Ômega e Alfa - ódio ou amor?

Especial - Promessa

Alfa

Estamos na praça de alimentação, estamos comendo um lanche qualquer. Papo vem, papo vai e me perco na conversa, eles estão falando sobre alguma coisa ridícula de ômegas e o beta falou alguma coisa sobre nossa pequena discussão de mais cedo e eu simplesmente taquei o foda-se pra ele e para o resto do pessoal.

Lentamente vou me perdendo nos meus pensamentos, lembranças que me vem a mente, coisas que eu tinha esquecido.

Uma promessa feita a muitos anos...

Passado

Correndo para pegar meu melhor amigo. Meu melhor amigo é um ômega mas eu não ligo nem um pouco para isso, ele é meu amigo e ponto final. Mas algum dia quero ser alguma coisa além disso, penso em namorar com ele, casar, ter filhotes lindos e envelhecer com ele.

Meu ômega cai no chão e começa a chorar. Odeio ver ele chorando, sinto vontade de pegar a dor dele para mim apenas para ver seu sorriso lindo. Ajudo meu amigo a se levantar e o sento no meu colo. Dou um beijinho na sua mão, onde tem um pequeno ralado.

-Melhor? – pergunto e recebo um sorriso lindo como resposta –Que bom – beijo sua bochecha e vejo que ela ganha um tom avermelhado. Lindo.

-Alan, você gosta de mim? – sua voz baixa e suas bochechas coram ainda mais

-Gosto sim Henri

-Mesmo? – faço um "sim" com a cabeça e abraço com força –Vamos ser amigos pra sempre né?

-Eu prometo que vou casar com você se quiser – seus olhos brilham em felicidade

-Casar? Vai casar mesmo comigo? Promete? – ele é sempre tão animado!

-Eu vou casar com você sim, Henrique

Vou fazer ele meu...

Ômega

Eu mal liguei pra briga de Richard e Alan... Estava perdido em meus pensamentos. Até que lembrei de quando eu era criança.

Aquela promessa...

Passado

Eu corria alegre até um pequeno alfa e o abracei por trás.

-Você vai se casar comigo né? Eu vou ser aquele que sempre ficará com você certo? – eu nunca lembrava de seu nome em meus sonhos e lembranças... Por quê?

-Eu prometi que vou casar com você e só com você! – sorriu o jovem garoto

Hoje em dia...

Aquele sorriso... Como eu amava, seu carinho por mim também. Sempre me protegia de tudo mas... Ele havia se mudado pra longe e dois dias depois sua mãe disse que ele sofreu um acidente de carro e no final perdemos contato. Eu acho que ele morreu ou perdeu a memória.

Me levantei da cadeira e senti todos olharem pra mim.

-Desculpa, vou no banheiro... – forcei um sorriso, me virei e fui em direção ao banheiro masculino.

Sim, eu estou triste e sim, é por aquele pequeno alfa. Ele era meu melhor amigo e por quem eu me apaixonei pela primeira vez, eu o amava e depois que descobri do acidente, chorei por meses mas no final apenas esqueci seu nome. Como? Eu não sei mas me dói até hoje isso.

Senti meus olhos se encherem de lágrimas assim que entrei no banheiro masculino. Ninguém estava ali. Bom, era dia de semana e não tinha muitas pessoas no shopping além de quem trabalha nas lojas daqui.

-O que aconteceu com você? – perguntei na esperança de que ele estivesse do meu lado e respondesse está pergunta mas nada.

Aquele garoto sempre cuidava de mim enquanto meu pai trabalhava, agora, ele pode estar morto, casado, ou qualquer outra merda mas eu sei que de mim ele não lembra.

Como o passado dói...

Alfa

-Vou atrás dele – antes que o beta babaca, quer dizer, o amigo do meu ômega.

-Não precisa, eu vou – me levanto e vou até o banheiro. Encontro meu ômega chorando em frente o espelho.

-O que aconteceu com você? – se pergunta como se magicamente seu reflexo fosse o responder.

-Com que amor? – o abraço por trás e nos vejo no reflexo

-Um amigo que conheci há muito tempo mas...

-Mas...?

-Ele sumiu faz anos. Ele era um garoto que eu gostava muito – meu lobo fica um tanto enciumado mas decido ignorar no momento

-E o que aconteceu com ele?

-Eu não sei, a mãe dele me disse que ele sofreu um acidente de carro quando voltava pra casa com o pai dele e só - isso me lembra minha infância, eu sofri um acidente de carro quando era mais jovem; o motorista estava bêbado e entrou na contra mão, meu pai tentou desviar mas não conseguiu.

-Hum... E por que gosta tanto dele?

-Tínhamos feito uma promessa

-Que promessa? – ele dá um sorriso nostálgico

-Prometemos nos casar

-O que? – o fito espantado

-Relaxa Alan, não falo mais com ele mesmo

-Não, não... - viro meu ômega para mim –É que... Eu fiz uma promessa para um ômega quando era mais novo

-Mesmo? – assinto com a cabeça e meu ômega começa a chorar mas dessa vez parece ser de alegria. Ele pula no meu pescoço e me abraça com força –Senti sua falta

-Também Henri – o aperto em meus braços

Vou poder cumprir minha promessa!

Ômega

Depois que eu descobri que era o Alan, eu chorei muito e não desgrudei dele. Assim que chegamos em casa eu dormi rapidinho, estava cansado e tinha energias para mais nada mas acordei uns cinco minutos depois. Eu estava deitado em cima do Alan, no sofá enquanto o mesmo estava assistindo TV.

-Volta a dormir – disse Alan que ainda olhava pra TV.

-Você não vai sumir de novo né? Você não vai me deixar né? –minha voz começa a ficar trêmula e não demora para minhas lágrimas caírem e Alan me olha surpreso e preocupado. – Você não vai me deixar sozinho de novo certo? - me dói pensar em perder ele de novo.

-Nunca... sempre estarei do seu lado – Alan sorri de uma maneira fofa mas meio triste e me abraça

Acho que ele se sente culpado por não ter ido atrás de mim durante todo esse tempo mas eu não ligo, apenas o quero do meu lado para sempre! Sempre... E novamente o sono veio e não aguento. Acabo por adormecer em seu abraço aconchegante e quente.

-Eu te amo Henri... – ouço as últimas palavras dele durmo

Alfa

Vejo meu ômega dormir, literalmente, em cima de mim

Fico vendo televisão até que começa a passar só um programa chato, troco de canal e vejo que é um desenho bastante retardado; troco o canal e vejo um jornal chato

Por que televisão não passa nada de bom?

Coloquei num canal mas meu foco já não é mais o que passa na tele e sim no ser que esta adormecido em cima de mim. Sua respiração é suave e ritmada. Vou focando nele e apenas nele. Sem que eu percebesse o sono veio vindo, meus olhos vão ficando cada vez mais pesados, minhas pálpebras vão se fechando cada vez mais.

Sem que eu me desse conta, acabei adormecendo