Para onde ir...

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- Alô! - eu disse em uma calma que até eu estranhei.

- Onde você está Julia? Estou indo ai pro interior agora mesmo. Acabou essa palhaçada toda.

- Eu nao vou falar pra você onde estou. 

- Se você nao falar eu descubro e vai ser pior! - Ele estava nervoso e era nítido.

- Chega de ameaças Marcos! Até você descobrir onde estou já estarei longe.

- Não duvide de minha capacidade Julia!

- E você nao duvide da minha! - retruquei.

- Julia... - parou um minuto e respirou fundo - me diga onde você esta, eu pego você, voltamos para a capital e esquecemos tudo que aconteceu. ok? - disse aparentemente calmo.

- Eu nao vou voltar com você para a capital Marcos. e nao quero que me procure pois vai perder seu tempo.

Desliguei.

Fechei os olhos abraçando o celular. "Jesus, o que ele faz comigo!" lágrimas desceram pelo meu rosto. Metade de mim queria ir correndo até ele, descansar em seu abraço e sentir sua proteçao. A outra metade queria ficar o mais longe dele possível e provar a ele que sou dona de mim mesmo e que mereço ser livre.

Escuto uma batida na porta e sou interrompida de meus pensamentos.

- Julia, posso entrar?

- Pode Lu, entre. - enxuguei meu rosto com as mãos.

- Você estava chorando amiga... - disse ela, sentando ao meu lado na cama.

- Ai Lu, porque tudo na vida tem que ser tão dificil? Minha vida deu uma reviravolta de um tempo pra cá.

- Se quiser conversar amiga, estou aqui. 

- Obrigada Luiza. mas a história é longa e se eu te contar vai me achar maluca.

Resolvi nao contar a Luiza tudo sobre o Marcos. Na verdade eu nao queria conversar com ninguém. tudo que eu queria era deitar e dormir, afogada na tristeza. Amanha eu teria que sair logo cedo e pra onde eu nem tinha ideia.

Recusei o jantar e a Luiza me ofereceu um leite com bolachas e aceitei. Dormi logo em seguida.

Acordei cedo e fui tomar um banho, qndo sai do chuveiro vi que meu cel estava com ligações perdidas do Marcos e também da Maria.

Pensei bastante sobre retornar a ligação ou nao. Sei que nao daria em nada eu conversar com o Marcos. Seriam só discuções. Optei por ligar para a Maria e ver o que era, mas já imaginava um pouco sobre o tema da nossa conversa. entao respirei fundo e liguei.

- Maria. O que houve?

- Menina, cadê você? O Marcos está desesperado atrás de você.

- Não posso falar onde estou Maria, sinto muito. 

- Você tem que voltar Julia, pelo amor de Deus, não piore as coisas.

- Eu nao vou voltar Maria, de jeito nenhum! Não há o que você me fale que me faça mudar de ideia.

- Eu nao tiro sua razão menina. Eu no seu lugar acho que teria feito o mesmo. Só que eu trabalho a muitos anos para o Marcos e conheço seu temperamento e sei que você fugir nao é a solução. 

- Também acho que não é a solução Maria, mas tudo para o Marcos tem que ser do jeito dele. Ele nao me ouve. É muito possessivo e arrogante. Cansei!

- Entendo... Fique bem menina... se precisar de mim para algo é só falar.

- Obrigada Maria. Gosto muito de você.

- E eu de você Julia.

Assim que desliguei o celular, o Marcos ligou novamente. Ignorei...

Juntei minhas coisas e chamei a Luiza para me despedir dela, precisava sair dali o mais rápido possível, antes que o Marcos me encontrasse.

- Julia, minha casa esta sempre aberta para você, sabe disso! Ve se nao some mais... venha me visitar mais vezes. Tome, pegue isto, sei que esta precisando. - Me deu um dinheiro.

- Não posso aceitar Lu.

- Pode sim. - enfiou o dinheiro em um dos bolsos da minha mochila.

Nos abraçamos e nos despedimos rapidamente. Saí de lá sem mais demora.

Já na rua, fiquei pensando onde eu iria agora. Até pensei em voltar pra Capital, assim o Marcos pensaria que eu estava ainda no interior, ele sabia que eu nao tinha dinheiro.

Resolvi pegar um ônibus em direção à Capital. Iria procurar pela Karen e iria me esconder lá até pensar em algo. Eu só nao poderia ligar pra ela do meu celular, o Marcos saberia de meu plano. Já na rodoviaria, procurei pelo telefone publico e liguei para a Karen. Combinamos tudo! eu iria pra casa dela e ficaria lá uns dias até eu pensar em algo.

Meu celular toca outra vez. De novo era ELE!

Já sem paciência, o atendi.

- Até que enfim me atendeu. Já está mais calma? Podemos conversar pessoalmente?

- Acha que vou cair nessa? Que você só quer conversar? Não irei te ver.

- Você está fazendo birra como uma criança Julia! Me diga onde você está e vou até ai e te pego.

Fiquei em silêncio por alguns segundos, que mais pareciam minutos. Respirei fundo e falei:

- Não tenho mais o que falar com você Marcos, pare de me ligar, pois agora nao irei mais atender você!

 - Fuja Julia, se acha que isso resolverá o problema, mas saiba que  nao demorará muito para te encontrar. Você é MINHA, somente MINHA, esteja avisada! - e desligou.


Amante obsessivoOnde histórias criam vida. Descubra agora