-las. Droga.
Falta açúcar. Falta a fumaça subindo e se desfazendo no ar. Falta joga-lo fora. Falta a aceitação para que eu possa fazer valer a pena o presente.
Se o passado já não existe, lembrar-se que o agora será uma parte de novas lembranças é essencial.
O rádio ligado é o meu remédio. A música me oferece soluções. Senti-la é a primeira delas. Dançar e viver são as próximas. Não parece tão complicado assim, certo? Certo, eu acho.
- Quem diria, Emma Swan, hoje eu sou as incertezas que tu és. - penso em voz alta.
Um dia que começara tranquilamente. Ainda a tempo para se conformar e depois ir vê-la. Respiro fundo, frustada. Talvez, tivesse sido diferente caso a minha atitude tivesse sido outra... Ou não. Não há como saber.
- Filha, pare de remoer isso aí e aproveite o agora. - minha mãe tirou a xícara de minhas mãos e a colocou sobre a mesa. Só então percebo quão estava desligada da realidade. Eu nem havia visto ela chegar.
- A senhora já me disse isso.
- E voltarei a dizer até você me ouvir. - ela diz, me puxando para os seus braços.
- Só tente me entender.
- Só viva, minha filha.
Não iria mais contesta-la. Dona Cora sempre sabe o que fala. Ficamos ali por um bom tempo. Eu perdida em Emma Swan e ela (provavelmente) perdida no meu (futuro) cunhado. Parece irônia, mas o destino tem dessas, não? Nossas vidas encontraram os respectivos amores depois de um jogo decidido em uma festa de gala. Quem diria que aceitar a proposta de Mary me traria tantas sensações. Acabo sorrindo ao pensar em como as coisas se decidem por si só.
***
Sigo para a mansão dos Nolan. Emma estava no jardim. Tão linda. Me permito apenas admira-la. Um vestido solto, o cabelo preso em um coque e uma rasteirinha nos pés. Ela toca delicadamente as flores. Parece estar em um mundo particular. O mundo poderia acabar e nada lhe sucederia. Ou melhor, um pintor poderia eterniza-la em uma linda tela enquanto eu a eternizo em meu coração.
Emma não iria notar tão cedo a minha presença e eu também não queria estragar o momento. Não seria exagero dizer vos que poderia passar a vida toda admirando-a.
O clima realmente estava maravilhoso. Um céu claro. Um sol não muito quente. As nuvens espalhadas formando figuras. Uma leve brisa.
Emma notou a minha presença. Pareceu surpresa. Sorriu-me. Fez um gesto "negativo" com a cabeça, como se não acreditasse que eu estava ali há um bom tempo. Creio que ela poderia ver o brilho em meu olhar. O brilho causado por vê-la. O brilho de uma apaixonada.
- Regina! - ela disse um tanto surpresa. - está aqui a muito tempo?
- Emma, eu só... Eu.... Ah... Não exatamente. - fico um pouco envergonhada. - Okay, sim, há um tempinho. - dei-me por vencida.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Intensamente Vadia
FanfictionEmma Swan é uma jovem depressiva e com traços de bipolaridade, que depois que vivenciou uma tragédia, fechou-se para o amor. Por mais que cuide e demonstre carinho com seu irmão Daniel, nunca retribui a tão famosa frase: "eu te amo". Mal sabe ela qu...