Como Será?

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- O que voce quer falar comigo?
- Vamos subir. Aqui na cozinha nao é lugar para conversarmos.
Subimos e entramos em meu quarto. Enquanto eu fechava a porta, ele sentou na cama e pediu para eu fazer o mesmo.
- Julia, eu queria que soubesse que sinto muito por ontem.
- Voce sente? - falei desacreditando no que ouvia. - Voce nao é das pessoas que "sentem muito" por algo que fez, nao é?
Ele mudou sua feiçao, fechando a cara.
- Voce me acha um monstro, nao é?
Ele nao esperou eu responder e continuou:
- Pois saiba que este monstro aqui faria qualquer coisa para ter voce! Eu nao suportaria te perder Julia... E nao quero que a gente brigue e eu acabe fazendo coisas que nao quero fazer. Voce me entende?
Eu o ouvia mas nem olhava pra ele. Continuei olhando para baixo, rodando meu anel no dedo.
- O que houve ontem é um exemplo do que nao quero que aconteça mais... Olhe para mim Julia!
Eu o olhei mesmo a contragosto e ele pôde perceber isto.
- Porque esta assim?
- Eu estou cansada desse jogo seu, estou cansada de ficar trancada nesta enorme casa sem ter o que fazer, estou cansada de voce nao acreditar no que eu falo e de nao confiar em mim. Cansada de tudo. - Meus olhos se encheram de lagrimas.
- Eu nao posso te deixar livre, entenda de uma vez Julia! - ele se levantou.
- Acho que nunca vou entender.
- Hoje tenho que viajar. Ficarei alguns dias fora. Nao sera por diversao e sim a trabalho. - ele segurou meu queixo e levantou para que eu o olhasse e continuou: - Voce poderia ir comigo... Assim voce se distrai e sai um pouco.
- Nao sei...
- Ta decidido! Voce irá comigo. Sera bom pra vc. Vou pedir para alguma das empregadas vir aqui te ajudar a fazer as malas. - disse já indo para a porta para sair.
- Nao! - exclamei alto. ele parou e virou para mim. - A Maria pode me ajudar. Eu prefiro ela!
Ele apenas assentiu com a cabeça, se virou e saiu.

Entrei no banho e o nervosismo tomou conta de mim.
Uma viagem? Serio? - pensei alto
E agora? Se vendo ele pouco já é complicado. Como sera estando com ele o tempo todo?
Sai do banho e me enrolei na toalha.
A Maria chegou ao quarto, batendo na porta e me interrompendo os pensamentos.

- E agora Maria? O que eu faço? - eu andava de um lado pro outro no quarto.
- E tem algo que voce possa fazer? - ela continuava dobrando as roupas e colocando na mala.
- É, acho que nao. - Senti um frio na barriga.
- Pois entao aproveite menina! Se divirta e curta o momento. - Ela saiu do closet e veio até mim no quarto, já com as malas feitas. - Aqui está Julia, separei roupas casuais em uma e as sociais em outra.
- Obrigada Maria.
Ela me retribuiu num largo sorriso. Eu realmente gostava muito dessa velha senhora a minha frente e tenho certeza que ela tambem gosta de mim.
Eu e ela ficamos conversando até o Marcos entrar e avisar que ja estava na hora de sair.

Amante obsessivoOnde histórias criam vida. Descubra agora