Capítulo 23. Interligado

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"As lágrimas mais amargas derramadas sobre as sepulturas são palavras que não foram ditas e ações não tomadas."
Harriet Beecher Stowe.

Aimee Bowen

Passo a mão pelo rosto pálido de Spencer que tinha boa parte da face coberto pela máscara de oxigênio. Seu rosto estava repleto de hematomas, assim como resto de seu corpo.  Pelos céus. Ele estava morrendo eu não pude fazer nada. Absolutamente nada. Se eu tivesse impedido Winters, ele não estaria aqui. Não teria passado por uma cirurgia de risco. Não teria ficado entre a vida e a morte. Não estaria nesse estado, sem saber se acordaria ou não.

Algumas horas atrás tudo estava um caos. Avisaram-nos sobre um ocorrido no subsolo do prédio. E quando informaram que se tratava de Reid, ou pelo menos o que parecia ser ele. Meu coração parou, quase que literalmente.

Há quinze horas ele passou por uma cirurgia para redução da hipertensão intracraniana. Permanece em coma induzido e seu estado de saúde é considerado grave. Eu não aguentaria perde-lo. Pelos Céus. Sentia um aperto enorme no peito como se a qualquer momento fosse partir ao meio. Vê-lo daquele jeito me destruía. Eu faria qualquer coisa para mudar isso, está em seu lugar. Tirar sua dor, o tirar deste estado.

Alguém abre a porta do quarto mas não levanto a cabeça para olhar.

- Ei – escuto Swarbrick chamar colocando a mão sobre meu ombro. – ele vai ficar bem. O pior já passou.  – tenta me tranquilizar mas como ele podia saber? Eu podia perder Reid para sempre. – Eu telefonei para os amigos dele. – fala calmo.

- O quê? – finalmente o olho.

- Eles precisavam saber, se tivesse...

- Sim, eles tem que estar com Spencer.

- Em poucas horas devem chegar, pelo o que entendi de uma moça chamada Garcia, estavam resolvendo um caso em Nevada. – ele diz e penso em como eles devem estar se sentindo - Não é sua culpa, sabe disto, não?

- Vai dizer o que, que são ossos do ofício?

- Claro que não. - ele suspira - Rolston está resolvendo algumas questões já que você está aqui, e Thompson está a caminho. Vou esperar lá fora – diz saindo me deixando sozinha novamente. E desabo em lágrimas. Eu não quero, não posso te perder. Quando Peter morreu, eu não tive a oportunidade de dizer que o amava. Por favor Reid, fica comigo.

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Acordo com um barulho do lado de fora do quarto. Acabei pegando no sono. Olho ao redor e vejo Thompson, que me lança um sorriso. Olho  para Reid esperançosa ele permanecia do mesmo jeito.

- O que está acontecendo? – pergunto para Carol.

- Não sei – diz com a voz doce e pelo seus olhos vermelhos sei que estava chorando e eu não devia está muito diferente.

- Não posso deixar todos vocês entrarem – escuto a voz mais próximo e então a porta se abre dando visão a equipe da UAC.

- Ai meu deus – JJ e Penélope vem de encontro a Reid e Derek se aproxima.

- Spencer – JJ passa a mão pelo rosto dele enquanto chorava. Os dois mais velhos adentram na sala sendo repreendidos pelo médico. E posso ver Swarbrick e Rolston no corredor.

- Apenas cinco minutos, depois somente uma pessoa pode ficar no quarto do paciente.

- Qual a situação dele, doutor – Rossi pergunta para o médico.

- Eu vou deixar vocês sozinhos – digo e como se só agora tivessem notado minha presença Penélope vem em minha direção e me abraça.

- Amália, ele vai ficar bem, não? – pergunta e me seguro para não chorar novamente.

- Vai, Garcia.

- Reid não estaria aqui se não tivesse mentido para nós. – escuto Morgan falar e por um instante penso que é comigo, viro para ele e vejo que falava com Hotchner.

- Não é culpa dele, Morgan. – falo.

- Não? Então me diga quem é o culpado. – Morgan pergunta claramente magoado. Ele sofria pelo amigo.

- O tempo acabou, eu peço por favor para se retirarem da sala. Para o bem do paciente. – o médico diz e eu saio na frente, sendo acompanhada pelos três homens, e as três mulheres.

- Acredito que precisam conversar, posso ficar com Reid. – Rolston se oferece.

- Quem é você? – Morgan pergunta.

- Marcus Rolston, colega de equipe do Dr Reid. E esses são Swarbrick, Carol e..

- Acho um boa ideia você ficar lá. – digo o cortando e recebo um olhar de Aaron. Ele percebeu que tinha algo de errado, perfilador.

- Claro.

- Você sabia que ele trabalhava para o FBI, aqui, Amália? Pensei que também achasse que ele estava fazendo uma pesquisa.– fala JJ. 

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