Um Anoitecer (Livro lll - TRILOGIA FASES DO DIA)

Capítulo 18

Olá meus amores ♥
Mais um capítulo com todo amor e carinho para vocês... 

Já sabem né?! A mágica da música acontece no momento certo!!

Sem mais demoras, vamos ao capítulo!

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Pedro

- O que está fazendo aqui Thais? - Perguntei me endireitando na cama e a olhando tendo em mente que parte da culpa de tudo que aconteceu nos últimos dias, pertence a ela. E não sabia me conter, a presença dela aqui, tão próximo, me incomodava e não me deixava nem um pouco a vontade.
- Como assim?? - Ela se aproximou e esticou a mão para tocar meu rosto, o que com rapidez me esquivei, afastando-me - Eu... - A vi recolher a mão de volta e olhar para minha mãe meio sem jeito, por eu ter recusado seu carinho - Eu estou com você o dia todo hoje! Fui eu que estava aqui quando você despertou e fui eu que chamei o médico!
- O que? - Franzi o cenho para ela - Mentirosa! Havia alguém sim aqui quando eu acordei, e não tinha nem um pouco a ver com você...  - Parei por um instante, me recordando da silhueta enevoada que estava diante de mim, quando abri meus olhos. Mesmo que eu não pude ver com clareza, somente sua companhia, sua mão apertando levemente a minha... Ela me transmitia uma paz, completamente o oposto que eu sentia agora, ao lado de Thais.
- Eu compreendo sua confusão, mas.... - Ela sorria por fora, porém eu conseguia enxergar nitidamente a chama de ódio que queimava em seu olhar, o que provava minha tese de que não era ela ao meu lado.
- Não era você! - A interrompi e mais uma vez me peguei lembrando daquela mulher e um sorriso espontâneo surgiu em meus lábios - A mulher que estava aqui parecia um anjo... Ela... Ela era a mulher mais linda que eu já vi em toda minha vida!
- CHEGA! - Thais falou um tanto alterada, mas logo nos olhou sorrindo e pigarreou, voltando a falar em sua falsa delicadeza - Não vamos mais falar sobre isso... O que importa é que está acordado!
Minha mãe a olhava de lado, com certeza vendo toda a encenação e descaramento que Thais nos fazia suportar e pela sua expressão, pude reparar que ela também não conseguia acreditar no papo daquele demônio, em forma de mulher.
- Quando eu estava chegando, vi uma mulher sair do seu quarto! - Minha mãe falou, pegando em minha mão e me olhando com um sorriso estampado no rosto.
A olhei de volta, com o mesmo brilho no olhar. Entretanto antes que eu pudesse me pronunciar e perguntar qualquer coisa que fosse, da tal mulher que tanto me causava admiração, pela sua beleza misteriosa e unica, Thais cruzou os braços sob o peito e bufou, chamando nossa atenção.
- Sra. Bragança, será que podemos conversar? - Ela forçou um sorriso, que chegou me dar medo - A sós? - Thais concluiu apontando a porta com um aceno de cabeça.
Vi minha mãe pronta para negar o pedido e mandar Thais para puta que pariu, mas pressionei sua mão de maneira discreta, de modo que ela pôde entender que devia ir. Tudo que eu não queria agora era, que Thais transformasse a vida de todos da minha família num inferno, assim como eu sabia que ela planejava fazer com a minha. Ela era uma praticinha mimada e estava propensa a fazer alguns showzinhos e dar alguns ataques histéricos quando acontecia de não conseguir o que queria, e nesse instante, eu era seu alvo. Portanto, a conhecendo como conheço, ela não poupará esforços para acabar com quem se pusesse em seu caminho, por isso, preferia que minha mãe não se envolvesse nessa briga.
- Certo! - Ela respondeu revirando os olhos, depois se virou para mim e delicadamente beijou o topo da minha cabeça - Eu volto logo meu filho!
Acenei positivamente com a cabeça sorrindo e vi Thais sair na frente abrindo a porta e deixando o quarto, mais uma vez minha mãe me lançou um olhar como se perguntasse se tudo estava bem e eu simplesmente assenti. Ela então também saiu pela porta, me deixando sozinho com meus pensamentos que prontamente voaram até aquela mulher.
(Dê play na música)
Todas as vezes em que eu a vi, seja em sonhos, como hoje, nunca consegui ver seu rosto, porém quando ela estava perto, eu sentia que nada mais importava. Tudo que precisava, era estar ao seu lado. Assim como em meus sonhos, pessoalmente ela emanava uma luz brilhante, que ofuscava e me convidava a seguí-la.
Eu jamais havia ficado desse jeito com nenhuma outra mulher, eu as via de uma forma totalmente machista e desrespeitosa. Mas somente ela, somente sua presença conseguiu mudar dentro de mim, algo que minha mãe lutava a anos para mudar. Era como se eu estivesse disposto a abrir mão da minha própria vida, só para ter a felicidade de poder ter sua mão acolhida dentro da minha novamente.
Poxa, como eu ansiava em vê-la outra vez, mas dessa vez poder contemplar toda sua beleza, cada traço do seu rosto, poder respirar seu bom perfume e me deixar ser inebriado por seu aroma de canela. Poder tomá-la em meus braços e não se espantar ao descobrir que ela e eu, nos encaixamos perfeitamente um com o outro. Afinal, não são com peças iguais que se monta um quebra cabeça.
Senhoras e senhores, Pedro Camargo Bragança está oficialmente apaixonado! Meu subconsciente falou em tom de deboche, e eu o ignorei. Porém talvez fosse verdade, mesmo que parecesse um absurdo, se apaixonar por alguém que não se conhece, mas talvez, só talvez, eu esteja apaixonado e quem nunca sentiu isso a primeira vista, que atire a primeira pedra, mas com a certeza de que se ainda não passou, logo irá passar. Afinal, o amor bate na porta de todos, basta esperar que sua hora chega.

Melinda

Saí porta a fora e encontrei Thais encostada na parede, mais afastada do quarto. Provavelmente, temendo que Pedro pudesse escutar nossa conversa e tivesse ainda mais certeza da cobra venenosa que ela era.
Respirei fundo e caminhei até a mesma, que ao me ver se aproximar, riu e colocou a mão na cintura, olhou para o teto como se pedisse força para os céus e voltou o olhar para mim.
- O que pensa que está fazendo? - Ela perguntou com toda sua pose de menina mimada.
- Como é? - A olhei sem entender onde ela queria chegar com aquela conversa.
- Se não notou, Pedro acabou de acordar do coma, é perfeitamente normal que esteja meio confuso... - Thais falava como se por acaso ela estivesse sofrendo pelo ocorrido com meu filho e eu, não - Tudo de que ele não precisa agora é que fiquem alimentando as loucuras dele!
Não consegui me conter e caí na gargalhada, de maneira que uma enfermeira que passava ali próximo, me encarou e pediu silêncio. Eu por minha vez, me desculpei e depois de secar umas lágrimas que a crise de risos me causou, me aproximei de Thais a olhando bem nos olhos, dessa vez com a expressão seria e autoritária.
- Escuta aqui, sua vagabunda... - E ao ouvir isso, ela se espantou e eu sorri vitoriosa - Que foi? Acha que não sei do seu planinho diabólico de conseguir meu filho a todo custo?
Por um breve momento, Thais parecia ter perdido a pose, mas rapidamente estufou o peito e chegou um passo mais próximo de mim.
- Então sabe que não vou permitir que ninguém atrapalhe eu e Pedro de ficarmos juntos, nem mesmo você, sua velha...
Não permiti nem que ela terminasse a frase e a peguei pelo cabelo, a virando e esfregando sua cara na parede.
- Se você acha que vou me deixar amedrontar por uma qualquer que nem deixou as fraldas ainda, está mais do que enganada!! - E enquanto falava eu puxava ainda mais seu cabelo, a deixando sob meu controle - Agora presta muita atenção, por que eu só direi uma única vez... A próxima vez que eu te ver ciscando perto de qualquer pessoa da minha família, principalmente o meu filho, tenha certeza de que ficarei muito feliz em te colocar no seu devido lugar, sua cadela! - E tendo dito isso, a arremessei longe, vendo a mesma quase voar e beijar o chão - E quando pensar em me ameaçar de novo, pensaria duas vezes se fosse você! Eu não sou as mulheres que você late e elas saem correndo!
Thais me lançou um olhar mortal e se colocou de pé, limpando o rosto de algumas esfoliações que mal podiam ser vistas.
- Isso não vai ficar assim! - Ela falou dando as costas e saindo apressada.
Enfim sozinha, respirei fundo e voltei para junto de Pedro, que já dormia tranquilamente. Me aproximei e beijei novamente sua cabeça.
- Eu não permitirei que mais ninguém te machuque! Eu prometo! - Ele se remexeu na cama e eu fui até a janela do quarto, ver a cidade logo abaixo de mim.