Find Me

Capítulo 24. Adeus.

Uma pessoa se torna muito forte quando seu objetivo é proteger algo ou alguém.

Fallen Angel.

Aimee Bowen.

- Ei – chamo Reid que acabou de acordar.

- Aimée...- diz com dificuldade e pego em sua mão.

- Não se esforce muito, okay? – falo e depósito um beijo em seus lábios. – Eu tive tanto medo de te perder.

- Você nunca vai me perder, Aimée .- na verdade eu já perdi.

- Sobre isso eu.... – sou interrompida pela porta do quarto abrindo e revelando Garcia que adentrou o quarto com um copo de café em mãos.

- Você está aqui, finalmente. – Fala seca e se senta.

Eu sei porque estava brava, ontem eu fui embora sem mais nem menos. E quando Swarbrick me ligou dando a notícia que Reid finalmente acordou, eu quis vim para cá o mais rápido possível, mas algo me impedia de tomar coragem e vê-lo. Afinal estava daquele jeito por minha causa. Alguém na tentativa de me ferir o machucou. E eu sentia que não pararia por aí.

- Eu sinto muito. – falo cabisbaixa.

- Pelo o que exatamente? Por sumir? Ou por mentir? Sim, seu amigo James esclareceu tudo para a gente ontem. – fala nitidamente chateada.

- Garcia, por favor – Spencer diz em voz baixa.

- Tudo bem, Spencer. Ela tem razão por esta chateada. E eu sinto muito.

- Não importa. O importante agora é que Reid está bem. E em alguns dias poderá voltar para Virgínia. – fala sorrindo de lado olhando para Reid.

- E os outros? – pergunto.

- Tiveram que voltar, após ter certeza que Reid estava fora de risco. – será que realmente estava? – Eu vou deixar vocês conversarem. – fala e se retira do quarto.

- Foi um grande erro eu ter mentido. – Falo para Reid.

- Nos mentimos, nosso erro. Ela só se esqueceu disso por que estou nessa cama. – fala sorrindo o que me faz rir.

- Você ia dizer alguma coisa antes dela entrar?

- Depois, agora só descanse.

Passo o resto do dia com Spencer. Garcia havia voltado ao hotel por poucas horas. Passava da dez horas da noite quando a loira retornou. Garcia falava sobre algumas histórias malucas dela, quando James entrou no quarto.

- Ei cara, como se sente?

- Muito bem, pronto para ir embora. – Reid responde.

- Você passou por um cirurgia de risco há três, e já que ir embora?

- Detesto hospitais

- Ninguém gosta de hospitais. Olhe pra você nem consegue se sentar. Sei que é um gênio mas se os médicos dizem que ainda não está recuperado, é por que definitivamente não está.

Os três conversavam sobre assuntos diversos. Apesar de Spencer tentar parecer está bem, sabíamos que ele ainda não estava. Ele é forte, eu sei disto. E suportaria qualquer coisa. Mas eu preciso resolver meus problemas antes. Não posso colocá-lo novamente em risco. Eu precisava de respostas. Quem quer que seja a pessoa responsável por isso, já deu jogada, e era minha vez. E Reid não precisa estar nisso.

- Aimée, Aimée – Swarbrick estrala os dedos a minha frente chamando minha atenção.- Podemos conversar? – pergunta e o sigo para fora do quarto.

– Vamos até a lanchonete.
Seguimos até a lanchonete do hospital onde estava quase vazia a não ser pelos três funcionários e dois clientes em uma mesa afastada. Nos sentamos e James pede um café.

- O que quer falar comigo?

- Eu conheço esse seu olhar perdido. Você ficou semanas assim após a morte de Peter.

- Você espera o que? Quando eu sei que a pessoa que o matou e, tentou matar Spencer também? Eu devo cruzar meus braços, e esperar pela próxima pessoa que irá ferir, para me atingir, e eu nem sei porquê. Eu vou descobrir quem está fazendo isso. E eu o matarei com minhas próprias mãos.

- E Reid? Onde entra nisso? Vai contar para ele?

- Não, o deixarei fora disso

- Aimée – ele diz pegando minhas mãos. – Não se afaste de Reid, eu tenho medo do que que você possa fazer sem ele. Há muito tempo eu não te via feliz, ele te faz feliz não acabe com isso.

- Eu o machuquei, eu fiz isso com ele...

- Não. Você sabe que não.

- Ninguém vai feri-lo novamente se não estivermos mais juntos. Alex concorda comigo.

- Alex? Você realmente confia nele? - ele solta minha mão.

- Eu não sei, acho que sim, ele tem certeza que Winters está por trás disto.

- Se eu fosse você não confiaria nele. Peter morreu logo depois que você desistiu do plano maluco de vingança contra Winters. Foi pelo o que sentia por ele, que a fez ter consciência. Vocês me usaram, Alex me usou. E eu perdoei. Mas será que ele perdoou o que você fez?

- Está dizendo que ele matou Peter? Está escutando o que diz, não coloque a mágoa pelo o que vocês tiveram a frente disso.

- Não é mágoa, Aimée. É questão de enxergar o óbvio e analisar a circunstância. Quando Peter morreu ele não estava aqui, por que será? Talvez não conseguiria olhar para você. Agora do nada ele volta, sem mais nem menos. E isso acontece com Reid. Sem contar que ele estava em seu apartamento naquela noite, quem nos garante que ele mesmo não colocou o bilhete lá? Não podemos confiar em ninguém.

- Você está enganado. -Eu não suportaria colocar Alex como suspeito nessa situação. Mas e se meu erro fosse esse? Ignorar os fatos por afeto.

- Espero. Mas na minha lista de suspeito, Alex e Winters estão no topo.

- Winters não sujaria as mãos com isso. Temos que combinar que ele é estúpido demais para planejar algo assim. E achar que Alex está por trás disso é maior besteira que já disse.

- Uma certeza nós temos, Aimée. Você não está segura, e não podemos confiar em absolutamente ninguém, e nem subestimar Winters.

- Chega. – falo me levantando. – Eu vou falar com Reid.

- Tem certeza disso? Pense no estado dele. – fala pegando meu braço.

- Vai ser melhor assim. Eu o mandarei longe de perigo.

- Ele te ama.

- Eu sei. – sorrio.

- E a solução não é afasta-lo.

- Discordo. Eu vou protege-lo.

- Quem tem que decidir isso é ele.

- Eu sei o que estou fazendo. – falo e o deixo.

Subo até o quarto e encontro Garcia dormindo desajeitada na cadeira. Mas Reid ainda estava acordado.

- Deveria descansar, seu corpo dá indícios claros de cansaço... – ele começa a dizer.

- Eu estou bem. Eu preciso falar com voc..- Garcia acorda em um sobressalto assustada.

- Garcia? – a chamo.

- Tudo okay. Aí esqueci que não estava na minha cama – fala enquanto estralava a costa. Spencer e eu rimos.

- Garcia, se importa de me deixar a sós com Reid? – peço.

- Não, não na verdade preciso de um bom chocolate quente. – fala e sai do quarto.

- Me sinto mal por ela está aqui por minha causa.

- Ela se importa com você. – Falo e me aproximo mais dele.

- O que você tem, Aimée? – pergunta e pega minha mão – Também não quero que se preocupe comigo, os médicos já garantiram que estou fora de riscos, se te conforta.

- Não é isso. – me sento ao seu lado. – A maior parte da minha vida eu me senti perdida. Sozinha. Sempre me senti como um caso perdido, e talvez eu seja mesmo. Eu tive tanto medo do vazio que carregava aqui dentro. Mas alguns meses eu... você apareceu na minha vida de maneira repentina. E algo despertou quando eu te conheci, seu jeito peculiar de ser me encantou de uma maneira que eu tive medo. Eu sabia, e pra falar a verdade eu sempre soube. E passei um certo tempo negando o que sentia por você Reid. E mesmo depois de aceitar eu tive medo de me entregar completamente, de certo modo era como se eu estivesse traindo Pete.

- Aimée...

- Não, me deixe terminar. Esses últimos meses juntos, foram os mais felizes da minha vida. E quando eu digo isso é com toda a certeza. Você me faz feliz. E quando eu te vi aqui nesse quarto eu senti aquele vazio novamente. Eu te amo, Spence. Mais do que tudo, mais do que qualquer coisa.

- Eu também te amo, Aimée. Você não vai me perder, eu não irei te perder. Vamos ficar bem independente de qualquer coisa, estaremos juntos.  – fala e aperta ainda mais minha mão.

- Não! – falo e me levanto. – Por favor, eu te amo, mas meu amor aos poucos te matará. É isso que eu faço, isso que eu sou. Eu só trago destruição para quem cruza meu caminho. Não podemos.

- Não vou deixá-la ir.

- Olha para você, isso é culpa minha.

- Não, não é. Aimée, não precisa fazer isso, eu não voltarei para Quântico.

- Você não entende, não estou me declarando para que fique, mas sim para que possa ir. Você disse que também me ama, então deixe-me e siga em frente.

- Não pode me pedir isso. Não pode me pedir para esquecê-la.

- Não há futuro para nós – seco uma lágrima que escorre. – Não há futuro para mim, você tem o mundo, e eu não serei seu exílio.

- Será assim tão fácil, diz que me ama, e me manda embora da sua vida? Não diga palavras de tamanho significado sem realmente senti-las.

- Reid. – me aproximo e tentar tocá-lo mas o mesmo recua com o braço.

- Não! Não pode pegar meu coração e dilacera-lo em suas mãos diante de meus olhos. 

- Me perdoe. – falo em um sussurro enquanto as lágrimas banhavam meu rosto. Era o certo a se fazer. Doa o que doer, custe o que custar - Eu não  vou te colocar em risco novamente.

- Risco? Que risco?. Se quer que eu vá embora da sua vida, eu vou e nunca mais voltarei. Eu sim lutei por nós dois, e só agora percebo que lutei por algo destinado ao fracasso.

- Tente me entender, eu sei que é difícil mas é o melhor para nós dois. 

- Tudo que eu fiz foi tentar entender você. Sinceramente eu já cansei, acho que nem você mesma se compreende. Você realmente quer que eu vá? – pergunta e posso ver os vestígios de esperança em seu olhar.

- Adeus, Spencer. – falo e me viro sem olhar para trás. Naquele momento eu deixei minha felicidade, motivação para viver, meu riso, meu brilho. Cada momento de amor ficou para trás, naquele hospital. A minha vida pertencia a Reid. Mas Reid não poderia pertencer a mim. Spencer foi minha salvação já eu seria sua destruição.

------------