Capítulo 47

49 7 8
                                    

Joana

Jamais pensei que meu cansaço fosse tanto, que eu dormiria toda a tarde e toda a noite. Ou talvez foi o sonho que impediu meu corpo de despertar.

Sonho de Joana
"Eu estava de pé numa praia linda, a água tocava com delicadeza meus pés e me arrepiava por estar fria. Mantinha meus olhos fechados enquanto minha pele absorvia a paz do momento.
O sol começava a se pôr preguiçosamente, quando senti braços firmes me envolverem por trás e abraçarem minha cintura, enquanto seus lábios depositavam beijos em toda a extensão do meu pescoço. Pendi levemente a cabeça de lado, dando-lhe caminho livre para seguir com seus carinhos.
Num único movimento, sou virada de frente para o mesmo e num segundo nossas bocas se unem num beijo intenso e apaixonado, e a maneira que nos encaixávamos era coisa de cinema, algo quase difícil de acreditar que era real.
O beijo se findou, quando ambos já buscávamos o ar desesperadamente.
- Uau! - Ele disse enquanto mantinha sua testa encostada na minha e respirava fundo.
Eu sorri em resposta também sem fôlego e acariciei seu rosto, sentindo a barba por fazer.
- Eu gosto da maneira como ela me pinica enquanto você me beija! - Continuei com o carinho e quando meus olhos focaram nos seus, percebi que eles brilhavam e ardiam num fogo sensual, convidativo e provocante.
- E eu gosto da maneira como sua pele se arrepia ao meu toque! - E tendo dito isso, Pedro passou a ponta dos dedos pelo meu braço, que prontamente se arrepiou e toda uma corrente elétrica percorreu meu corpo, que respondeu com um leve tremor, causando um sorriso de satisfação no rosto dele e me corou no mesmo instante.
Percebendo minha timidez que ainda insistia em me acompanhar, mesmo depois do tão sonhado casamento, Pedro segura minha mão e a traz até sua boca, depositando um beijo sobre a aliança que eu trazia em meu dedo anelar.
- O que quer fazer? - Ele perguntou me puxando pela cintura até colarmos nossos corpos - Podemos apenas ficar aqui olhando o pôr do sol, podemos andar de barco, sessão de filmes de terror... O que quiser!
Permaneci calada, eu sabia o quanto ele estava sendo cavalheiro e respeitando meu tempo, mesmo termos acabado de nos unir em matrimônio. E eu o amo ainda mais por isso, mas também sei o quanto ele estava ansioso por termos nossa primeira vez e confesso também o estar desejando, então era hora de deixar meu medo e insegurança de lado e viver esse momento com meu marido. Portanto, fiquei na ponta dos pés e mordi levemente seus lábios, antes de beijá-lo com desejo. Depois me afastei dele e retirei o vestido que eu estava, ficando apenas com a lingerie branca que Maya havia me ajudado a escolher para nossa noite de núpcias.
Pedro ficou apenas me observando boquiaberto, mas quando alcancei o fecho do sutiã e quis abrí-lo, ele se aproximou.
- O que está fazendo? - Ele perguntou.
- Pensei em tomarmos um banho de mar primeiro - Expliquei meus planos.
- Mas precisa tirar toda a roupa? - Ele falava e olhava ao redor, então entendi sua preocupação. Sorri e envolvi seu pescoço com os braços.
- Amor, você não comprou essa casa nessa ilha exatamente para sermos somente eu e você? - Quando o vi concordar com a cabeça prossegui - Então! Não há ninguém aqui além de você para me ver nua.. - Falei e dei um selinho nele e enfim, retirei toda minha lingerie, adentrando na água sem olhar para trás. Afinal meu rosto queimava de vergonha, e meu coração batia acelerado.
Não demorou muito e senti a mão de Pedro me segurar pela cintura. A água já batia em meus seios, ou seja estávamos quase completamente submersos.
Ficamos nos olhando por um momento, até que minhas pernas envolveram sua cintura e eu pude sentir seu membro encostar em minha intimidade. Pedro fechou os olhos brevemente, se deliciando com nosso primeiro contato. Imitei sua ação e logo seus lábios estavam nos meus, quase me devorando e eu retribuí toda aquela intensidade.
Quando achei que iríamos ficar ali por mais algum tempo, Pedro segurou-me presa a ele e começou a andar de volta a areia e continuou andando até entrarmos na mansão. Ele seguiu para o quarto e me deitou na cama, vindo por cima de mim e então me olhou ali totalmente entregue a ele e então nos beijamos novamente.

 Ele seguiu para o quarto e me deitou na cama, vindo por cima de mim e então me olhou ali totalmente entregue a ele e então nos beijamos novamente

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Dessa vez as carícias ficaram mais intensas e a necessidade dentro de nós que gritava pelo outro exalava pelos nossos poros.
Sua boca não desgrudou da minha no momento que Pedro se acomodou entre minhas pernas e com muito amor e carinho me penetrou e eu me senti no êxtase da felicidade."

Coloquei-me sentada na cama. Eu suava um pouco e sentia todo meu corpo sensível.
- Meu Deus! - Passei a mão nos cabelos - Que sonho foi esse?
Percebi que quanto mais pensava no sonho, mais meu corpo se incendiava, portanto corri para o chuveiro, resolvendo tomar um banho frio para me despertar por completo e espantar para bem longe qualquer resquício daquele fogo todo, eu precisava me controlar.
Terminei o banho e me vesti, percebendo que já havia amanhecido, então fui até a cozinha preparar o café da manhã.
Assim que tudo ficara pronto e eu tinha posto a mesa, Diana surgiu, já com seu uniforme impecavelmente branco.
- Bom dia minha querida! - Ela veio até mim e beijou o alto da minha cabeça e logo tomou seu lugar a mesa.
- Bom dia! - Respondi me sentando ao seu lado.
- Que cheiro maravilhoso! - Meu pai veio se juntar a nós e também me deu um beijo - Bom dia filha, vai sair? - Ele perguntou ao se sentar no seu lugar e perceber que eu estava arrumada.
- Sim, vou compensar minha falta ao hospital ontem! - Respondi dando uma mordida no meu pão de queijo.
Notei pelo canto do olho, Diana parar a xícara a caminho da boca e devolvê-la ao pires e pegar o celular digitando uma mensagem rápida. Meu pai também notou e pigarreou.
- Hã? Ah desculpe - Diana falou voltando a guardar o celular - Essa vida de médica chefe me enlouquece!
- Já pensou em tirar férias? - O tom de voz do meu pai dava a entender que eles não tinham resolvido metade dos problemas que pairavam sobre eles.
- Querido agora não - Diana o repreendeu com doçura, tentando evitar uma briga logo pela manhã - Quer carona até o hospital Joana?
- Sim, por favor - Respondi agradecida.
Ela sorriu e terminamos nosso café em silêncio. Antes de sairmos, beijei a bochecha de meu pai e o abracei.
- Tenha fé! - Pedi a ele num sussurro antes de soltá-lo e o vi acenar positivamente com a cabeça.
E seguida de Diana, deixei a casa e fomos em direção ao carro, que logo quando entramos, ela saiu acelerando.
Seu modo apressado de dirigir me incomodava um pouco, mas mantive com a minha opinião guardada para mim. Poucos minutos após, já estávamos no amplo estacionamento do hospital.
Caminhamos lado a lado até a porta da frente e quando a mesma se abriu, notamos um casal bem empolgado na recepção. Nos aproximamos para cumprimentar Lucas que olhava atento para a tela do computador, enquanto digitava algo.
- Bom dia Hernandes! - Diana sempre o chamava pelo sobrenome e quando o mesmo ergueu a cabeça para responder ao cumprimento, me viu e seu sorriso atingiu as orelhas.
- Bom dia Dra. Valença! Bom dia Joana! - Ele disse.
- Bom dia Lucas! - Respondi sorrindo.
- Bom, eu vou trabalhar - Diana se virou para mim - Tenha um ótimo dia filha! - Mas antes que ela se virasse, Lucas a chamou.
- Doutora, esses são os pais de uma das crianças internadas... Evellyne! - Ele apontava para o casal empolgado e sorridente que nos olhavam - Vieram preencher a ficha dela que se mantinha incompleta!
Meu interesse imediatamente cresceu e eu quis fazer algumas perguntas, mais antes mesmo de abrir a boca, Lucas se virou para mim, agora não tão feliz, eu me arriscava dizer que ele parecia um tanto quanto irritado.
- Jo, hoje você tem visita! - Ele falou com certo nojo.
- Visita? - Perguntei e ele balançou a cabeça positivamente, mas novamente antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Diana o chamou e ele voltou a atenção ao trabalho.
Percebi que eu teria que descobrir sozinha quem seria a minha visita, porém antes de tudo, queria ver as crianças, eu estava com muita saudades delas e da alegria que elas me proporcionavam.
Entretanto, antes de abrir a porta da ala infantil, pude as ouvir rindo e após uma voz melodiosa e masculina soava, contando uma história. Lentamente abri a porta e as encontrei, sentadas prestando atenção no teatrinho de fantoches que Pedro fazia, contando uma bela história infantil.
Eu não conseguia acreditar no que meus olhos viam. Afinal ele não estava na casa da ilha? O que estava fazendo aqui?
Seus olhos encontraram os meus e ele sorriu.
- Oi! - Disse apenas movendo os lábios.
- Oi! - Falei sem som e me juntei as crianças para ouvir o fim da história, na verdade, tentar ouvir, já que meus batimentos cardíacos acelerados, me impediam de me concentrar.

Um Anoitecer (Livro lll - TRILOGIA FASES DO DIA)Onde histórias criam vida. Descubra agora