-O julgamento de Alysia será daqui a quatro horas. -Disse Karias fechando a porta atrás dele, a notícia me fez levantar em um pulo. Como isso é possível ? Em quatro horas? Nem parecem que tinham prendido ela na noite anterior no meio de um baile. -Sinto muito Mia mas não há nada que se possa fazer...
-Não eu não posso deixar isso acontecer. -Falei retirando as cobertas sobre minha pernas e caminhando em direção a porta. Eu não ia descumprir minha promessa com Allura e muito menos com a rainha Vesya, não depois da conversa que tive com Arkenos.
-Onde você pensa que vai? -Indagou Karias se colocando na minha frente e segurando nos meus braços.
-Onde você acha? Vou falar com Alysia ou com a criada dela ou com Eden, não sei Karias, eu só não posso deixar essa injustiça acontecer. -Pela primeira vez eu estava em uma posição que podia fazer a diferença no mundo, não podia falhar.
-Olha eu sei que é difícil de acreditar, eu também não consigo acreditar, mas Mia não há nada que possamos fazer. -Karias falava comigo em um tom calmo na tentativa de tranquilizar e com um toque suave no meu braço ele me colocou sentada na borda da cama e se ajoelhou na minha frente para que prendesse a minha atenção em seus olhos azuis. -Mia eu sei que quer fazer a coisa certa mas dessa vez, com todos os depoimentos e as pistas contra Alysia, você não pode fazer nada.
-Mas eu prometi a Vesya que salvaria a sua filha e... -Tentei argumentar mas Karias segurou as minhas mãos me cortando na frase.
-Ás vezes não conseguimos cumprir aquilo que prometemos. -Disse ele com uma amargura disfarçada de sabedoria. -Eu sei que está chateada e que se sente impotente mas pela primeira vez te peço para que deixe tudo que aconteceu de lado, já está machucada demais. Vamos arrumar nossas coisas e ir embora.
Karias estava a ponto de se levantar e me deixar sentada lá sozinha mas eu o impedi, segurei as mãos dele e fiz com que ele ficasse ali ajoelhado na minha frente. E claro que entendia que sua atitude era me preservar de toda essa bagunça e isso talvez seja um pouco da consequência do seu passado, mas eu queria que ele soubesse que eu não era mais uma criança frágil. Já vi o pior do mundos e ele também, só precisava ser lembrado disso.
-O que você sentiu quando te jogaram naquela prisão? -Perguntei sabendo que estava tocando em uma ferida mal cicatrizada, os olhos de meu mestre se arregalaram por debaixo da máscara. -Você não tinha a intenção de ser um monstro mas como se sentiu quando as pessoas te chamaram disso? E a mesma coisa que está acontecendo com Alysia e não te incomoda?
Karias desviou o rosto para não encarar o meu olhar, é claro que o incomodava. E meu peito se apertou ao vê-lo desse jeito, eu realmente não queria ter falado aquilo mas não tinha outra maneira. Precisava dele ao meu lado ou não conseguiria nada.
Karias soltou um suspiro profundo antes de me encarar profundamente e com uma espécie de sorriso no rosto.
-Pelo visto não vou consegui te fazer mudar de ideia. -Disse ele se levantando, um outro suspiro exausto escapou dos seus lábios. -Então Mia... O que quer fazer?
-Vamos para o quarto da Alysia e ver com o que estamos lidando. -Me pus de pé e passei por Karias indo em direção a porta. Contudo, a mão pesada de meu mestre pousou no meu ombro antes que eu pudesse abrir a porta. Olhei para ele sem entender a sua reação, afinal nós já tínhamos nos entendidos. -O que foi?
-Você vai tentar salvar Alysia vestindo um pijama...? -Karias olhava pra mim de cima para baixo, claramente segurando a risada e ficando vermelho na minha frente. Olhei para baixo, para a minha roupa de pijama e um rubor cresceu nas minhas bochechas.
Caminhávamos lado a lado no corredor em direção ao quarto de Alysia, diferente do dia anterior o castelo parecia estar deserto. Durante todo o trajeto não encontramos uma fada sequer, seja criada, soldado ou membro da família real.
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A Aprendiz do Mago
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