BETWEEN WHIPS ৲ sprousehart ❫

ミ 03 | g o o d b y e

- [🕯️] Oi meus anjos, tudo bom? Eu espero que sim. Acho que hoje não tenho nada a avisar... Tenham uma boa leitura, ♡

- Então você é a princesa? - Jaci pergunta, boquiaberta e Lili balança a cabeça afirmativamente.

- Sim, mas não é por isso que somos diferentes. - Lili diz para a indiazinha.

Enquanto as duas conversavam animadamente sobre a vida de Lili e a de Jaci, Cole estava no meio do riacho procurando um peixe, piaba, qualquer coisa. Mas, logo as duas se cansaram e decidiram fazer a mesma coisa que o garoto.

Em instantes, estavam todos encharcados. Entretanto, isso não importava para nenhum dos três, porquê a diversão ali era maior do que qualquer coisa. Lili pulava de uma rocha para outra, mesmo sabendo do risco de cair e se machucar; e foi bem assim que aconteceu, com um piso em falso, a garota escorregou e caiu de bunda nas pedrinhas menores. Seu joelho machucou e sua bunda estava doendo devido ao impacto forte que teve.

Na mesma hora, Cole correu em direção a garota que choramingava com o ardor misturado com a dor que sentia. O garoto pegou um pouco de água nas mãos e jogou sobre si machucado, na tentativa de limpar e assim parar um pouco a dor; posteriormente, decidiu levantar a menina para tirá-la do rio, mas caiu assim que conseguiu levantá-la por um desequilíbrio. Antes que machucasse novamente a menina, virou o seu corpo, ficando por baixo e recebendo todo o impacto.

Sem querer, o garoto soltou um suspiro de dor e isso fez com que fosse a vez de Lili ficar preocupada. Cole levantou por si só e andou com a ajuda da princesa; quando chegaram em terra firme, a menina ajudou-o a fixar encostado numa árvore.
De repente, uma voz masculina tomou a atenção de Lili após ouvir clamando o seu nome; a loirinha arregalou os olhos e num impulso, beijou a face de Cole para se despedir, correndo adentro da mata com as vestes molhadas e deixando junto com o garoto uma presilha em forma de diamante.

Ainda extasiado pelo beijo, Cole se esticou para pegar a presilha. Alisou o objeto, seu coração estava acelerado e ele não sabia ao certo o que seria. Porém, gostava da sensação e sabia que nunca esqueceria essa garotinha.

[🖌️]

- Mas papai... - Lili tentava explicar o fato de estar toda molhada, enquanto sua mãe a observava do canto da sala e balançava a cabeça negativamente.

- Não há mas, nem porém e nem entretanto. - Pedro altera o tom de voz devido a raiva que sentia no momento. - O que eu faço com você, Lili?! Brincando com filhos de escravos?! Isso é inaceitável.

A menina começou a chorar, ato que fez o coração de Teresa apertar; diante daquela situação, nada poderia ser feito. Pedro não sabia se fazia o que pensava ou se dava mais uma chance a sua filha, tudo estava bastante complicado. Imagine que algum outro rei a visse as soltas com um mestiço? Não importava se ele tinha como progenitor um senhor de engenho, ele tinha o sangue de negro percorrendo nas veias dele e isso já era motivo para que sua filha fosse proibida de qualquer contato com ele.

- Quer saber?! - o rei volta a falar com sua filha. - Você irá para Portugal! Estudará lá até completar os dezoito anos e depois, pensarei em permitir a sua volta.

- Pedro, 12 anos longe de mim?! - Mesmo contra a sua vontade, Teresa pergunta com calma e delicadeza para não irritar seu esposo.

- Ela tem que aprender o vosso lugar e nada melhor do quê um longo período longe desse pirralho mestiço que ela está a achar que é amiga. - Pedro passa a mão nos fios. - Está decidido. Mande arrumar as vossas malas, amanhã mesmo você irá!

O rei sai, deixando a garota aos prantos e logo a mãe corre em sua direção para abraça-la. Infelizmente, as duas iriam se separar e isso machucava ambas; entretanto, Teresa tentava acalmar o coração da menina que estava soluçando de tanto chorar.

Posteriormente, as duas foram para o quarto arrumar as malas, assim como foi imposto pelo pai da menina. A mesma, estava um pouco chateada com o que o pai havia mandado, mas não tinha opção a não ser aceitar o que ele tinha decidido fazer.

Depois que termina, a menina segue em direção ao banheiro, na qual sua banheira de madeira já está cheia e as suas criadas já estão prontas para se banhar. Em seguida, quando o banho cessa e ela volta ao quarto, decide dormir enquanto sua mãe alisava seus fios lisos e distribuía beijos em sua face.

No dia seguinte, a menina acorda bem cedo e decide escrever uma carta para se despedir de seu amigo. Não sabia ao certo com isso chegaria até Cole e nem como ele iria saber o que estava escrito já que não estudava e nem tinha direito a isso, mas pediria a compreensão de sua mãe para que pudesse entregar e até ler.

Pegou um papel de boa qualidade que tinha na gaveta de sua escrivaninha, lugar onde desenhada nos tempos livres, pegou seu tinteiro e caneta e começou a escrever.

Oi Cole, mais sei por onde ei de começar isto aqui. Mas, peço que entenda a minha parte que aqui vos fala.

Depois de ontem, meu pai e vosso rei não gostou nada de que eu brincasse com você e por isso, fui castigada. Sim, castigada. Estou partindo rumo a Portugal e lá permanecerei assim que eu completar dezoito anos.

Não se preocupe, não ei de esquecer você em nenhum momento. Você é um amigão e tanto para mim, eu sempre estarei a adorar você.

Quando terminou, a pequena menina dobrou o papel e colocou dentro de um envelope. Antes que sua mãe entrasse no quarto para chamá-la, a loira saiu para tomar um café e se despedir do breve tempo que ficou no Brasil. Ela iria voltar e esperava que o tempo colaborasse com ela, dando até a mesma maturidade para lidar com essas diferenças que não poderiam existir. Lili seria a revolução do século XX.

- [🕯️] Eu tô triste e feliz ao mesmo tempo com a partida de Lili. Obrigada pelas quase 500 visualizações, vocês são demais! Os próximos capítulos narraram alguns momentos da Lili em Portugal, mas será pulado por etapas até que ela complete 18 anos. Até quarta-feira, xoxo.