Find Me

Capítulo 28. Me mata!

O fim se aproxima rastejando lentamente, você o ver chegar, bater em sua porta. Você pode correr mas não irá escapar. Ao anunciar sua chegada ele anuncia sua partida.

- Eu não te reconheço. Está fraca. Uma verdadeira covarde. - ela fala olhando fixamente para mim. - Isso machuca sabe... você, eu. Não precisava ser assim, dessa maneira. As coisas seriam mais fáceis se me amasse de volta.

- Até quando vai me manter aqui? - pergunto e ela levanta a colher até minha boca, mas recuso.

- Precisa comer, Mee. - ela fala colocando a colher de volta no prato com sopa.

- Não consigo comer com isso ali. - falo direcionando a cabeça para o corpo de Anthony, que Helena não moveu dali.

- Não tenho como o tirar daqui. Sabia que estão procurando por mim? Por nós? Todos noticiários.... Colocaram uma foto ridícula minha de anos atrás. - fala como se aquilo fosse engraçado. - Boa sorte para me encontrarem.

- Eles vão te encontrar Helena, sabe disso.

- Não me chame de Helena. Não me chamo mais assim.

- Então qual é o seu nome? - ela apenas sorri. - O que você espera que aconteça? - pergunto sincera. Se ela não iria me matar, aguardava pelo o quê? Não conseguiria fugir, não comigo junto.

- Provar para você que ninguém no mundo te ama mais do que eu. Quando ninguém mais estiver no nosso caminho, seremos finalmente felizes.

- Eu encontrei uma vez com Spencer Reid. Ele derrubou café em mim. Queria sabe o que você viu nele.

- Nada demais. - minto. - Já te disse o único homem que amei foi Peter.

- Vai insistir nessa mentira? Então eu fingirei que acredito.

- Você poderia tirar essas cordas de mim, estão me machucando. - peço tentando convencê-la.

- Machuca porque você força. Mas não se preocupe, eu darei um jeito. Não vai passar o resto dos seus dias presa a essa cadeira. - ela mantém um sorriso mínimo no rosto. Tira uma faca mediana da roupa.

- Ainda lembra como funciona? - pergunta e memórias invadem minha cabeça. Ela se aproxima de mim e sinto uma dor fina no meu braço. - Isso não é dor. - ela fala e passa novamente a lâmina sobre meu braço agora mais fundo e sinto o líquido quente escorrer. - A dor está aqui dentro Aimée. - coloca o dedo sobre a própria cabeça. - A dor não existe. O Sr. Lodgesnos ensinou.

- Ele era um louco.

- E você e Alex o mataram. Não penso que guardo ressentimento por isso. Eu mesmo teria o feito se tivesse toda a oportunidade. Mas confesso que ele foi tudo que me sobrou quando você me deixou. - fala com pesar e volta com a lâmina desta vez no outro braço.

- Isso não é dor. Não está doendo. Isso apenas significa que somos mortais. E principalmente, significado que a sua vida está nas minhas mãos. - sussurra no meu ouvido, e eu tentava não não cair em suas palavras, não podia me entregar.

- Você disse que não iria machucar a gente. - sussurro e ela para bruscamente e se volta a minha frente.

- A gente, quem? - pergunta pausadamente. - Eu perguntei a gente, quem! - grita e chuta o prato de sopa que estava no chão.

- Você está escutando dema...

- Não tente me enganar! O que está escondendo?

- Nada. - digo firme.

- Mentirosa. Mentirosa. Você só mente, Aimée! - fala e dá voltas em círculos até que para. - Não! Você estraga tudo. Tem alguma coisa aí, não tem? - Fala e direciona o olhar para minha barriga. - Por que? Por que faz isso com a gente? - fala com magoa e vejo uma lágrima solitária escorrer.

- Temos que dar um jeito nessa coisa.

- Você não vai fazer nada. - grito chamando sua atenção.

- Isso vai roubar o seu amor de mim. Já não basta Peter, e Spencer?

- Você quer que eu implore? Não faço nada com meu filho.

- Não vai ser eu a decidir. Eu tinha planos pra gente, Aimée. - diz com pesar mas logo volta com o sorriso. - Fica quietinha aqui. Tenho algo a fazer.

Fala e escuto seus passos sumirem. E eu me acabo em lágrimas. Como eu sou burra. Eu estraguei tudo. Helena se transformou em um monstro. E eu preciso me soltar, se eu quiser sair viva daqui. Eu não vou deixar nada acontecer com a gente. Eu prometo. Droga!

Puxo mais uma a vez minha mão ignorando a dor no braço, mas continua firmemente presas. Já pensei em e tentar ver os bolsos no corpo de Tony, mas ela já o remexeu tirando carteira, chaves e um isqueiro. Eu precisava me soltar.