Capítulo 18. Eu sempre estarei aqui.

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"A vida é sobre escolhas. Algumas que lamentamos, algumas que ficamos orgulhosos. Nós somos o que escolhemos ser."

Graham Brown

Spencer Reid

Há dois dias Aimée me contou sobre seu passado. Onde foi criada, sua relação com Winters, algo que me enojou bastante só de imaginar. E sua amizade com Bourgeois. O planos deles para assassinar o homem que tanto fez mal, e a vingança deles contra Winters. Eu tentei sentir o mínimo de raiva possível dela. Mas nem isso eu consegui senti. Só pensava em como ela teve uma vida complicada até aqui, os traumas que ela teve ter passado. Mesmo Bowen me contado o que havia feito, não sou capaz de vê-la como uma assassina. Ao me dizer que não era mais aquela Aimée, eu pude observar a verdade em seu olhar, mais ao mesmo tempo pode ver que ela ainda omitia algo. E foi por isso que passei a semana tentando descobrir alguma coisa.

Fiz algumas perguntas a Rolston e Thompson, até mesmo a Smith, por mais que ela tenha chegado depois. Evitei fazer perguntas a Swarbrick, já que ele era o mais próximo à ela. Não sei ao certo o que eu queria descobrir, mas precisava saber de tudo.

Em uma tarde antes de eu sair, eu via algumas poucas pessoas reunidas em frente a um quadro que ficava no corredor principal do prédio, haviam outros, eram de agentes falecidos.

- Hipócritas. - diz Thompson parando do meu lado.

- Porquê?

- Ninguém gostava dela, hoje faz três anos da sua morte e estão aí fingindo lamentações.

- Era da nossa equipe?

- Supervisora da equipe. "Nossa chefe superior" blá.

- Então, com a morte dela Winters subiu de cargo?

- Você falando assim até parece que ele a matou. O que não me surpreenderia, todos aqui eram loucos por isso, não que ela fosse mais insuportável que Winters, ele é pior. Mas sim, ele ficou no lugar dela, e Bowen no dele. - Ao dizer isso mil coisas passam por minha cabeça.

- Por que desta cara, doutor?

- Nada, é...como ela faleceu?

- Acidente de carro.

- Ah sim, que lastima. Se me der licença. - falo me retirando.

- Okay, tchau.

Aimée havia me dito que tinha recebido o convite para o cargo de supervisora da equipe de Winter, mas por consideração a ele, deixou-o assumir assim ficando abaixo dele. Mas se ela voltou por vingança, como poderia ter sido por consideração? E a cadeira livre no momento oportuno não poderia ser apenas coincidência.

Ah droga, Reid. Não! Carol disse que foi acidente de carro, não tinha como ser ela. Ou tinha?' Pelo que Aimée me contou não seria surpreendente que tivessem matado Alvarez para assim estar perto de Winters. Sinceramente? Eu preciso acreditar que estou ficando fantasioso demais.

Contudo eu preciso saber disso. Eu não detesto Aimée, o que sinto por ela as vezes me dá medo, por conta de tamanha intensidade. Eu a quero do meu lado, e se para isso eu preciso acreditar cegamente nela, eu o farei.

Mesmo que de repente, e nas circunstâncias mais improváveis eu me vi completamente perdido nesses sentimentos que sinto em relação a Bowen.

Aimée Bowen.

As vezes quando fecho os olhos posso relembrar de cada momento, consigo sentir o cheiro, a sutil brisa e a doce sensação. Nas piores situações, posso até sentir o vento frio sobre minha pele e cada pelo se arrepiar, posso sentir o gosto amargo em minha boca e a minha frente cada pessoa que um dia eu já fiz mal. Quando adolescente, cada garota que pensou que fosse minha amiga. A cada vida que um dia eu tirei em nome do meu trabalho ou até mesmo as que tirei por convicção. Os amigos que fiz ao longo desses anos, aos que já foram e os que permanecem. Também consigo ver os vários inimigos que colecionei em minha pouca trajetória de vida. E ao fim os dois únicos amores que eu já tive, um que já se foi, outro que está presta a partir. Não porque a vida decidiu tirá-lo de forma mortal. Mas pelo destino que colocou uma pessoa tão boa em minha vida cheia de complicações.

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