Doces palavras e lágrimas salgadas

1.5K 165 15
                                    


Alfa

Preciso fazer alguma coisa, preciso fazer alguma coisa!

Depois que o ômega saiu as pressas, fiquei um pouco sem saber o que fazer mas decidi deixar quieto por enquanto. Saio da enfermaria e começo a ir em direção da saída da escola. Melhor eu ir para casa ou será que eu deveria chamar de "inferno"?

Enfim, assim que saio do colégio começa a chover. Ótimo, isso é tudo o que eu queria! Ignoro o fato de estar chovendo forte e sigo em direção da minha casa.

Cada passo que dou, mais forte a chuva parece cair. Por sorte não moro muito longe de casa; chego depois de uns quinze ou vinte minutos. Abro a porta de casa e vejo uma cena nas quais eu devia estar acostumado mas ainda assim não consigo: meu pai de novo esta batendo na minha mãe.

-Para Cristofer! – minha mãe tenta se defender mas ela é uma ômega, jamais teria uma chance contra um alfa, mas não um alfa qualquer e sim um lúpus que é muito mais forte do que um mero alfa.

-Deixa ela! –sei que a minha voz de lúpus (sim, também sou um lúpus) não faz efeito nenhum com meu pai já que ele também é um mas isso vai distrair ele e fazer ele soltar a minha mãe.

-Olha como você fala comigo seu merda! – meu pai solta a minha mãe e parte na minha direção. O meu pai me acerta um soco no meu rosto. Eu poderia revirar? Poderia e talvez eu devesse mas... Ele é meu pai e... Bem, eu não posso bater nele... Meu pai me acerta mais alguns socos até me deixar inconsciente.

Acordo já no meu quarto, tenho certeza de a minha mãe teve o trabalho de me trazer.

-Oi filho... - ela tem um sorriso fraco no rosto

-Deveria parar de provocar ele – me sento na cama e vejo que ainda esta de dia –Quanto tempo eu apaguei?

-Já são seis da manhã – eu apaguei a tarde e noite inteira!

-Vou me arrumar pra escola – pego uma muda de roupa e antes que eu pudesse entrar no banheiro, minha mãe segura meu pulso

-Obrigada – a olho por cima do ombro

-Ta – foi um sussurro baixo e nem mesmo sei se ela ouviu. Entro no banheiro e logo vou pro box e ligo o chuveiro, optei por um banho mais quente desta vez.

Depois de alguns minutos debaixo da água, fecho o registro e me enrolo numa toalha. Saio do banheiro e por sorte minha mãe não esta mais no quarto, vou até o espelho e vejo o estrago que meu pai fez dessa vez. Meu olho esquerdo esta roxo e meu abdome também tem alguns hematomas.

Nunca mais me meto numa briga dos meus pais...

Enfim, me visto com uma cueca box e calça jeans preta, uma camiseta cinza escura, jaqueta preta e por último, uma touca cinza claro. Estou num estilo meio gótico? Talvez mas foda-se.

Saio de casa e vou em passos apressados para o colégio e assim que chego, meus amigos me veem mas não chegam perto, eles devem saber que meu humor não é dos melhores hoje. Para todo mundo, quando eu apareço com algum machucado, quer dizer que eu me meti em alguma briga. Eles não sabem nada de mim!

Me sento no chão e encosto minhas costas na árvore. Estava com a mente divagando até eu ver o ômega. Henrique me fita mas seu olhar parece focar mais no meu estado de merda.

Melhor eu dar o fora daqui.

Me levanto e começo a andar porém sinto que tem alguém me seguindo. Só espero que não seja o ômega.

Ômega e Alfa - ódio ou amor?Onde histórias criam vida. Descubra agora