Beijo e proposta

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Ômega

Não demorou muito para que eu acordasse. Meus olhos ardiam, minha cabeça doía e percebi que um certo alfa estava com a cabeça dele em meu ombro e com seu corpo quase me derrubando.

-Ei acorda porra! – o cutuquei com o dedo indicador, empurrando seu rosto e o mesmo resmungou. Revirei os olhos logo me levantei e arrumei minhas roupas.

-Você devia ser mais delicado... – falou Alan mexendo nos cabelos pretos dele.

-Desculpa não ser essas tuas putas mal comidas... – falei sério. Ele ficou me encarando. Seus olhos castanhos eram penetrantes e eu não conseguia desviar o olhar.

-Mas eu nunca disse que você era... – um sorriso saiu de seus lábios.

-Então por que me quer tanto? – cruzei os braços.

-Porque eu me apaixonei por você... – fiquei o olhando. Pera, o que?! Como assim?! Ele?! haha! Ele não desviava o olhar e eu senti meu rosto esquentar.

- V-Você só deve estar brincando! – forcei uma risada e ele apenas negou com a cabeça. –E-Eu tenho que ir! – me virei e andei com pressa até sentir meu pulso ser segurado.

Alfa

Não sei de onde veio coragem pra dizer mas já que disse... Não entendi muito bem mas percebi que Henrique achou que eu estou brincando. Ele estava saindo mas segurei sem usar muito a força. Ele me fita de forma confusa e eu não sei muito o que fazer, não sei o que falar. Nunca fui muito bom com palavras, sou bom de cama mas de palavras...

-O que foi? – ele parece estar tão hipnotizado em meus olhos assim como eu nos deles

-Eu estou falando sério. Me apaixonei por você – ele desvia o olhar e minhas mãos vão até sua cintura

-O que você tá fazendo? – fito seus lábios, ele não é muito carnudo mas também não é muito fino. É perfeito!

-Não sei, eu realmente não sei... - seus olhos descem até minha boca também –Que vontade de beijar você... - seus braços tocam meu peito

-O que você quer de verdade? – minha resposta é minha boca na dele. Seus lábios são mais macios do que eu tinha imaginado

Agarro sua cintura com possessividade e prenso seu corpo no meu. Minha língua pede passagem e com um pouco de relutância, ele cede e sem hesitar minha língua invade sua boca maravilhosa. Seus braços rodeiam meu pescoço nos aproximando ainda mais.

Nossas línguas se movem na mais perfeita sincronia. Minhas mãos descem um pouco porém não tocam sua bunda embora essa fosse minha vontade mas é melhor não forçar tanto as coisas.

A falta de ar se faz cada vez mais presente até que por fim rompemos o ósculo, eu lhe dou um selinho. Meu rosto vai até a curvatura do seu rosto onde deposito um beijinho sem malicia desta vez.

-Te amo... - digo baixinho mas creio que ele ouviu.

Ômega

Quando senti seus lábios tocando os meus me surpreendeu muito. Eu tentava negar aquele beijo e eu queria empurrar ele mas não consegui, acabei por ceder. Sua língua pedia passagem e eu acabei por ceder. Nossas línguas se entrelaçavam, aquele beijo estava ótimo, carinhoso e cheio de desejo. Senti suas mãos descendo um pouco, o que me assustou mas vi que ele apenas me puxou pela cintura e logo quebramos o beijo por falta de ar.

-Te amo... – quando ele colocou seu rosto na curva de meu pescoço, pude ouvir suas palavras. Senti meu rosto esquentar e minha boca ficar entre aberta.

-Eu não posso... Eu não posso confiar em suas palavras! – o empurrei com brutalidade. Meu corpo tremia ao olhar para ele e ao lembrar de suas palavras.

-Ômega? O que houve pequeno! – ele se aproximou devagar.

-Não se mexa! – rosnei baixo e o mesmo parou e me fitava sério mas preocupado.

-Me diga, o que houve pequeno? – sua voz era calma porém tinha um tom de preocupação nela. Fiquei o olhando e logo segurei meu braço direito e o apertei um pouco.

- ... Essa palavra me assusta... – falei com a voz trêmula

-Como assim? – perguntou confuso.

-Eu já namorei antes... E cada vez que eu ouvia essa palavra eu acreditava no maldito... Duas semanas depois... No dia do meu aniversário, ele disse que iria me marcar... mas eu o encontrei com uma beta, eles estavam se beijando... – o encarei segurando o choro. –Por que devo confiar em você?

Apertei um pouco mais o meu braço e Alan começou a se aproximar, me encolhi um pouco mas o que me surpreendeu foi que ele me abraçou de uma forma delicada e logo acariciou meus fios castanhos.

-Porque eu sei como é ser traído... Minha mãe faz isso. Mesmo depois de eu a proteger tanto do meu pai... – sua voz era delicada porém meio triste –Eu nunca te magoaria ômega... Isso eu posso te garantir! - fiquei quieto e logo retribui o abraço.

-Se você mentir... Eu juro que nunca mais você me verá outra vez... – ouvi um pequeno suspiro dele. Ele deve ter ficado surpreso com o que eu disse porque ele sabe que estou falando sério.

-Então... Tudo bem se nós dois... – o interrompi.

-Calma ai – me afastei e cruzei os braços. –Eu não sou seu ômega e não quero ser marcado tão cedo! Ainda não confio muito em você mas te darei uma chance... Porém tem uma condição... – ele me fitou surpreso.

-E qual seria ? - sorri um pouco maldoso e logo me aproximei.

-Meu cio é daqui alguns dias. Até ele passar, começando por hoje, se você não dormir comigo e não deixar nenhum alfa me tocar; eu posso até pensar em te dar uma chance de namorarmos de verdade mas lógico que se namorarmos eu não ficarei tão preso a você, afinal, quero sair com meu amigo e minhas amigas ainda. Sou leal quando devo ser Alan mas entenda uma coisa, se namorarmos, só dormiremos juntos quando eu estiver pronto... Então, aceita?

Alfa

Deixa ver se entendi: ele daqui uns dias é o cio dele, eu não posso transar com ele e ainda não vou deixar nenhum macho chegar perto.

A parte do "Nenhum alfa tocar", eu faço com gosto porque não quero macho filho da puta perto do meu ômega. Agora a parte do "Não dormir comigo", eu vou ter que aturar um ômega no cio e eu não vou poder fazer nada?!

-Mas e como você vai passar o seu cio? – até onde sei, o cio sozinho é bastante doloroso. É, até onde eu sei porque eu nunca passei um cio sozinho

-Se eu estiver na escola, eu vou pra biblioteca ou enfermaria mas se estiver sem nada pra fazer, fico em casa sofrendo com essa merda de cio

-Tudo bem... - se essa é a escolha dele, eu não vou desrespeitar. Sou um alfa galinha, meio babaca mas tenho caráter e sou homem o suficiente pra respeitar as decisões alheias.

-Você não aceita não é? – seu olhar é tipo "sabia que não ia aceitar" mas tem uma pitada de decepção

-Quem disse que eu não aceito? – ele me fita surpreso. Me aproximo em passos lentos –Você pode ter certeza que não vou deixar nenhum macho chegar perto de você

-Mas você não pode tentar nada comigo

-Eu sei. Vou me controlar. Você vai ser meu ômega!

Ômega e Alfa - ódio ou amor?Onde histórias criam vida. Descubra agora